Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI
CEO da Microsoft afirma que escrever código à mão se tornou um ato de inércia em tempos de inteligência agêntica.
Satya Nadella, CEO da Microsoft, no GitHub Universe 2025. Foto: Reprodução GitHub Universe 2025“A codificação manual dá a sensação de criar uma certa preguiça. E esse é um problema”, disparou Satya Nadella, CEO da Microsoft, na abertura do GitHub Universe 2025, em San Francisco, nos Estados Unidos. O executivo subiu ao palco do evento do GitHub, que faz parte do ecossistema Microsoft, e provocou sobre o futuro do desenvolvimento de software, alertando sobre a inércia do modelo tradicional de desenvolvimento que não aproveita o potencial das novas ferramentas de IA.
“Não estamos enxergando que agora temos ferramentas realmente extraordinárias, de classe mundial, que nos permitem usar esses novos poderes para, no fim das contas, criar de forma muito mais poderosa”, completou.
Nesse cenário, para Nadella, a próxima revolução da engenharia de software não está nas linguagens nem nos compiladores, mas nos agentes de inteligência artificial (IA), sistemas autônomos capazes de escrever, revisar e orquestrar código com mínima intervenção humana. “Estamos assistindo ao nascimento de uma nova cadeia de ferramentas. Agora, o código não é apenas escrito, é orquestrado”, afirmou.
Nadella fez uma retrospectiva da história da computação. Dos tempos do assembly e das linguagens de baixo nível até a chegada dos compiladores e da programação orientada a objetos. Cada um desses saltos, afirmou, redefiniu o ponto da “metacognição”, a forma como os humanos pensam sobre o código. Agora, um novo salto se impõe: a era da programação agêntica. “Os agentes vão gerar código, mas nós continuaremos pensando sobre ele. Essa é a transformação que me entusiasma”, disse.
A codificação manual, vista por muitos como arte, passa a ser questionada como ineficiente diante da possibilidade de agentes automatizarem tarefas repetitivas, liberando o desenvolvedor para criar, modelar e supervisionar sistemas inteligentes. “A cada revolução das ferramentas, geramos mais código e mais valor. A diferença agora é que o processo precisa ser estruturado para evitar o caos”, assinalou.
Apesar do tom otimista, Nadella lançou um aviso. Ele citou o risco de um “caos exponencial” caso as empresas não saibam lidar com os erros e vieses que acompanham a IA generativa. “Os modelos estão evoluindo rapidamente, mas o progresso humano pode se tornar sublinear se não entendermos como corrigir suas falhas”, afirmou.
A solução, segundo ele, está em se apoiar em ferramentas e governança de classe mundial, princípios que ressoam o mantra de eficiência e responsabilidade que o CEO vem repetindo desde o início da corrida pela IA. Desde a parceria com a OpenAI, Nadella tem defendido que a inovação deve caminhar lado a lado com controle e ética, transformando o ecossistema Microsoft em um dos principais laboratórios de experimentação e regulação da inteligência artificial do mundo.
“A Microsoft nasceu como uma empresa de ferramentas para desenvolvedores. Essa missão não mudou. Continuamos criando as ferramentas que constroem todas as outras fábricas de software”, reforçou.
A frase de Nadella é um alerta para o mercado corporativo. Ao redefinir a natureza do desenvolvimento, ele antecipa transformações que devem atingir empresas de todos os setores.
Segundo ele, será preciso requalificar talentos para que eles dominem a orquestração de agentes, atuem com ética na IA e garantam governança de código automatizado.
Além disso, prosseguiu, novas métricas de produtividade precisarão ser aplicadas, já que linhas de código deixam de ser referência e o valor passa a ser medido pelo impacto dos sistemas inteligentes. Por fim, ele alertou sobre a cultura de experimentação contínua, em que a TI terá de testar, medir e escalar fluxos híbridos humano-máquina com segurança e clareza regulatória. “O verdadeiro gargalo agora é humano”, resumiu Nadella. “O código, por si só, não é mais o limite.”

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