Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Qualidade de vida é diferencial competitivo entre as melhores para trabalhar em TI

Efí, Pitang e onebrain destacam-se no GPTW TI 2024 por oferecer flexibilidade, autonomia e ambientes saudáveis.

Viviane, do Efí Bank; Luana e Valença, da Pitang; Tatiane, do GPTW; e Danielle, da Onebrain. Fotos: Divulgação

A busca pelo equilíbrio entre vidas profissional e pessoal tornou-se um fator essencial para os profissionais que escolhem onde desejam plantar suas raízes. No universo da Tecnologia da Informação (TI), essa equação é ainda mais crítica e cada vez mais colocada na balança.

As melhores empresas para se trabalhar em TI 2024, reconhecidas pelo Great Place to Work (GPTW), têm se destacado não apenas por oferecerem oportunidades de crescimento, mas também por promoverem uma cultura que valoriza a qualidade de vida dos seus colaboradores. Flexibilidade, autonomia e ambientes de trabalho saudáveis são alguns dos segredos dessas organizações.

No estudo de 2024 do GPTW TI, analisando a distribuição de tempo de casa dos colaboradores, observa-se que aproximadamente sete em cada 10 funcionários estão há, no máximo, cinco anos nas empresas. O grupo com até dois anos de casa representa 45%, uma queda em relação aos anos anteriores, mas ainda é o maior nas organizações. As faixas a partir de seis anos de casa mostram estabilidade, com pequenas variações ao longo dos anos.

Em relação ao principal motivo de permanência indicado pelos colaboradores, a dinâmica é interessante. Alinhamento de valores, com 94%, oportunidade de crescimento, com 93%, e qualidade de vida, com 91%, são os principais motivos de permanência dos talentos em TI, evidenciando a crescente importância de temas como flexibilização e bem-estar para os profissionais do setor.

Ao priorizarem ambientes saudáveis e valorizarem o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, essas organizações não só atraem profissionais altamente qualificados, como também fomentam uma cultura de inovação e colaboração que impulsiona o sucesso sustentável no setor de tecnologia. Para entender como essas práticas são aplicadas no dia a dia, o IT Forum conversou com Tatiane Tiemi Shirazawa, CEO da GPTW Brasil, e líderes de três empresas que se destacam no GPTW: Efí Bank, Pitang e onebrain, que obtiveram notas altíssimas em qualidade de vida.

Tatiane destaca que, apesar do desejo de muitas empresas de mudar o modelo de home office, os funcionários continuam a valorizar amplamente a flexibilidade. “Essa prática não apenas promove a autonomia, mas também reforça a confiança entre as equipes, fomentando a produtividade e a criatividade. Além disso, a flexibilidade tem sido associada à redução de estresse e ao aumento do engajamento, benefícios que impactam positivamente tanto o bem-estar individual quanto os resultados organizacionais”, afirma.

Ela também observa que as práticas de qualidade de vida são mais citadas nas pequenas e médias empresas. Segundo ela, “os números mostram que empresas de diferentes portes oferecem práticas de bem-estar e flexibilidade de forma semelhante. No entanto, a percepção positiva é maior nas pequenas e médias, provavelmente devido à maior proximidade entre líderes e colaboradores, personalização das ações e agilidade na implementação de iniciativas. Esses fatores criam uma conexão mais humanizada e direta com os colaboradores, aumentando a percepção de qualidade de vida.”

Sobre as práticas de saúde mental e bem-estar, a executiva revela que o ponto principal é ouvir os colaboradores de forma genuína. “Essa escuta ativa permite entender suas necessidades reais e alinhar ações de cuidado que façam sentido no dia a dia”, diz ela, citando como exemplos flexibilidade no trabalho, investimento no desenvolvimento das lideranças, programas de saúde mental estruturados e incentivos para que os funcionários se desconectem durante suas férias.

Com relação aos modelos híbridos de trabalho, que são adotados por 84% das empresas premiadas no GPTW TI 2024, Tatiane enfatiza que o sucesso está na confiança. “Se você confia que o seu funcionário irá entregar o seu melhor, independentemente de onde está, e se essa cultura de confiança é alinhada com o colaborador desde o seu primeiro dia de trabalho”, afirmou.

Ela também comenta sobre o crescimento na oferta de redução de jornada de trabalho, que passou de 29% para 34% das empresas premiadas. “As empresas estão percebendo que produtividade não diz respeito exclusivamente a número de horas trabalhadas, mas à confiança, autonomia, flexibilidade e personalização das rotinas, estimulando a produtividade, engajamento e reduzindo o turnover, a partir do olhar para práticas de bem-estar.”

