Visitamos a Un.i, em Mauá (SP), e contamos como são feitas calcinhas, sutiãs e roupas de dormir.
Andressa Zanandrea | 12/07/2012 12:47:14 - Atualizada às 13/07/2012 15:10
Fazer um sutiã é uma verdadeira engenharia de moda e o processo é longo, pois, além de ser bonita, a peça deve cumprir seu papel funcional. O iG Moda esteve em Mauá (SP) para conhecer a Un.i, onde são feitas, diariamente, 4 mil peças por dia. No mercado desde 1999, a empresa, uma das principais do setor feminino de moda íntima, tem sede em São Paulo, onde são desenhadas as coleções, e outra fábrica em Campo Grande (MS), com produção diária de 13 mil unidades, num total mensal de mais de 340 mil peças.
No começo de 2012 houve a unificação das marcas Un.i, no mercado desde 2007, e Nu.luxe, criada em 2005. Antes, a primeira trazia opções mais básicas, para o dia a dia, e a segunda, coleções mais especiais. Agora tudo leva o mesmo nome. Ao todo, são feitas 12 coleções por ano - seis para a primavera-verão e outras seis para o outono-inverno -, com, em média, dez modelos cada, além de outros cem de camisolas, pijamas e robes. Todas as peças são feitas pela estilista Sandra Bento, uma expert no assunto: ela trabalha há 15 anos com lingeries.
A primeira etapa é a pesquisa de referências e tendências, feita pela internet e também durante viagens a locais como Madri, Milão, Londres e Paris. Sandra aproveita também o olhar clínico para ver o que as mulheres brasileiras estão usando, na rua, na academia e no shopping. "Temos de saber qual decote vai estar em alta, se vai ter tomara-que-caia ou tecidos leves, para que a coleção esteja de acordo. O segredo da mulher começa pela roupa de baixo."
Desenhadas à mão por Sandra no escritório, as coleções incluem tamanhos de calcinha do P ao GG e de sutiã do 42 ao 48, com alguns modelos feitos até o 52. Cada modelo é feito em três ou quatro opções de cores, para combinar com todos os tons de pele. Há um ano, a linha básica inclui também cinco tamanhos diferentes de taça, do A ao E. Após os croquis, os moldes são feitos pela modelista e, em seguida, as peças-piloto, por uma equipe de 12 funcionárias, também na sede da empresa.
Para garantir que vistam bem, essas peças são provadas nas fábricas e no escritório, por mulheres reais. "É preciso pensar em todos os biotipos. As peças têm de ter modelagem precisa", afirma Sandra. As modelos de prova ficam com a peça durante uma semana e depois relatam como foi usá-la: elas contam, por exemplo, se a peça estava confortável e se a lavaram à mão ou à máquina.
Com base nas experiências individuais, são feitos ajustes. Muitas vezes são tirados milímetros da peça-piloto, que fazem diferença para deixar a modelagem perfeita, ou até mesmo o tecido. Depois disso, são calculados o tempo que a peça levará para ser produzida, o custo dela e comprados os materiais. Algumas estampas são desenvolvidas em conjunto com fornecedores, exclusivamente para a Un.i - geralmente são feitos três testes até a aprovação. Há também aviamentos exclusivos e materiais importados, como as rendas.
As peças entram na linha de produção assim que termina a temporada anterior. Os moldes são mandados por computador da sede da empresa para as fábricas de Campo Grande, onde trabalham 800 pessoas e Mauá, onde há 200 funcionários, a maioria, mulheres. Nas fábricas, é feita a plotagem e, depois de impressos os moldes, são cortados os tecidos.
Os materiais para cada modelo são separados em sacolas e caixas e entregues para um grupo formado por dez costureiras, que trabalham de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 17h30. Cada uma delas é responsável por uma etapa da peça que, depois de pronta, passa por um controle de qualidade, é etiquetada, embalada individualmente e, em seguida, colocada em caixas, que são levadas para Campo Grande, de onde os pedidos são distribuídos.
Segundo a supervisora de produção da fábrica de Mauá, Maria Julia de Souza, todo o processo de fabricação, da emissão da ordem de produção - que determina quantas peças serão produzidas de um modelo específico - à embalagem das calcinhas, sutiãs e roupas de dormir leva, em média, dois dias. "Caso haja necessidade, podemos produzir tudo em um dia só", explica.
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