Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Preço deve estimular plantio de algodão no Centro-Oeste

Fonte:|tosabendo.com|

Mauro Zanatta, de Brasília

A forte recuperação dos preços do algodão no mercado internacional melhorou o cenário para a fibra em 2010. Os produtores, que até então projetavam um déficit de 100 mil toneladas na oferta da matéria-prima à indústria nacional, já estimam um crescimento na área plantada na safra de inverno no Centro-Oeste, o que resultaria em alta da produção no próximo ano.

A desvalorização do dólar, que prejudica a receita dos produtores em reais, tem ajudado a elevar as cotações da commodity, assim como a retomada na demanda por têxteis derivada da recuperação econômica mundial. "Começamos a equilibrar o jogo mesmo com o dólar a R$ 1,70. Essa recuperação devia ter vindo em 2009, mas já temos preços acima da média histórica", diz o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Haroldo Cunha. As cotações do algodão já bateram em US$ 0,75 por libra-peso, acima da média histórica de US$ 0,65.

A área plantada, cuja retração deveria situar-se em 6% na safra atual (2009/10), pode ser expandida em até 50 mil hectares. Isso resultaria em uma produção de até 1,32 milhão de toneladas no ciclo atual, calculam os produtores. A produtividade também deve crescer em função do clima favorável.

"Podemos zerar a redução projetada com uma produção acima de 1,2 milhão de toneladas", disse ontem Cunha, após reunião da Câmara Setorial do Algodão. A área poderia aumentar em 42 mil hectares em Mato Grosso, 5 mil em Goiás e 3 mil em Mato Grosso do Sul. "E tudo na área do milho".

A melhora no cenário de produção deve afastar o risco de obrigar as indústrias nacionais a importar a fibra, o que elevaria os custos de produção. A Tarifa Externa Comum (TEC) do Mercosul está hoje em 10%.

A indústria estima um consumo entre 850 mil e 1,05 milhão de toneladas de algodão em 2010. Como as exportações nacionais devem somar 450 mil toneladas, haveria um "considerável" déficit.

Se a produção superar mesmo a previsão negativa inicial de 1,15 milhão de toneladas, o suprimento estaria garantido na entressafra, a partir de junho de 2010. "Temos que deixar para trás essa falta de regularidade. Mesmo tendo sido atendidos nos últimos quatro anos pelo governo, ainda não temos garantia de renda suficiente para ter estabilidade", analisa Cunha. Ele diz que se a produção chegasse a 1,6 milhão de toneladas, seria possível exportar 600 mil e atender ao mercado interno.

Mesmo com cenário favorável, os produtores estimam ser necessário auxílio financeiro do governo para manter as margens nesta nova safra. "Se mesmo com a ajuda dos últimos cinco anos tivemos queda de 30% na área, imagine o que seria do setor sem esse apoio", diz Cunha. O setor precisaria, segundo ele, de R$ 550 milhões em subsídios. "Quando o índice de preços da Esalq sobe, a Conab tira do prêmio. E não precisaria gastar tudo neste ano", defende.

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