Passei a terça-feira na redação da VEJA em São Paulo e gravei duas participações para a TVeja com Joice Hasselmann. A primeira foi o bate-papo “Aqui entre nós” que vai ao ar na sexta; a segunda foi o comentário para o Giro de colunistas da manhã de quarta, que antecipo em transcrição abaixo. Os 6,2 bilhões de reais em corrupção na Petrobras – no modestíssimo cálculo oficial – não foram o bastante para os senhores ministros manterem os assaltantes presos.
****
A festa da impunidade brasileira teve mais um dia de sucesso, conforme o esperado.
O STF soltou na pista o empreiteiro Ricardo Pessoa, da UTC, coordenador do clube do bilhão da Petrobras, depois que ele ameaçou baixar o astral do PT entregando a alta cúpula da organização criminosa.
O homem que disse pela VEJA ter animado as campanhas petistas de 2014, incluindo a de Dilma Rousseff, com 30 milhões de reais, que contou ter pago despesas pessoais de José Dirceu, que disse ter detalhes da participação dos ministros Jaques Wagner e Edinho Silva, tesoureiro da campanha de Dilma em 2014, na coleta de dinheiro para candidatos petistas – este homem, senhoras e senhores, agora já pode sambar na cara da sociedade, graças aos DJs Teori ["Da Conspiração"] Zavascki, Gilmar Mendes e ele mesmo: Dias Toffoli, advogado de carreira no PT que assumiu o posto no STF garantista para garantir a impunidade dos comparsas.
Não satisfeito, Zavascki – aquele mesmo que garantiu duas vezes que Renato Duque ficasse solto na pista – ainda propôs libertar outros bandidos presos preventivamente em novembro, como Agenor Franklin, José Ricardo Breguirolli, Gerson de Mello Almada, Sergio Mendes, Erton Medeiros, João Ricardo Auler e Matheus Coutinho, para participarem da festa da impunidade também.
Enquanto os otários acreditam no papo de que “Ricardo Pessoa estava sofrendo antecipação de pena, o que é ilegal”, a decisão política do STF poderá se estender ainda a Léo Pinheiro, o homem que também ameaçou entregar Lula, dizendo uma parte escabrosa, mas só uma parte, do que realmente sabe do ex-presidente.
O governo do PT, além de dar poder ao DJ Dias Toffoli, também passou a mão na cabeça de Pessoa com a pressão da CGU pelos acordos de leniência que permitem que às empreiteiras continuarem a fazer negócios na administração pública e, claro, com a demonização do juiz Sergio Moro e dos procuradores da Operação Lava Jato pela imprensa petista.
Porque você sabe, né: o PT critica a oposição por procurar um crime que justifique o impeachment da Dilma, mas passa dia e noite procurando irregularidades na atuação de Moro.
A festa da impunidade vai durar a semana inteira em Brasília.
Com muito champanhe gelado, o PT comemora a derrota do Brasil.
Felipe Moura Brasil ⎯ http://www.veja.com/felipemourabrasil
Comentar
E ainda absolveram o Pessoa da ameaça à testemunha. Igual no mensalão: só sobrou para os operadores, que são meros consultores e facilitadores da ladroagem. Daqui a alguns dias o STF vai decretar que a Petrobras deu lucro!
Bem-vindo a
Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI
© 2024 Criado por Textile Industry. Ativado por
Você precisa ser um membro de Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI para adicionar comentários!
Entrar em Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI