Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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São Paulo Fashion Week encerra sua 29ª edição com os olhos para o futuro

Fonte:|revistafator.com.br|

Evento terá inovações em 2011, quando completa 15 anos. Além do tema e desfiles, anúncio de novos projetos fazem a moda brasileira encerrar um ciclo e partir para uma nova etapa.

A edição do São Paulo Fashion Week Verão 2011, sob o tema “Anima”, realizada de 8 a 14 deste mês de junho, depois de 39 desfiles, uma Bienal bem movimentada e o melhor da moda da América Latina sendo apresentada nas passarelas, encerra um ciclo virtuoso e abre uma fase de novas perspectivas para a moda brasileira.

Agora, aponta-se para um novo ciclo, nas palavras do diretor criativo do evento, Paulo Borges. “Percorremos os primeiros 15 anos desse projeto que estipulamos ter 30 anos para amadurecer. É um momento mais que especial”, acrescentou.

Mais de cem mil pessoas circularam na Bienal, transformada em grande praça, com cataventos gigantes formando um verdadeiro jardim, além de uma roda gigante de parquinho de diversões, que encheram de movimento e alegria a entrada e o grande vão central do prédio desenhado por Oscar Niemeyer. Também mereceram destaque as paredes estampadas com grafismos assinados por artistas de blocos afro de Salvador, numa tradução livre dessa ANIMA diversa e tipicamente brasileira.

Animada também esteve a passarela com as estréias de João Pimenta, Fernanda Yamamoto e Adriana Degreas, e a consagração do talento e da diversidade criativa das marcas que formam o line-up do evento. As principais modelos brasileiras de destaque internacional marcaram presença e foram um ponto alto nessa edição. Nomes como Isabeli Fontana, Gracie Carvalho, Carol Trentini, Isabel Goulart, Ana Cláudia Michels, Bárbara Berger e a volta da uber top Gisele Bündchen após a maternidade, causaram verdadeiro frisson no público que acompanhou os desfiles. Fernanda Tavares, Shirley Mallmann e Eva Herzigova retornaram às passarelas, e personalidades como Paris Hilton. Grazi Massafera e Reynaldo Giannechini causaram frisson.

Evolução e Inovação - Na abertura do evento, em parceria com o Instituto Nacional de Moda e Design, foi realizada a 7ª edição dos Encontros de Economia Criativa, em que foram discutidos pontos de encontro entre moda e design, com a participação de Humberto e Fernando Campana, Armand Hadida, Maria Helena Estrada, Waldick Jatobá, Paulo Borges, Lidia Goldenstein, Lala Deheinzelin e Graça Cabral. Entre os destaques, a necessidade de fomentar a ousadia, o risco inerente à criação e inovação, e o rigor na seleção e execução de produtos e projetos.

Há mais de três anos, o In-Mod, braço institucional do calendário, vem reunindo lideranças empresariais e governamentais para pensar e discutir estratégias de desenvolvimento, com destaque para a chamada economia criativa, e em particular moda e design, como grandes ferramentas de transformação no século XXI. Um setor com forte desempenho econômico, podendo atuar como fator de inovação, inserção e interação social, sustentabilidade e fortalecimento de valores, diversidade e credibilidade de comunidades e empresas. Mais ainda, um setor com elevada capacidade de geração de empregos, não só mais qualificados como melhor remunerados, de atração de investimentos e alavancagem das exportações.

Como articulador de diversas redes criativas e ao inovar e integrar meios culturais e criativos da economia, o SPFW é visto em vários lugares do mundo como uma referência da chamada Economia Criativa, ao lançar mão de ativos intangíveis, como articulação, novos modelos, marca, idéias e estratégias, para criar futuros e transformar realidades e ativos tangíveis.

“Agora é hora de apontar novamente para o futuro e a edição que expressou a alma brasileira é o desfecho desse período virtuoso vivido pelo São Paulo Fashion Week e o início de um ciclo novo”, declara entusiasmado Paulo Borges.

Alguns futuros já se projetam com destaque. É o caso dos dois salões voltados para reconhecimento, exposição e comercialização do design brasileiro e que, a partir de junho de 2011, passam a integrar junto com o SPFW o calendário internacional de lançamentos de moda e design do país.

Lançados durante o evento, o 1DES100 - UN-DES-CENT e o DESIGN SÃO PAULO fazem parte do processo de ampliação do calendário e têm como eixo o fortalecimento e a inspeção do design brasileiro no mundo.

“Vamos intensificar a internacionalização dos produtos brasileiros e colocar a moda e o design do Brasil em outro patamar no mundo”, garante o empresário francês Armand Hadida, um dos curadores do novo salão de negócios que será realizado em parceria com o In-Mod e a Luminosidade. O empresário é responsável pela TRANOI, a mais importante feira do setor que acontece duas vezes ao ano em Paris e atrai expositores e compradores do mundo inteiro, além de presidir a empresa L’Eclaireur.

Hadida explica que o 1DES100 traz um conceito inteiramente novo no mundo com uma mostra selecionada e precisa do que há de melhor no mercado a cada temporada, posicionando definitivamente o país na rota dos principais compradores internacionais. O Design São Paulo completa o tripé design, arte, tecnologia com foco no design de edição limitada e participação de designers e galerias nacionais e internacionais.

Entrevistas Inéditas com presidenciáveis - Em um processo de consolidação de mercado semelhante ao já vivido por vários países europeus e pelos EUA, a SPFW têm tido um papel importante na evolução e consolidação da moda brasileira nos últimos 15 anos. Com múltiplos encadeamentos positivos com os mais diferentes setores da economia, o Calendário Oficial mostrou que a moda pode ser um fator de liderança na competitividade e inovação no país.

O Brasil vive atualmente um cenário macroeconômico bastante positivo. O controle da inflação e a queda dos juros vêm permitindo uma elevação importante do crédito na economia, gerando um círculo virtuoso, de aumento de renda, emprego e consumo. O aumento do mercado consumidor doméstico tem aberto uma boa perspectiva para as indústrias terem mais escala e investirem em produtos de melhor qualidade, com maior valor agregado.

O valor do produto de moda se relaciona essencialmente com a dimensão simbólica, em especial destaque o design e a marca. O conhecimento que impulsiona a inovação na indústria da moda é um conhecimento 360º, que se alimenta da imensa diversidade e criatividade brasileira, acrescido de competência em design, construção de marcas e em toda uma gama de atividades que tem interface com diversas outras expressões artísticas e culturais.

A importância da moda também é palpável na multiplicação da demanda por novos serviços ligadas às indústrias criativas, não se limitando aos setores que a circundam mas interagindo com diversas outras indústrias de bens de consumo.

Ao longo da semana, os três principais candidatos à presidência da República – Dilma Rousseff, José Serra e Marina Silva, abriram espaço em suas concorridas agendas, entre uma convenção e outra, para conversar com Paulo Borges sobre a importância estratégica da moda e os planos de governo para o setor.

Dilma Rousseff reconheceu a importância do design como diferencial competitivo e esclareceu, pela primeira, vez, como será a atuação do Ministério para Médias e Pequenas Empresas que pretende criar se for eleita. Disse que a moda e o design, a exemplo de outras atividades ligadas à inovação, devem contar com empresas de incentivo à pesquisa, como a Embrapa - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, além de facilidade de financiamentos.

"Há muito empreendedorismo na moda, a maioria feita por mulheres. É um segmento que terá muita importância em meu governo, se eu for eleita", disse a candidata do PT na entrevista.

José Serra defendeu incentivos efetivos do governo federal, estadual e municipal- como redução de tributos e maior controle alfandegário contra importações ilegais. Ele destacou a necessidade de criação de parques tecnológicos regionais, em várias regiões do país, para desenvolver o design de moda, incentivando a inovação aliada à produção.

"Tecnologia não é só máquina, também é inovação e design, é software", explicou o candidato pelo PSDB.

Marina Silva salientou a importância da identidade cultural como geradora de valor agregado na moda e defendeu a implantação de processos de economia criativa para desenvolver o setor e aproximar o design dos saberes e fazeres tradicionais. Durante a entrevista a candidata do PV comentou que esta é a melhor entrevista que já deu:

"Aqui falei cem por cento coração. Moda faz parte da cultura, faz parte do dia a dia e é um tema fundamental para o desenvolvimento sustentável".

Os três candidatos responderam às mesmas perguntas. As entrevistas foram gravadas e veiculadas com exclusividade na TV do portal www.ffw.com.br. Já está no ar a primeira parte e a segunda parte entrará no ar nos próximos dias.

1. Números da moda - A indústria brasileira da moda reúne 30.000 empresas, movimenta R$ 50 bilhões/ano e emprega 1.700.000 brasileiros. É hoje um dos principais setores que devem receber atenção do governo federal para criação de empregos e investimentos, sendo responsável por 17 por cento do PIB da indústria de transformação no país.

Na primeira edição do SPFW, há 15 anos, o Brasil contava com 4 cursos de moda de nível superior. Hoje, são mais de 150.

Os empregos no segmento de vestuário cresceram, em média, 5% ao ano na última década. No ano passado, apesar da crise, não houve uma redução significativa no setor.

A cidade de São Paulo recebe mais de 2.000 showrooms de moda que acontecem a cada edição do SPFW, atraindo compradores e gerando um importante momento de comércio de compras. Mais da metade de todo o varejo de moda do País concentra-se em São Paulo. Para a indústria de shopping centers, SP responde por um faturamento anual de R$ 9,6 bilhões.

SPFW em números - O São Paulo Fashion Week foi criado para ampliar as fronteiras da moda nacional e consolidar a idéia e importância de um calendário para o país; incorporar a noção e cultura de moda; e inserir a moda brasileira na pauta de desenvolvimento econômico-industrial e de produção de entretenimento cultural do Brasil, e no cenário internacional dos mercados globalizados.

A história de sucesso do São Paulo Fashion Week mostrou-se vital para a consolidação desse DNA brasileiro ao organizar um mercado até então desconectado e desestruturado e contribuir para o boom da moda brasileira no mundo, auxiliando os vários players da indústria no sentido de obter visibilidade e reconhecimento para uma identidade criativa geradora de valor agregado no país.

O SPFW influenciou profundamente a consolidação de novas profissões e o fortalecimento de outras já existentes, Há 10 anos, não existiam mais que 3 ou 4 cursos de moda no país. Hoje, ultrapassam 150. Atualmente, há no mercado uma forte demanda por profissionais com formação específica, ligada aos vários setores da cadeia têxtil: desde grandes empresas da área de varejo, passando por pequenas e médias confecções, até veículos de comunicação, assessorias de imprensa e produtores de eventos.

O São Paulo Fashion Week tem servido também de palco para campanhas de responsabilidade e inclusão social em áreas tão diversas como educação, saúde, reciclagem, meio ambiente e consumo consciente, além de iniciativas de formação e capacitação profissional em nível técnico.

Essa é a edição com mais investimentos desde a realização do primeiro São Paulo Fashion Week, com algo em torno de R$ 13 milhões investidos na realização. Desde a primeira edição, o SPFW atraiu mais de 1,7 milhão de pessoas ao Pavilhão da Bienal.

Duas vezes ao ano, o SPFW impulsiona mais de R$ 1,5 bilhão em negócios relacionados direta e indiretamente ao evento. Mais de 5.000 empregos diretos e indiretos são criados a cada edição em função do calendário de moda. A partir do SPFW, novas profissões foram criadas e surgiu um dos expoentes de exportação nacional: as modelos brasileiras.

Com a crescente importância da semana de moda, São Paulo passou a figurar entre as 5 principais capitais da moda mundial. Atualmente, faz parte de um circuito internacional de moda ao lado de Paris, Milão, Londres e Nova York.

O SPFW também gera um grande fluxo de visitantes (cerca de 35% do público do evento vem de fora de São Paulo), movimentando os segmentos de turismo, serviços, hotelaria, alimentação, transporte e varejo.

O SPFW tornou-se um case de comunicação, ao criar uma importante e eficaz rede de conteúdo. A cada ano, o evento gera R$ 350 milhões em mídia espontânea. Mais de 1.500 jornalistas do Brasil e do exterior fazem a cobertura do evento, que resulta em mais de 5.000 páginas de jornais e revistas e 300 horas de cobertura em TV aberta e por assinatura.

O SPFW é uma iniciativa privada, financiada por empresas patrocinadoras. O investimento direto na realização do evento cresceu de R$ 530 mil na primeira edição para atuais R$ 13,5 milhões por evento. Desde 1996, mais de R$ 180 milhões foram investidos diretamente em infra-estrutura para a realização do SPFW, dos quais R$ 100 milhões apenas nos últimos 4 anos.

As grifes e estilistas que atualmente compõem o SPFW investem nos desfiles cerca de R$ 7,5 milhões por temporada, impulsionando uma rede virtuosa de desenvolvimento, emprego e negócios.

Conteúdo - O [www.ffw.com.br]. é o maior portal de moda e comportamento do Brasil. No ar desde o ano 2000, recebe até 250 mil visitantes mensais durante todo o ano, com picos de mais de 1 milhão de visitantes e 4 milhões de page views, além dos quase 20 milhões de hits durante os dias em que o evento é realizado.

O SPFW Journal é um jornal que circula durante o evento, com edição e tiragem diária de 60 mil exemplares. O jornal traz para o público os bastidores do SPFW, com conteúdo de moda, beleza, comportamento, cultura e estilo. Nas últimas edições, o veículo ampliou significativamente a disseminação de seu conteúdo: em uma ação inédita, 60 mil exemplares diários foram distribuídos em alguns dos principais pontos da cidade de São Paulo juntamente com o diário Metro News. Além da distribuição no evento e em 130 áreas estratégicas da capital paulista, o jornal é distribuído nos vôos da Ponte-Aérea SP-RJ da TAM.

Com 40.000 exemplares de tiragem, a Luminosidade, empresa idealizadora do SPFW, edita ainda uma revista bimestral, Mag! – que fala de arte, música, comportamento, literatura, estilo, imagem e moda como nenhuma outra publicação no Brasil. A partir de novembro, através de uma parceria inédita, a mag! também se tornou a primeira revista brasileira a ser vendida na Colette, de Paris.| Gefferson Eusébio

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