O presidente do BNDES, Gustavo Montezano, diz que o governo discute uma nova rodada de ajuda aos empresários afetados pela pandemia, mas que, ao contrário do ano passado, o foco será restrito aos setores mais prejudicados, como turismo e varejo.
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Lançado no ano passado como uma resposta às necessidades dos pequenos e médios empresários impactados pela Covid-19, o Fundo Garantidor de Investimentos (FGI), fundo com aval do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), teve um papel importante em manter essas empresas funcionando. Foram cerca de R$ 92 bilhões em financiamentos concedidos pelos bancos participantes.
Parte do Programa Emergencial de Acesso ao Crédito (Peac), o FGI aumentou as chances de aprovação em pedidos de crédito ao complementar as garantias de operações de financiamento, compartilhando o risco com as instituições que realizam essa operação.
Neste ano, porém, se for reeditado, o fundo se concentrará nos setores mais afetados pelo lockdown. “Quando lançamos o FGI, naquele momento, fizemos algo mais transversal”, disse Gustavo Montezano, presidente do BNDES, em evento online promovido pelo banco Daycoval. “Agora, conseguimos ser mais cirúrgicos.”
Montezano observou que há um apetite no mercado por um produto como o FGI. Segundo ele, a pauta legislativa está concentrada em definir as maneiras como os empresários serão apoiados neste momento, após a definição do auxílio emergencial.
Setores como turismo, varejistas e lojas de shopping centers estão entre os que mais precisam de ajuda, enquanto outros segmentos, em especial, o agronegócio, tiveram resultados positivos.
Para que as linhas de crédito sejam atrativas, o empresário precisa ter certeza que poderá devolver toda a quantia lá na frente. “O pequeno empresário é muito responsável. Existe demanda por crédito, mas não é qualquer um que vai pegar”, diz Carlos Dayan, diretor-executivo do banco Daycoval.
No ano passado, o Daycoval ofereceu linhas de crédito para 5 mil empresas por meio do FGI. “Mas não foi fácil. O empresário pode até precisar, mas não vai pegar se achar que terá um problema maior lá na frente”.
Nesse cenário, Montezano vê a importância da parceria com outras instituições financeiras, de bancos a fintechs e cooperativas de crédito. Segundo ele, é preciso compartilhar um pouco dos riscos com as outras instituições, garantindo acesso ao empresário na ponta.
“Estamos abertos a ideias e sugestões de como podemos servir o pequeno e o médio empresário”, afirmou. Ele ressaltou que o próprio FGI só saiu do papel por conta das discussões do BNDES com congressistas, ministros e agentes do setor econômico. “Não teria acontecido se fosse feito a portas fechadas.”
Montezano não deu um prazo para que essa nova rodada de ajuda esteja disponível. Mas afirmou que o prazo de implementação será muito menor do que no ano passado. E reforçou que há um debate dentro da instituição para oferecer linhas de crédito proprietárias.
O presidente do BNDES disse ainda que a movimentação feita na crise para ajudar os empresários deixará outro legado importante: a necessidade de agir com rapidez. “Fora da crise, a gente perde a pressa”, afirmou. “Mas vimos que com celeridade e propósito, a decisão tem um impacto lá na ponta.”
André Sollitto
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