A executiva revela que, antes de adotar a redução da jornada de trabalho, é preciso se atentar a alguns fatores. “É fundamental compreender as necessidades e preferências dos colaboradores. Isso pode ser feito por meio de pesquisas ou conversas abertas. Cada equipe ou setor pode ter uma dinâmica diferente”, aconselha.
Além disso, ela observa que p combinado é importante. Assim, estabelecer metas claras e mensuráveis pode ajudar a manter o desempenho, enquanto proporciona mais tempo livre aos colaboradores.

Efí Bank promove confiança e semana de quatro dias

Viviane Feliciano, diretora de RH do banco digital Efí Bank, compartilha que da Efí 90% do time opta pelo trabalho remoto, já que a empresa, originalmente de Minas Gerais, está espalhada pelo Brasil, o que funciona bem e promove autonomia. “Essa confiança gera um ambiente saudável, e as pessoas se sentem à vontade para colaborar. O principal ponto é esse olhar para as pessoas, o mesmo que queremos ter para os nossos clientes”, afirma.

Uma das iniciativas inovadoras do Efí Bank é a implementação da semana de quatro dias, sem aumento da carga horária diária, totalizando 32 horas semanais. “O sucesso dessa prática, que já está em execução há dois anos, se dá pela nossa cultura de confiança nas pessoas e no potencial delas. Tiramos um dia e o desempenho não caiu; ao contrário, o faturamento subiu. Não precisamos gerenciar o tempo das pessoas, mas sim a entrega”, destaca Viviane.

Nesta foto, vemos o time da Éfi em um momento descontraído, demonstrando claramente a camaradagem e o espírito colaborativo da equipe. Todos estão vestidos com camisetas da marca Éfi, nas cores laranja e cinza, criando um visual harmonioso e coeso. O grupo está sorrindo, trocando olhares e gesticulando, indicando uma atmosfera alegre e de integração. A imagem transmite um ambiente de trabalho acolhedor e descontraído, onde todos parecem à vontade e conectados uns com os outros. A disposição informal e os sorrisos refletem um time engajado e unido, com forte senso de equipe.

Time Efí

A empresa investe em escuta ativa, promovendo pesquisas internas e mantendo canais abertos para dúvidas e sugestões. “Mantemos um ambiente colaborativo onde as pessoas se sentem ouvidas. Desde que entrei aqui, a empresa sempre teve esse hábito de ouvir, porque são elas que fazem o negócio girar”, ressalta.

Com cerca de 500 colaboradores espalhados por várias regiões do país, o Efí Bank enfrenta o desafio de manter uma cultura viva em um ambiente remoto. “A cultura vai se aperfeiçoando. Temos alinhamentos internos, reuniões com o CEO em que o time se inteira dos principais assuntos. No recrutamento, atraímos pessoas que querem trabalhar pelos nossos valores e pela forma como cuidamos das pessoas”, explica Viviane.

A saúde mental dos colaboradores também é prioridade, com programas de desenvolvimento, rodas de conversa e um time de psicólogos internos. “Cuidamos das pessoas com benefícios robustos, como plano de saúde, salários competitivos e a semana de quatro dias. Nosso desafio é cuidar da cultura e criar um ambiente saudável em que as pessoas se sentem valorizadas e queiram ficar”, conclui.

Pitang, equilíbrio e proximidade no trabalho remoto

Na Pitang, empresa de Recife que desenvolve serviços de TI, o equilíbrio entre vidas pessoal e profissional é um dos pilares. Antônio Valença, cofundador e CEO da empresa, destaca que 61% dos colaboradores apontam o equilíbrio proporcionado pela companhia como principal motivo de permanência. “Nossa premissa é equilibrar a vida pessoal e profissional. Temos liberdade para o trabalho remoto e presencial, com 95% dos mais de 400 colaboradores trabalhando remotamente, mesmo com essa bela vista para o mar”, brinca.

A Pitang mantém uma estrutura organizacional horizontal, permitindo proximidade entre os pintangueiros, como são chamados os colaboradores. “Temos uma preocupação genuína em acompanhar de perto as pessoas, com programas de escuta ativa e agendas para ajudar nesse equilíbrio”, diz Valença. A empresa investe em ações para manter a cultura viva, mesmo a distância, como reuniões regulares com líderes informais, cafés com a diretoria e eventos internos.

