Eu tive um sonho lendo o editorial do jornal O Estado de S. Paulo deste último domingo. Traz na manchete: “criar trabalho, melhor agenda”. E revela no seu conteúdo que vivemos 7 anos de crise, desde 2014. Existe insegurança alimentar em cerca de 36,7% dos domicílios brasileiros conforme o IBGE explícita. Neste período entre 2014 e 2019, o produto interno bruto brasileiro empobreceu, teve aumento de desemprego e diminuição das oportunidades.
Mas o que cresceu nesse período? Exclusivamente o agronegócio. E atenção, atenção! Agronegócio não é somente a agropecuária. É um sistema que envolve a agroindústria, o comércio, os serviços financeiros, a logística, a ciência e a tecnologia e obviamente produtores rurais e consumidores finais. Esse sistema inteiro, graças a exportação e mercado interno mesmo represado, vale dentro dos cerca de US$ 2 trilhões do PIB brasileiro, dependendo da taxa do dólar. Aproximadamente 25% do PIB do país. Quer dizer, US$ 500 bilhões.
Então voltando ao meu sonho. O Brasil é como se fosse um grande silo com apenas 50% de sua capacidade com “grãos”. E todo mundo quer pegar os “grãos” que tem. Mas poucos estão vendo como colocar mais 50% de novos “grãos” nesse silo. E aí vem o sonho que se sonharmos juntos vira realidade.
Precisamos de uma meta de no mínimo US$ 4 trilhões para o PIB brasileiro em 7 anos. E para que isso seja real, precisamos e podemos dobrar o tamanho do agronegócio para US$ 1 trilhão. Se fizermos isso, o impacto indireto de dobrar o tamanho do agro representará poder objetivar multiplicar por dois o atual PIB nacional. E aí sim, empregos, empreendedorismo, cooperativismo e dignidade para todos.
E aí volta o meu sonho. Temos 50% do silo vazio, vamos colocar mais “grãos”, além de discutir o racionamento da ração. Temos imensas oportunidades em todas as cadeias produtivas, além de uma política agroindustrial, comercial e de serviços, com planejamento estratégico de vendas desde a tecnologia da Embrapa até o suco de jabuticaba e o valor quântico da bioeconomia dos biomas brasileiros, vivos e saudáveis.
Casa onde se negocia a miséria, todo mundo berra numa discussão histérica e etérea. Vamos crescer o Brasil, US4 trilhões em 2026. Para isso precisaremos e podemos, sim, dobrar o agro de tamanho. Foram 7 anos de crises, agora está na hora de 7 anos de progresso, só precisa de ordem.
O pessoal da coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura está no caminho certo. Pode incluir agroindústria, serviço e comércio na titulação. Vale como lembrança para não esquecer que agronegócio é um sistema que a todos pertence mas não é de ninguém. Por isso, hora de governança.
Fonte: Jovem Pan 21/09/2020
José Luiz Tejon é Doutor em Educação pela UDE/Uruguai, mestre em Educação, Arte e História da Cultura pelo Mackenzie, Jornalista e Publicitário formado pela Cásper Líbero. Administrador com ênfase em marketing, com especializações na Pace University/EUA, Harvard/EUA, e MIT/EUA. Em liderança tem especialização no INSEAD/França. É comentarista de agronegócio na Rádio Jovem Pan, membro do Conselho de Gestão da Secretaria de Justiça e Cidadania do Estado de S. Paulo, conselheiro do Conselho Científico Agro Sustentável e do Conselho Superior do Agronegócio. Também é membro da Associação Brasileira de Marketing Rural & Agronegócio
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