Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Roupas ficam pesadas também para o bolso nesse inverno

 

 

Com a proximidade da estação mais fria do ano, as roupas leves de verão ficam para trás, e as peças mais pesadas saem dos guarda-roupas para tomar as ruas da cidade.




Alta no preço do algodão terá impacto no preço final dos produtos. (Foto Eduardo Montecino)

 

Mas neste ano, os itens de inverno devem ficar mais pesados também para o bolso do consumidor. E o motivo é a alta no preço do algodão. Isso porque a matéria-prima é fundamental para a indústria têxtil, podendo representar até 50% do custo dos itens produzidos. Para se ter uma ideia, uma calça jeans, por exemplo, pode conter até 52% de algodão na composição. Além dos jeans, os moletons e sarjas também possuem grande teor de algodão, ficando mais caros na nova estação.

De acordo com o presidente do Sindicato Patronal das Indústrias do Vestuário, Fiação e Tecelagem da região, Neocir Dal-Ri, o reajuste é generalizado, e iniciou no último semestre do ano passado. Na ocasião, as indústrias utilizaram seus estoques e conseguiram impedir aumentos significativos. Mas com a necessidade de novas compras no setor, os impactos passam a ser sentidos pelos consumidores justamente nas peças das coleções Outono/Inverno, que já costumam possuir maior valor agregado. “As roupas de inverno custam em média 25% a mais que as de verão. Porque são mais pesadas, levam mais tecido e, consequentemente, mais algodão. Mas além deste valor, neste ano, podem chegar até 20% mais caras ao consumidor final. É que as empresas não têm mais o que fazer, precisam repassar os custos. Somos reféns da cadeia produtiva”, revela.

 

 

Empresários confirmam alta

O diretor executivo da Marisol, Marcos Roberto Zick, também confirma os esforços dos empresários em absorver os custos. “As indústrias do vestuário de uma maneira geral, nos últimos anos, procuraram absorver boa parte dos aumentos de custos, evitando o repasse para o consumidor final, e quando o fez, se restringiu a recompor os preços com reajustes abaixo da inflação”, afirma, ressaltando, porém, que a alta do algodão, gerou fortes impactos no setor, pressionando portanto a alta nos preços.

 

 

Setor espera manter vendas de 2010

O reajuste no preço do fio do algodão chegou a 85% no decorrer do ano passado. A alta foi estimulada pela quebra de safra de importantes produtores, como o Paquistão e a decisão da Índia, outro importante fornecedor, em suspender as exportações.

Ainda de acordo com Dal-Ri chegou a faltar algodão no mercado, o que também pode ter contribuído para a elevação dos preços. No Brasil, entre os principais produtores do insumo estão os estados de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Bahia, Goiás e Minas Gerais. Mas é do Nordeste que vêm a maior parte da matéria-prima utilizada pela indústria têxtil no Vale do Itapocu.

Outra dificuldade do setor é a queda nas exportações. Com o câmbio desfavorável e diante da concorrência desleal de países asiáticos, principalmente da China, as indústrias do vestuário são forçadas a focar as vendas no mercado interno. “Cada vez mais o Brasil exporta commodities e depois, importa o produto pronto. Corremos o risco de nos tornar meros revendedores”, alerta.

Em relação às vendas de inverno, o presidente diz que o setor não espera incremento. “A economia vive um bom momento e as pessoas estão consumindo mais. No inverno as peças possuem maior valor agregado, mas as pessoas compram menos itens, até porque a estação é curta. Para este ano, não esperamos aumento nas vendas se mantivermos os índices de 2010 já será excelente”, comenta.

 

 

FONTE: CORREIO DE POVO

por Débora Volpi

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