Eike vende tudo: empresário se desfaz de ativos para saldar dívidas (Alaor Filho/AE)
De homem mais rico do Brasil e 7º mais rico do mundo em 2012, o empresário Eike Batista passou a acumular outro superlativo este ano: o de maior vendedor de bens. As dificuldades financeiras enfrentadas por suas empresas fizeram com que Eike, como principal acionista, tivesse de se desfazer de inúmeros ativos para suavizar as perdas. As vendas incluem desde ações das companhias do grupo EBX até carros e jatinhos. O mais recente bem na lista de liquidação é o barco Pink Fleet, que o empresário teve de enviar ao desmanche para conseguir negociar a venda das peças. Inteiro, ninguém quis.
Confira a lista dos itens vendidos - ou quase:
Na segunda metade deste ano, Eike tentou vender seu luxuoso iate, o Pink Fleet, mas não encontrou nenhum comprador. O barco é usado como plataforma de eventos corporativos na baía de Guanabara. Mas a atividade não tem rendido muitos ganhos. Eike, então, se viu obrigado a optar pelo desmanche. Com capacidade para 400 pessoas e 54 metros de comprimento, a embarcação dava uma despesa mensal de 300 mil reais.
Em junho de 2013, o grupo EBX colocou à venda o Hotel Glória, em um momento em que as ações das empresas de Eike sofriam quedas seguidas. O empreendimento foi comprado pelo grupo suíço Acron por 225 milhões de reais. Eike arrematou o Glória, um dos cartões postais do Rio de Janeiro, com o objetivo de transformá-lo no hotel mais luxuoso da cidade. Conseguiu uma linha de financiamendo do BNDES de 190 milhões de reais para levantar o hotel até a Copa. Não conseguiu. Não só o Glória está em obras abandonadas, mas também seu todo o seu entorno. Eike comprou o hotel em 2008 por 80 milhões de reais.
Em meados de maio, o empresário vendeu um de seus três aviões, o Legacy 600, da Embraer, segundo melhor jato de sua frota por 14 milhões de dólares, depois de tê-lo adquirido por 26 milhões de dólares. Com capacidade para transportar dezesseis pessoas, a aeronave, encomendada pelo próprio Eike e adquirida em 2008, conta com cozinha e dois banheiros e ainda tem autonomia para voar 6.000 quilômetros sem escalas.
A OGX é o centro da crise das empresas de Eike. Seu principal ativo, o campo de Tubarão Azul, se provou improdutivo. Desde então, as ações da empresa despencam e chegaram a valer 30 centavos na última semana. Desde junho, o empresário tem vendido ações da companhia. À época, ele "se livrou" de 56 milhões de papéis, arrecadando 75 milhões de reais. Em agosto, foram 152 milhões de ações vendidas. Na semana passada, Eike se desfez de mais 177 milhões de papéis, o equivalente a 5,49% da empresa. Em nota, a OGX afirmou que as vendas "fazem parte de um contínuo processo de aperfeiçoamento da sua estrutura de capital, e têm por objetivo cumprir determinadas obrigações financeiras com credores da holding EBX".
No mês de março, Eike vendeu 24,5% da MPX Energia para a alemã E.ON. Com a aquisição, a participação da E.ON no capital da companhia do grupo EBX aumentou de 11,7% para 36,2%, já que desde 2012 a alemã havia se tornado acionista. Em julho deste ano, prevendo que a empresa de energia era um de seus ativos mais valiosos, Eike deixou o controle nas mãos da E.ON para tentar desvincular a MPX da crise de credibilidade que o ex-bilionário vem enfrentando.
No início de abril, o grupo EBX confirmou a venda de 20% do capital da SIX Automação para a IBM, subsidiária da SIX Soluções Inteligentes, empresa de tecnologia do conglomerado de Eike Batista. O acordo ainda previa a terceirização de atividades operacionais de tecnologia da informação do grupo EBX para a IBM na ordem de 1 bilhão de dólares, por um período de dez anos.
No mês de agosto, o empresário vendeu 5,38% de seu capital da companhia de construção naval OSX. A participação corresponde a 16,8 milhões de papéis. No mesmo dia, Eike havia anunciado que venderia 50 milhões de dólares em ações da empresa. No dia das vendas, a ação da OSX encerrou cotada a 0,88 real. Até julho, o grupo EBX possuía 75,4% da empresa. A OSX possui os ativos mais arriscados do grupo: ela foi criada para construir os estaleiros usados pela OGX para a exploração de petróleo. Como a atividade da petroleira está em xeque, a existência da OSX também.
No início de setembro, o empresário confirmou que estava negociando a venda de uma participação na MMX Mineração e do Porto Sudeste. Dentre os possíveis compradores, estariam conversando sobre o assunto a mineradora suíça Glencore Xstrata, a trade de commodities alemã Trafigura Group e o fundo soberano de Abu Dhabi, Mubadala.
Ainda em junho deste ano, Eike colocou à venda a IMX, empresa que detém metade do Rock in Rio, 5% do Maracanã e da franquia do Cirque de Soleil no Brasil. A companhia foi oferecida a diversos fundos de private equities, mas o valor pedido assustou os interessados: 500 milhões de reais. A ideia era vender o controle, mas o empresário manteria uma participação minoritária. Até agora, os compradores não se manifestaram.
http://veja.abril.com.br/noticia/economia/saldao-do-eike-confira-o-...
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Queremos saber com irá ficar o débito com o BNDES de cerca de R$ 10 Bi, dos nossos impostos.
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