REYNALDO ROCHA
O PT em seus delírios persecutórios e tentativas intermináveis de transferir todos os males do Brasil a uma dita “direita” conseguiu o não desejado. Por eles.
O PT criou e está fortalecendo uma nova direita.
Ao rotular como direitistas todos os oponentes (com acréscimos de adjetivações tais como “raivosos” ou “trogloditas”), criou uma legião de mais de 44 milhões de brasileiros que não escolheram o projeto de poder hegemônico do PT.
São muitos. Milhões. A se acreditar na cantilena diária dos lulopetistas. Por que eu deveria duvidar? E Lula prestou uma notável contribuição ao propor a divisão do Brasil em “nós e eles”. De tanto insistir, esta odiosa linha divisória hoje está entranhada no imaginário social.
Por fim, ao se afirmar como sendo a outra face da moeda (ou seja, a esquerda), acabou por fortalecer ainda mais a quem pretendia exterminar.
Afinal, se for contraponto às práticas do PT (de esquerda, a direita acaba sendo a opção natural para quem não comunga com corrupção, aparelhamento da máquina administrativa, afronta ao Estado de Direito, política externa mambembe, entre outros absurdos.
Com crescente intensidade, jovens (e outros nem tão jovens) assumem-se como de direita, sem que escondam ou se envergonhem da denominação.
São informados. Não confundem “direita” com nazismo ou fascismo. Ao contrário, explicitam de modo claro que são democratas, acreditam no Estado de Direito, na meritocracia e na liberdade de mercado. E defendem regulações neste mesmo mercado. São absolutamente atuais nas convicções. E nem um pouco radicais ou sectários.
O que antes era vergonha hoje é somente uma opção democrática.
Há sim uma nova direita no Brasil. Se por tantos anos todos fomos contra a direita – por representar a ditadura militar de modo claro – hoje não mais.
Queiramos ou não, a ditadura brutal que nos humilhou já conta com 50 anos de seu início. Nesse período, o mundo mudou. A URSS deixou de existir. Veio abaixo o Muro de Berlim. O capitalismo – tantas vezes dado como morto – continua a balizar o caminho da maioria do mundo civilizado. Até na China.
Os exemplos de esquerda no mundo são quase caricatos. Um ditador com cara de suíno na Coréia, uma dupla (ou parelha) de irmãos em Cuba, um defunto na Venezuela, um cocaleiro na Bolívia e um líder popular no Brasil que nunca foi de esquerda. Sempre foi uma metamorfose ambulante, como se autodefiniu. E que hoje é só lobista de empreiteiras e amante de secretária paga com nosso dinheiro.
O que esperávamos – nós, os simplesmente democratas – que fosse observado pelo que dizíamos perdemos a batalha. O PT ganhou. Foi este partido que recriou a direita no Brasil.
Ser “direitista” já não é mais ofensa. Passou a ser garantia de não estar de acordo com os poderosos de plantão.
Deixou de ser exemplo de insensibilidade. As verbas para prevenção de acidentes – ou falta delas – são o maior exemplo de quem é insensível. E são eles.
A pluralidade foi esticada a tal ponto que as cotas raciais, étnicas, sociais e outras excluem aqueles que nelas não se enquadram.
A política econômica é destruída quando afastada da responsabilidade fiscal e da não ingerência estatal em todo o mercado. Não se encontra mais quem se sinta ofendido por ser rotulado de direitista por ser contra a demagogia econômica do governo federal, baseada em crédito fácil (teria um fim, naturalmente), criação desenfreada de estatais e sucateamento de outras por indicações de companheiros (vide Petrobras).
As pessoas se perguntam: ser de direita é ser contra isto que aí está? E dizem: então sou!
Não é exatamente isto que o PT sempre pregou? Quem não está comigo (esquerda) é meu inimigo (direita)?
Está somente colhendo o que plantou.
Creio que esta visão ainda não chegou aos partidos de oposição. Mas irá chegar. Fica claro que é irresistível enquanto tomada de posição.
Resta admitir que o PT é mesmo muito competente. É situação, oposição a si mesmo, “reescritor” da história, vítima eterna culpando terceiros (ou o passado ou o mundo todo), e ainda, quem criou o que as oposições oficiais não conseguiram (sequer tentaram) oferecer como alternativa.
O PT conseguiu até transformar a doutrina social-democrata, mundialmente identificada como de esquerda, em coisa de “direitistas raivosos”. Idem com os liberais, sociais-cristãos, etc.
Um feito! Mais um. No fundo, todos temos que agradecer.
Obrigado, PT
http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/secao/feira-livre/
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