Enquanto o varejo em geral amarga a desaceleração das vendas em função da economia fraca, redes de produtos de luxo mantêm bons negócios. Grifes como Jaguar, Longchamp e Dedalo afastam o fantasma da recessão ao contar com clientes fiéis e abonados.
As marcas aproveitam os 161 mil milionários adeptos aos artigos premium no País. Em 2014, o setor movimentou US$ 4,3 bilhões e a previsão é de o ramo crescer de 2% a 4%, indicam as consultorias Euromonitor e Bain & Company.
Para o sócio diretor da agência MOT, Alfredo Castro, a alta do dólar vai pressionar as vendas. “Com a alta do câmbio prevista para ser mantida até o final do ano, a expectativa é de os clientes das empresas do setor automotivo de luxo anteciparem as compras para evitar o impacto dos preços.”
Neste mercado, carros importados da Audi, BMW, Land Rover e Jaguar tiveram alta nas vendas no primeiro semestre deste ano, na contramão dos veículos nacionais. O diretor de vendas da Jaguar Land Rover para a América Latina, Ruben Barbosa, disse que o tíquete médio da rede é R$ 200 mil, são mais de 40 concessionárias no País e há oportunidade no segmento, uma vez que o índice de clientes de carros premium é 2% no Brasil, mas chega a 10% dos de automóveis vendidos em mercados já maduros. Para impulsionar as vendas, a empresa criou um plano de financiamento. Com entrada de 20% do valor, é possível levar um Range Rover Evoque ou Jaguar XF com 30% do saldo dividido em 23 prestações. Depois, o proprietário poder usar o saldo já pago como entrada para a compra de um veículo zero quilômetro ou pagar os 50% restante.
Também neste segmento, a Audi Brasil diz ter crescido 27,3% no primeiro trimestre deste ano frente ao mesmo período de 2014. O diretor de vendas da Audi do Brasil, Thiago Lemes, aponta que mesmo com desafios, o ramo surpreende. “Enquanto no Brasil o montante de automóveis de luxo não chega a 5%, na China sobe para 10% e na Europa para 20%.” Com isso, a Audi projeta que o setor triplique até 2020 no Brasil e afirma ter traçado uma estratégia de crescimento de longo prazo.
Dona de três lojas no Brasil, no Estado de São Paulo, a rede de moda francesa Longchamp conta com clientes fiéis para manter o tíquete médio de R$ 700. Segundo o Brazil Country Manager da marca, Filipe Tendeiro, a bandeira tem recebido muitos clientes que compravam produtos da empresa fora do País. Com a alta do dólar, este consumidor deixa de viajar com tanta frequência e passa a comprar aqui, onde tem parcelamento em até seis vezes sem juros, destacou Tendeiro. A rede tem 287 butiques em mais de 50 países, como Paris e Suíça.
Especializada em leilões de itens de luxo como vinhos, relógios, joias, bolsas e artigos de couro, a Dedalo diz também não ter sofrido queda no faturamento – não revelado. Porém, notou mudança de comportamento em alguns clientes. “Alguns clientes que compravam vinhos de R$ 10 mil começaram a migrar para produtos de R$ 2 mil a R$ 3 mil”, informa o diretor Pedro Aguiar.
Fonte: DCI
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