Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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‘Prateleira vazia ou geladeira sem funcionar são sinal de algo errado’, diz Rial sobre Americanas

‘Prateleira vazia ou geladeira sem funcionar são sinal de algo errado’, diz Rial sobre Americanas

O executivo, em tom crítico, sinaliza o ritmo de mudanças e onde estão os problemas.

Por Adriana Mattos

Há grande expectativa em relação ao modelo de gestão que Sergio Rial deve imprimir na Americanas a partir de janeiro, especialmente depois de algumas decepções nos resultados no terceiro trimestre. O executivo, em tom crítico, sinaliza o ritmo de mudanças e onde estão os problemas.

Já em fase de transição de poder na empresa Rial, que substituirá Miguel Gutierrez, afirmou em post no LinkedIn que espera “maior nível de consistência” no marketing, e que “prateleira vazia ou geladeira que não funciona” são mau sinal. Acredita que “o mercado não é capaz de precificar transformações” — uma resposta dada a um comentário na rede dizendo que parcela do mercado aposta na queda do papel após a entrada do executivo na Americanas.

Rial disse, em mensagem na semana passada, que visitou lojas, o centro de distribuição em Seropédica (RJ) e a sede do Hortifruti/Natural da Terra, operação do grupo. “No caso das lojas, em discussão com Timotheo [Barros, CEO da operação física e diretor financeiro], espero maior nível de consistência em termos de trade marketing e zelo pela experiência do consumidor. Espero valorizar ainda mais cada gerente geral, os donos da experiência do cliente no canal físico. Muito a fazer. Prateleira vazia ou geladeira que não funciona são alguns sinais de algo errado acontecendo na loja: liderança”, escreveu ele.

Dias atrás, o executivo esteve na Americanas para discutir prioridades para os próximos anos. Há “pouco espaço para erro”, afirmou ele, em outro post na rede social corporativa. A transição na empresa começou em setembro, com troca de informações com a atual equipe.

Gutierrez, que passa o bastão a Rial em menos de um mês, ingressou na Lojas Americanas há 30 anos, tornando-se diretor em 1998.


Ao expor ideias em público, Rial adota prática incomum na Americanas. Embora venha se abrindo mais ao mercado nos últimos anos, a empresa carrega, de forma geral, uma cultura mais fechada e de discrição por parte de altos executivos, dizem gestores — um deles lembra que esse modelo reflete a linha dos acionistas principais Beto Sicupira, Marcel Telles e Jorge Paulo Lemann, da 3G Capital.

Numa das mensagens, Rial pede que funcionários o contatem diretamente. “Cada um de vocês poderá me acessar sempre por aqui. Vejo no LinkedIn uma ferramenta de gestão útil para dentro e fora da empresa […] Comunicar é conectar-se com o que há de mais importante: gente”. No dia 3 de janeiro, haverá o primeiro encontro de funcionários com Rial.

Há apenas dois dias Rial também comentou mensagens sobre a visão negativa do mercado sobre a empresa. O post falava da queda no valor patrimonial da Americanas. “Com 12% do free float alugado apostando contra a empresa e logo, contra você [Rial]”, disse um interlocutor numa mensagem a ele no Linkedin. “Por que não começar uma recompra agressiva [das ações] como investimento para a empresa? Dando um ‘corner’ nesses especuladores e manipuladores”, diz o seguidor ao executivo.

Rial respondeu que a melhor resposta é mostrar desempenho, e que “o mercado não é capaz de precificar transformações”. Para ele, “modelos do sell side [analistas que fazem recomendações] não capturam o intangível de uma cultura. No final o que vale é entrega e não só audácia e, portanto, tenho muito trabalho à frente, mas vou com 40.000 [empregados] comigo, aí, amigo, o tamanho da onda a gente só vai saber lá na frente”.

Rial replicou esse debate num post, afirmando na abertura do comentário que “estão subestimando” a empresa. “Estão nos substimando e entendo o porquê, portanto, preparando as turbinas para a entrega de resultado consistente e a maior onda de mobilização e transformação que o mercado já viu. Onda ‘Red’”.

No acumulado do ano, a ação ON de Americanas cai 70%, para cerca de R$ 9, com recuos mais contínuos em preço desde o dia 10 de novembro, quando apresentou o balanço do terceiro trimestre, com queima de caixa de R$ 2,1 bilhões e alavancagem alcançando seis vezes o lucro antes de juros, impostos e amortizações. A receita líquida reduziu 13%.

Desde a publicação dos números, o papel recua 35%. O anúncio da chegada de Rial no grupo, em agosto, animou investidores, que veem na troca possibilidade de mudanças mais profundas, para voltar a crescer com rentabilidade. O Valor apurou que uma das atenções da nova gestão estará no nível de serviço das Lojas Americanas. Uma das questões nas mesas de analistas hoje é se haverá mudanças nas equipes após a entrada do executivo, e se sua contratação poderia envolver, no médio prazo, um plano maior para o ativo.

Há dúvidas se os comentários públicos de Rial permanecerão após assumir o comando do grupo. “Não gosto muito dessa gestão do negócio em mídia social”, diz um gestor posicionado em papéis de consumo, como Americanas. “Ele tem essa postura de jogar com o time, de comunicador forte, uma habilidade de se relacionar dentro e fora e gerar empatia. Talvez o mercado tenha que se adaptar a essa abertura, já que busca também uma Americanas com outros ‘skills’”, diz um segundo gestor.

Procurados pelo Valor, Rial e Americanas não se manifestaram.

Fonte: Valor Econômico

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