Além de diminuir a entrega de campanhas, apagão também deve gerar um aumento de custo das campanhas para as agências e para os anunciantes, segundo especialistas.
Após Facebook, WhatsApp e Instagram terem ficado fora do ar por cerca de sete horas nesta segunda-feira, 4, em todo o mundo, o cofundador do Facebook e principal acionista da empresa, Mark Zuckerberg, perdeu cerca de US$ 6 bilhões em um dia. As ações da empresa chegaram a cair 4,89% na bolsa de valores americana nesta segunda. Essa queda também se deu após uma ex-executiva da companhia ter declarado no programa “60 Min....
A falha interna custou cerca de R$ 79 milhões na receita de anúncios da plataforma do bilionário Mark Zuckerberg, segundo o site de checagem de fatos Snopes. Além disso, aproximadamente 80% da receita do Facebook e de suas redes vêm de pequenas e médias empresas, de acordo com o portal The Drum.
Apesar de o problema ter afetado a companhia diretamente, a pane geral também impactou os anunciantes que utilizam o Facebook e suas redes sociais como plataforma de venda e de divulgação de anúncios. “Imagino que isso deva ter gerado no mundo algo tão expressivo quando o dinheiro que o Mark Zuckerberg perdeu”, afirma Gui Rios, diretor executivo da SA365, reforçando que essa parte da cauda longa, por um lado, foi essencial para digitalizar essas empresas, mas por outro lado, puniu as mesmas com o que aconteceu na segunda-feira.
“As marcas que dependem exclusivamente de algumas redes sociais para venderem e se relacionarem com seus clientes podem ficar reféns em situações como a que vivemos recentemente com o apagão das empresas do Facebook”, ressalta Maria Carolina Avis, coordenadora adjunta do Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Mídias Sociais e professora dos cursos de Gestão de Mídias Sociais e Marketing Digital da Uninter.
Além da própria questão das vendas, que foram afetadas durante esse período de falha por empresas menores, Rios entende que também houve um impacto na questão da publicidade. “O modelo do Facebook é um modelo de inventário. Então, basicamente o que aconteceu foi que retiraram sete horas de inventário das marcas. Quando se tira essas sete horas, significa que as outras horas que sobraram no dia vão ser muito mais disputadas pelas marcas do que estavam sendo”, revela o diretor executivo da SA365.
Ainda segundo Rios, na própria SA365, a maior parte de suas campanhas tiveram dificuldade de ser entregues, justamente porque estavam disputando espaço com outras marcas. “Muito provavelmente isso deve gerar um aumento de custo das campanhas para as agências e para os anunciantes. Isso deve se estabilizar em algum tempo, mas quem tinha algo mais estratégico sofreu”, enfatiza.
Como não sofrer com possíveis futuras falhas?
Rios acredita que é difícil não ser afetado por falhas como essas devido a forte audiência que essas redes atraem na internet. “Seria muito romântico da minha parte falar que precisamos diversificar canais, porque isso vai aumentar muito o custo de produção e em uma audiência que seja menor”, ressalta, porém alerta que é preciso ter um plano B para quando situações desse tipo acontecerem. “Temos que ter um plano B, a verdade é essa. Mas o plano A ainda é muito forte, tem muita audiência. A verdade é que as marcas e agências são muito reféns do Facebook como um todo”, completa.
Maria, por outro lado, entende que a criação de um banco de dados próprio, que esteja de acordo com a Lei Geral de Proteção de Dados, pode ajudar as marcas em momentos como esse. “Desta forma, se um dia as redes derem um apagão, a empresa pode ativamente buscar por seus clientes. A busca por parte do cliente também precisa ser priorizada. A dica é criar um site próprio e usar o Google Meu Negócio. Assim a empresa pode ser encontrada nos buscadores e ganhar relevância”.
**Crédito da imagem no topo: tostphoto/shutterstock
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