Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Você sabia que dentro do seu celular tem ouro, prata, entre outros metais valiosos? Qual o nosso papel diante dos aparelhos obsoletos que já consumimos?

Quanto vale o lixo eletrônico?

Os eletrônicos fazem parte da nossa vida, da hora que acordamos até a hora de dormir, seja o onipresente celular, nossos eletrodomésticos, o computador do tabalho, o vídeogame. Você sabia que mesmo quando obsoletos para o nosso uso, eles ainda têm valor para a indústria? Quando esses produtos são descartados da forma correta, seus componentes (incluindo ouro!) são reaproveitados, contribuindo para a economia circular.

Para reciclar e reaproveitar os materiais, a indústria conta com parcerias com associações e ONG’s. É o caso da Green Electron, fundada pela Associação Brasileira da Indústria Eletro Eletrônica (ABINE), que tem o objetivo de implantar e operacionalizar a logística reversa de aparelhos eletrônicos nas empresas. 

O gerente-executivo da Green Electron, Ademir Brescansin, conta que hoje são mais de oito mil pontos de coleta de pilhas e mil pontos de coleta de eletroeletrônicos em 23 estados no Brasil.As pessoas são o ponto de partida de toda a transformação:

“Tudo começa pelo consumidor. Tanto os eletroeletrônicos quanto as pilhas estão nas casas das pessoas. Nas nossas casas, certo? Então, se a gente não der aquele primeiro passo, de levar esses produtos até um ponto de coleta, você pode criar o melhor sistema de logística reversa do mundo, colocar um coletor em cada esquina, que não vai acontecer nada.”


A partir do descarte certo, a Green Electron coleta o produto e transporta até as empresas de manufatura reversa, onde o equipamento é desmontado e separado por tipos de materiais. “Aí sim os materiais vão para os recicladores, que vão transformá-los em matéria prima para fazer outro produto. Quando o descarte vira matéria-prima, nossa responsabilidade acaba”, conclui.

O futuro é obra do presente

A Programando o Futuro é uma ONG sediada no Gama, cidade a 30km de Brasília, que se especializou em separar partes de eletroeletrônicos e destinar para a indústria. Ela atua em todo território nacional, desenvolvendo projetos em parceria com a sociedade civil, empresas e o poder público.

O fundador e coordenador da Programando o Futuro, Vilmar Nascimento, decidiu pôr a mão na massa quando percebeu que ninguém dava jeito nesses equipamentos na capital do país. 


“As cooperativas de catadores não tinham destino correto, o serviço de limpeza mandava para o aterro. A gente resolveu se especializar. Encontramos a complexidade que é tratar lixo eletrônico, de separar resíduo por resíduo, tipo por tipo, e identificar quem são as indústrias que fazem a reciclagem final desse material, e principalmente indústrias que aproveitam essa matéria-prima pra novos produtos”, conta. 


 

Mineração Urbana  

Esse trabalho de selecionar, extrair e reencaminhar os componentes, feito pela Programando o Futuro, é a descrição da mineração urbana.

A grande vantagem está na possibilidade de reduzir a necessidade de extração de insumos novos, por meio da mineração tradicional.  


“A reciclagem dos eletrônicos é precisa. Existem inúmeros estudos que dizem o que se compõe em uma tonelada de placas, por exemplo, qual a quantidade de cobre e de ouro. Então, essa mineração urbana, essa reciclagem dos eletrônicos, ela é muito precisa e ela não é poluente, porque ela já poluiu uma vez pra tirar da natureza”.  


 

Garimpo eletrônico, ganho social!     

Outro benefício da destinação correta do lixo eletrônico é a possibilidade de recondicionar equipamentos para ajudar milhares de jovens e adultos a estudar e desenvolver habilidades. trabalho que também é desenvolvido pela Programando o Futuro.

Além de recondicionar computadores e tablets para escolas e associações, a Programando o Futuro oferece cursos gratuitos de informática básica, manutenção de computadores e robótica para a comunidade. 

Computadores são recondicionados para formar jovens e adultos em cursos técnicos

Eric Mendes, 18 anos, se inscreveu no curso de manutenção de computadores para aprender a montar seu próprio computador.  “É um curso, gratuito, de pouco tempo, e que vai te dar um certificado que vai te possibilitar atuar no mercado de trabalho nessa área, que está em constante crescimento”, reitera. 

É na sala de aula que os alunos também aprendem sobre meio ambiente, de acordo com a  professora de informática básica, Ana Mendes: “Falo pros meus alunos que eles não vão regar um pé de manga com pilhas. Eles vão regar com água. E se a gente estraga esse solo, se a gente prejudica o nosso meio ambiente, o ser humano não está pensando nem em si ali. Ele não está pensando em ninguém, porque se prejudica pra um, prejudicará todo mundo”.      

Como e onde descartar meu lixo eletrônico? 

É bem provável que você tenha uma gaveta ou um armário acumulando pilhas, eletrônicos obsoletos ou estragados. Confira as dicas sobre como descartar corretamente esses materiais.

1. Antes de sair de casa, é importante separar os materiais.

2. Não desmonte os eletrônicos que vai descartar, basta deixá-lo no coletor por inteiro. 

3. Baterias de lítio, como de celulares e notebooks, devem ser deixados na área para eletroeletrônicos.

4. Pilhas podem ser descartadas soltas ou em uma sacola plástica no ponto de coleta de pilhas ou de eletrônicos.

Você pode conferir onde está o ponto de coleta mais próximo no site da Green Electron.

Sim, nós somos multimídia!

No Banco de Mídia da Indústria, você verifica essas e outras imagens sobre Lixo Eletrônico. O acesso é gratuito, basta fazer uma breve inscrição.

Por: Judith Aragão

Revisão: Ariadne Sakkis
Foto: Iano Andrade 
Da Agência de Notícias da Indústria

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