Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Polos Produtivos - Em busca de uma 'cultura industrial'

Fiep apresenta plano para atrair novas indústrias e impulsionar PIB dos municípios menores na região de Londrina.

Shutterstock - Para vice-presidente da Fiep, preconceito de que indústria vai atrapalhar por causa do barulho ou do trânsito precisa ser quebrado


Para vice-presidente da Fiep, preconceito de que indústria vai atrapalhar por causa do barulho ou do trânsito precisa ser quebrado.

Integrar para crescer. É essa a proposta do Programa de Desenvolvimento de Polos Produtivos oferecido pela Fiep (Federação das Indústrias do Estado do Paraná) para alavancar o crescimento e a participação dos municípios menores no PIB regional. Com este foco, um diagnóstico econômico da região de Londrina e a metodologia que a federação pretende utilizar para atrair novas indústrias e impulsionar a geração de emprego e renda foram apresentados nesta quarta-feira (18) em Londrina. O exemplo de integração já é visto nas regiões Sudeste, Oeste e metropolitanas do Paraná. A proposta é de longo prazo e tem início na identificação das "especializações produtivas dentro de um município ou região relacionadas com as informações de mercado de trabalho de cada atividade", explica o economista da Fiep, Evanio Felippe.

Ao todo são 642 atividades econômicas analisadas e a partir de comparações com as mesmas informações de nível estadual é gerado um indicador. Segundo Felippe a ideia é fazer um processo de desenvolvimento integrado de toda a microrregião no qual todos os municípios ganhem. "Se for acima de um já há possibilidade de haver uma especialização produtiva nesta região, e aí vamos olhar com mais detalhes pra saber se esta cadeia pode ser propulsiva ou não. No caso, a cadeia propulsiva é aquela no qual a empresa produz na região e vende para fora. Neste processo traz dinheiro para circular aqui", explica Felippe. 
Questionado se o quesito "vontade política" poderia interferir no planejamento a longo prazo, a opinião é que a responsabilidade da fiscalização também deve partir da sociedade civil. "Se ela acredita neste planejamento, vai executar independentemente de questões políticas", afirma. 
Mudança de mentalidade também é fundamental. O vice-presidente da Fiep e empresário do setor metalmecânico Ary Sudan lamenta a ausência de uma "cultura" industrial em Londrina. "Precisamos criar uma cultura industrial também, o que não tem. O que seria isso? Por exemplo, se tiver nascendo uma nova empresa em Joinville (SC) provavelmente a população vai estar vibrando e perguntando pelo número de empregos que vai ser gerado e o valor em impostos. Em Londrina, você vai ver parte da população dizendo que vai atrapalhar por causa do barulho, do trânsito. Ou seja, nós queremos e não queremos", afirma Sudan. 

DIAGNÓSTICO 
Das 34.289 indústrias de transformação do Paraná, 2.686 estão localizadas na microrregião de Londrina, com destaque para o setores têxtil e de vestuário (confecções), tecnologia da informação, alimentos e bebidas e metalmecânico. 
De acordo com a Rais (Relação Anual de Informações Sociais) do Ministério do Trabalho e Emprego, em 2016, dos quase 620 mil trabalhadores das indústrias de transformação paranaenses 43.624, ou cerca de 14%, estão na microrregião de Londrina. Mas é na cidade de Londrina que estão concentrados 67% do PIB (Produto Interno Bruto) da microrregião. 
Segundo o departamento de economia da Fiep, o saldo de empregos na indústria entre janeiro e dezembro de 2017 foi positivo em 347 vagas de trabalho na microrregião de Londrina, que inclui também os municípios de Cambé, Rolândia, Ibiporã, Pitangueiras e Tamarana. Já em 2018, até o mês de maio, segundo o levantamento, 756 novos postos de trabalho foram criados pelo setor na microrregião. 
Na comparação com outros municípios do mesmo porte, no entanto, os desafios ainda são grandes. A indústria de Londrina tem hoje 13,9% dos 167.727 empregos, bem abaixo de cidades como Caxias do Sul (RS) com 40,5% de dos empregos na indústria; Limeira (SP), 34,8% e outras cidades paranaenses como Cascavel, Ponta Grossa e Maringá, que têm índices em torno de 18%. 

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