Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Fonte:|.portugaltextil.com|

A Índia está empenhada em aumentar o valor acrescentado das suas exportações de produtos têxteis e vestuário. Para isso, anunciou a suspensão da concessão de direitos alfandegários aos exportadores, aumentando o preço do algodão. Esta medida visa fomentar as exportações indianas de vestuário.

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Preço do algodão em alta

Com o objectivo de moderar os preços do fio de algodão no mercado interno, o governo indiano anunciou que vai suspender a concessão do direito de 7,5% para os exportadores, elevando assim o preço do algodão indiano em 3,5% nos mercados internacionais. Esta medida pode ter um impacto importante sobre o actual aumento nos preços internacionais do fio, na medida em que a Índia é o segundo maior produtor de algodão do mundo – exportando 5 milhões de fardos (170 kg) de algodão no ano passado, principalmente para Hong Kong, China, Paquistão e Bangladesh.

Mas, na Índia, a medida foi considerada como positiva. «Congratulamo-nos com esta medida, pois o aumento de 30% nos últimos três meses nos preços domésticos foi realmente o que nos afectou», afirmou A. Sakthivel, presidente da associação dos exportadores de Tirupur, cujos membros produtores de vestuário fizeram recentemente um dia em jejum para protestar contra os aumentos de custos. O responsável acrescentou ainda que os lucros foram afectados porque as encomendas de vestuário tinham sido colocadas com quatro a seis meses de antecedência, antes dos recentes aumentos no preço do algodão. De acordo com a nova suspensão, Shakthivel explicou que o governo procura assim incentivar a exportação de vestuário em vez de matérias-primas como fios de algodão: «Com a exportação de fios temos apenas 3 dólares por kg, mas se exportarmos o vestuário temos 17 dólares por kg», sublinhou.

Do outro lado da fronteira, no Bangladesh, a situação é muito pior, pois a indústria de vestuário deste país depende de algodão importado. Entre Julho de 2009 e Janeiro de 2010, as exportações de vestuário de malha do Bangladesh diminuíram 13% e as exportações de vestuário em tecido caíram 16%. «Temos fiações suficientes no Bangladesh para fornecer fio, mas a preocupação é o preço do algodão em cru», revelou Fazlul Hoque, presidente da associação dos produtores e exportadores de vestuário de malha do Bangladesh. «De alguma forma, conseguimos sobreviver na medida em que alguns exportadores obtiveram uma renegociação dos preços com os compradores, mas a maioria deles é muito rigorosa», prosseguiu. O governo do Bangladesh já prometeu um segundo pacote de estímulos para todos os sectores de exportação, na sequência de uma injecção de capital inicial em 2009.

À medida que o preço do algodão continua a aumentar, os produtores de vestuário no vizinho Paquistão estão também preocupados com as exportações em declínio. Face à escassez de fios, os aumentos nos custos de energia e a falta de electricidade, a sua meta de exportação de vestuário, para o período de Abril de 2009 a Março de 2010, de 3 mil milhões de dólares é agora susceptível de não ser atingida por 800 milhões de dólares, segundo os funcionários do Governo.

Num outro desenvolvimento significativo, o ministério dos têxteis do Paquistão reduziu a quota de restrição nas exportações de fios das 50.000 para as 35.000 toneladas por mês. Esta medida recolheu a oposição da associação paquistanesa de empresas têxteis, que reivindicou que os seus membros não poderiam cumprir os contratos. No entanto, os produtores de vestuário apoiaram a medida. A organização comercial organizou enormes protestos e ameaçou fechar as suas unidades de fiação. O resultado foi que o Governo prometeu que os cortes na quota das exportações de fios seriam suspensas e os exportadores de produtos têxteis de valor acrescentado seriam compensados para tornar o fio acessível.

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