A produtividade do trabalho da indústria de transformação brasileira – medida como o volume produzido dividido pelas horas trabalhadas na produção – cresceu 0,4% no segundo trimestre de 2023 em relação ao trimestre anterior, na série livre de efeitos sazonais. O indicador voltou a subir após queda de 0,9% no trimestre anterior. Os resultados são da pesquisa Produtividade na Indústria, produzida pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e divulgada nesta segunda-feira (9).
A alta da última edição da pesquisa é resultado da queda das horas trabalhadas acompanhada da estagnação da produção. Apesar de registrar ganhos de produtividade no segundo e quarto trimestres de 2022 e no segundo trimestre de 2023, o indicador de produtividade do trabalho da indústria tem oscilado entre quedas e altas há cinco trimestres, após cair por seis trimestres seguidos.
“A indústria tem tido dificuldades de se recuperar. Esse resultado está relacionado tanto a fatores conjunturais, como o encarecimento do crédito e os efeitos restritivos da política monetária; como a fatores estruturais, a exemplo do nosso sistema tributário complexo e da nossa infraestrutura ineficiente”, explica a gerente de Política Industrial da CNI, Samantha Cunha.
A indústria de transformação tem enfrentado desafios para aumentar a produção devido à baixa demanda. A produção do setor no Brasil está há quatro trimestres consecutivos em queda, e o desaquecimento é observado também no restante do mundo. Dados da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO) mostram que a produção industrial global está estagnada em 2023.
“Do lado externo também temos um cenário geopolítico e macroeconômico marcado por elevadas incertezas, mas ao mesmo tempo temos oportunidades para recuperar o crescimento da produtividade relacionadas às novas tecnologia da Indústria 4.0. Elas vão promover ganhos de produtividade, melhorar os sistemas produtivos, tornar o uso dos recursos mais eficientes, além de possibilitar o uso de técnicas modernas de gestão que podem ser adotadas com efeito significativo sobre a produtividade das empresas”, afirma a economista da CNI.
Em relação à produtividade mundial do trabalho, de acordo com estimativa do Conference Board, as expectativas são de baixo crescimento em 2023, após a estagnação registrada em 2022. A instituição prevê um crescimento acelerado da produtividade em países em desenvolvimento, causado principalmente por países asiáticos. No entanto, para o Brasil a expectativa é de baixo crescimento.
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