Um gesto simples, mas significativo, é a ligação que Valença faz para todos os colaboradores no dia do aniversário. “É uma oportunidade de entender o momento profissional deles e, se houver abertura, o pessoal. Pode trazer feedbacks importantes para a empresa”, explica.

Luana Leão, gerente de desenvolvimento de talentos da Pitang, complementa que a empresa promove encontros geracionais para aprender com os novos talentos e valorizar a experiência dos mais maduros. “A liderança tem o papel de proporcionar ambientes onde todos possam ser eles mesmos e contribuir. Nossa entrega é uma só, e tudo o que fazemos tem de ter um olhar inovador e diverso”, enfatiza.

A Pitang também investe em programas de formação de estagiários, atraindo novos talentos e promovendo a diversidade. “Na última turma, tivemos 5 mil inscritos e contratamos pouco mais de 20 após um treinamento de três meses”, conta Antônio. Além disso, a empresa planeja lançar o ‘Pintagas’, uma moeda virtual para reconhecer colaboradores que se destacam, reforçando valores e incentivando a excelência.

Onebrain, engajamento e valorização da cultura em ambiente remoto

Com 61% dos colaboradores valorizando o equilíbrio entre vidas pessoal e profissional, segundo o GPTW 2024, Danielle Carvalho Leonardi, diretora de People da onebrain, revela que a empresa tem um foco grande no bem-estar dos seus colaboradores, ainda que a maioria fique alocado no cliente. “Batemos nessa tecla diariamente, não somos uma consultoria que contrata e esquece o nome do colaborador”, afirma.

Para manter o bem-estar dos funcionários, a onebrain adota uma série de iniciativas. Inclusive, muitos dos seus clientes também colocam em práticas outras iniciativas que acabam sendo praticadas pelos talentos da onebrain. A onebrain trabalha com grandes clientes como iFood, Sympla e Nomad, que adotam práticas de qualidade de vida, como liberar as manhãs de quarta-feira ou oferecer a ‘short Friday’.

A empresa conta ainda com Business Partners que acompanham mensalmente os colaboradores, promovendo feedbacks, identificando melhorias e eventuais problemas. “Temos vários ouvidos para que a pessoa se sinta bem”, complementa. Na parte de saúde mental dos funcionários, a onebrain oferece dois aplicativos: o Clude, voltado para saúde mental, telemedicina e consultas com nutrólogos e psicólogos; e o C4 Life, um canal de apoio que ajuda em diversas situações, desde dúvidas sobre contratos até problemas financeiros ou jurídicos. “É como um 0800 ou chat que traz soluções para a vida”, explica.

Os colaboradores também têm o dia de aniversário livre para aproveitar da maneira que desejarem. Mensalmente, a empresa realiza ainda pesquisas de satisfação e engajamento para entender se está tudo bem e identificar pontos de melhoria. Há incentivo ao esporte por meio do Total Pass, que dá acesso a academias, pilates, lutas e até massagem. “Divulgamos o ranking de quem está usando mais, reforçando que não é só academia”, diz Danielle.

Mesmo sem escritório físico há um ano e meio, a onebrain busca manter a cultura e o engajamento dos seus cerca de 70 colaboradores espalhados pelo Brasil e até fora do Pais. “É bem desafiador manter a cultura em home office. Tem um trabalho de formiguinha, de marcar reuniões, de pesquisas. É desafiador, é um ponto que não podemos desistir”, ressalta.

A empresa também valoriza o crescimento interno, com exemplos como o CEO que começou como estagiário e a CFO que era assistente administrativa. “A segurança psicológica é muito importante para nós. Nos importamos com que as pessoas fiquem. Mesmo se o cliente cancelar o contrato, nos comprometemos a realocar o colaborador em outro projeto ou, na pior das hipóteses, ajudamos com o currículo e ofertamos esses funcionários”, afirma.

Após passar por um layoff no final de 2022, a onebrain criou o ‘Grilo Club‘, um benefício corporativo para recolocação profissional, que oferece acesso a uma plataforma de vagas e extrapolou as fronteiras da onebrain. “Estamos, inclusive, procurando parceiros para que a iniciativa cresça”, diz Danielle.

Para o futuro, a onebrain está preocupada com o engajamento. “Estamos pensando em o talento falar que trabalha na onebrain e depois que trabalha no cliente. É um trabalho árduo, e a parte mais difícil é fazer com que se sintam parte da onebrain”, conclui.

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