A Launchmetrics e o Council of Designers of America (CFDA) divulgaram um estudo sobre a relação entre as redes sociais e as Semanas da moda, que identificou que algumas marcas receberam significativamente mais atenção online durante os eventos.
VER O DESFILE Rafferty Law no desfile da Dolce Gabbana em Milão, em janeiro, que teve grande presença de influenciadores digitais - © PixelFormula
O estudo, intitulado "Front Row to Consumer: The Voices Driving Fashion Week in Today's Digital Era" (Da Primeira Fila para o Consumidor: As Vozes que Impulsionam as Semanas da Moda na Era Digital de Hoje) e desenvolvido com base no algoritmo Media Impact Value (MIV) da Launchmetrics, analisou mais de 400 desfiles de moda em Nova Iorque, Milão e Paris.
Algumas marcas envolvidas no relatório receberam 800% mais menções durante a Semana da Moda do que no ano todo.
Grande parte desse aumento de interesse foi impulsionado pelos consumidores, que contribuíram com 42% do Media Impact Value - MIV (valor de impacto de media). O aumento do envolvimento deste grupo nas Semanas da Moda, em parte graças ao facto de muitos desfiles se terem reposicionado como eventos mais focados no consumidor, podem, portanto, ser vistos como um fator essencial no desenvolvimento de estratégias de marketing.
"O CFDA trabalhou com a Launchmetrics para identificar e avaliar o impacto do público do desfile. Embora muitos
designers estejam a escolher novas formas de apresentação, a semana da moda continua a ser uma das formas mais efetivas para inserirem as suas coleções no mercado", disse Steven Kolb, presidente e CEO da CFDA.
Entre os últimos estilistas a cancelarem a sua presença nas semanas da moda está Vivienne Westwood, que decidiu substituir o seu desfile realizado na Semana da Moda Masculina de Londres por uma apresentação digital em janeiro; e as irmãs Mulleavy da Rodarte, que decidiram fazer apresentações privadas da sua coleção de outono-inverno 2018 no seu novo showroom de Paris, durante a Semana da Alta Costura.
Estas decisões fazem parte da mudança estrutural que está a ocorrer nas semanas da moda, com uma série de marcas como, mais recentemente, Alexander Wang, que têm vindo a optar por apresentar as suas coleções fora do calendário tradicional, para se adaptar às mudanças da indústria e da procura dos clientes.
Certamente, os influenciadores digitais revolucionaram a forma como o marketing de moda funciona, multiplicando as fontes de autoridade de estilo e acelerando a transmissão de informações, facto que parece prejudicar o rígido calendário das Semanas da Moda.
No entanto, o estudo divulgado pela Launchmetrics e pelo CFDA sugere que os dias da Semana da Moda estão longe de estarem contados, e ressalta o seu valor como uma oportunidade global de marketing com o potencial de movimentar as redes digitais. Para o futuro, é esperado um reposicionamento das apresentações como eventos que reconheçam e incorporem influenciadores e consumidores de forma mais atrativa, como o recente desfile de moda masculina da Dolce & Gabbana em Milão, que teve a participação de influenciadores dentro e fora da passarela.
A Launchmetrics trabalha com mais de 1.000 marcas e vários outros parceiros da indústria para fornecer tecnologia, dados e ferramentas para identificação de influenciadores nos setores de moda, luxo e cosméticos.
O algoritmo MIV usa dados qualitativos e quantitativos para medir o desempenho geral da marca nos media, e analisa diferentes canais, tipos de media, períodos e produtos. O estudo realizado com o CFDA também utilizou o conceito Influence Funnel, que divide as diferentes etapas de influência e mede o valor de cada uma.
O estudo completo "Front Row to Consumer: The Voices Driving Fashion Week in Today's Digital Era" está disponível para download no site da Launchmetrics.
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