Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Resultado da política de corte de impostos ainda não está claro

Resultado da política de corte de impostos ainda não está claro

Governo disse que exigiria contrapartidas das empresas beneficiadas, mas não há acompanhamento

30 de junho de 2013 | 2h 10

BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo

O governo não divulgou até o momento nenhuma avaliação sobre o efeito das desonerações da folha nos setores beneficiados. "Apesar do custo elevado, não sabemos qual é o resultado efetivo", comentou o economista José Roberto Afonso.

Ele observou que, quando anunciou a inclusão de mais 15 setores no regime de desoneração em abril do ano passado, o governo informou que exigiria contrapartidas em geração ou manutenção de empregos, ganhos de produtividade e exportação. "A ideia é boa", comentou. Ele citou o exemplo de países asiáticos, como a Coreia do Sul, que cortam tributos das empresas pelo cumprimento de metas de produção e exportação.

No Brasil, porém, não existe um acompanhamento. A própria Medida Provisória (MP) que regulamentou o Plano Brasil Maior 2 não continha nenhum dispositivo prevendo qualquer tipo de compromisso por parte das empresas.

Negativa. Afonso e o economista Gabriel Leal de Barros solicitaram à Receita Federal, por meio da Lei de Acesso à Informação, um levantamento da renúncia fiscal decorrente da desoneração da folha, dividida por setores. O órgão respondeu que precisaria fazer um levantamento específico para apurar o que havia sido solicitado, o que custaria caro ao setor público. Por isso, o pedido foi negado.

Dessa forma, disse Afonso, a desoneração se caracteriza como uma política altamente discricionária. Ele lembra que, de início, em 2011, o corte na tributação sobre a folha tinha uma lógica econômica, que era ajudar os setores com uso intensivo de mão de obra, que sofriam concorrência mais dura com os produtos importados, como calçados, têxteis e tecnologia da informação (TI).

Essa lógica, no entanto, se perdeu na segunda fase, no ano seguinte, com a inclusão de mais 15 setores, depois expandidos para 40 durante a tramitação no Congresso, sob o argumento de que eles seriam importantes para gerar empregos e manter o crescimento econômico.

"Mas todos os setores fazem isso, até o setor público", observou o economista. Nessa segunda leva, foram beneficiadas as empresas de call center, que muito pouco têm a ver com exportações, e os hotéis, que passam por uma fase de demanda aquecida.

Em países da Europa do Leste, observou ele, muitos países adotam a desoneração da folha de pagamentos como uma política de geração de emprego. Lá, porém a população desempregada é grande. No Brasil, as taxas de desemprego atingiram os níveis mais baixos da história. / L.A.O.

 

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