Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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REYNALDO ROCHA

“Vamos passar o Brasil a limpo!”, disse Darcy Ribeiro em 1986. Mestre e ex-reitor, usava a imagem de tempos passados, quando passávamos a limpo nas escolas os rascunhos das aulas. No Brasil, as frases que dizem algo sobre corrupção – entre outros temas abjetos – sempre são atuais.

O “passar a limpo” que aprendi nos bancos escolares era a oportunidade de corrigir o rascunho, aproveitando o que deveria ser aproveitado.

Sempre existiram os que se recusavam a passar a limpo o que requeria correções. Eram péssimos alunos. Não aprendiam a lição. Recusavam-se a rever o que foi feito, corrigir os erros e apresentar um trabalho consistente.

Ao que parece, esses alunos hoje são todos políticos. Quem poderia imaginar?

Os lulopetistas não produzem sequer rascunhos. Ignorantes, não fazem nenhum tipo de anotação. Não há o que corrigir ou passar a limpo.

E as oposições? Refiro-me, para ser mais claro, à dócil oposição consentida ─ especialmente ao PSDB. Nada a limpar? Nada a corrigir? Nenhuma ação para passar a limpo a própria história? A cada dia cresce a sensação que que nós, que não somos filiados ao partido nem dependemos de cargos, temos o PSDB em mais alta conta que os próprios tucanos.

Até este resquício de oposição ─ pela contraposição com o lulopetismo sindical-cleptomaníaco ─ corre o risco de perder-se.

Aprendemos que no PT os crimes cometidos pelos “cumpanheiros” são atos heroicos. Assim enxergam a corrupção. Quem aponta o dedo é hipócrita ou direitista raivoso. Eles jamais vão entender que acima de posturas (como as galináceas) o que os move é a manutenção do peleguismo pós-moderno. E a nós, a exigência de declararmos que bandido é só bandido.

Alckmin hoje instituiu uma comissão de notáveis com inteira liberdade para apurar o case da Siemens, Alstom e outras. Bom começo. Se for a sério. E se for URGENTE nas conclusões.

Se for somente uma manobra de marketing, o PSDB pode juntar-se ao PT nas eleições: serão idênticos. Caso contrário, marcará claramente a fronteira entre o Brasil decente e o Brasil vendido. E o tiro arquitetado – mesmo que em bases reais – pelo aparelhamento promovido até no CADE por Gilbertinho (“o bicho vai pegar!”) Carvalho vai acertar as partes baixas do pistoleiro.

Mais uma vez, a bola está quicando na área. Basta que um, apenas um ─ jogador que empurre para o gol. O PT – via CADE – pode ter cavado ainda mais palmos de terra onde jaz em estado de putrefação. Basta que o PSDB dê nome aos bois, sejam novilhos ou touros. E que haja punições.

Se fizer isto, a fronteira estará delimitada. E o PT será exposto no outro lado da cerca. A cerca que separa o perdão antecipado da evidência provada.

Que continue o PT a ignorar as centenas de falcatruas e roubalheiras que cometeram nestes dez anos (e continuam cometendo). Ao PSDB, basta ser honesto. Impossível esperar o mesmo do outro lado da cerca. Esperar que o PT passe o Brasil a limpo é acreditar que pano de chão imundo sirva para limpar pratos.

Em qualquer situação o Brasil saíra ganhando. Na pior hipótese, terá certeza de que  PSDB e PT são siameses. Na melhor, ficará provado que existem diferenças notáveis entre os dois partidos.

Lembrando Cazuza: PSDB, mostra a tua cara!

http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/secao/feira-livre/

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Comentário de Afonso Celso de Oliveira em 10 agosto 2013 às 21:12

 O O PSDB  tem que mostrar a sua cara e onde realmente foi criado.

No Brasil para ser inocente,basta não investigar.

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