Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Setor de máquinas do País pede nova política industrial

 

Fonte : [ Diário do Comércio ]

A perspectiva é receber 70 mil compradores e 40 mil empresas visitantes.

 

Newton Santos/Hype
Uma das atrações da feira é a exposição que conta a história da indústria de máquinas do Brasil e exibe réplicas de velhas oficinas.
A Capital paulista sedia desde ontem a 13ª Feira Internacional de Máquinas-Ferramenta e Sistemas Integrados de Manufatura (Feimafe) e a 11ª Feira Internacional do Controle da Qualidade (Qualidade). Elas acontecem simultaneamente, até sábado, no Pavilhão de Exposições do Anhembi e reúnem 1.341 marcas de 32 países. A perspectiva é receber 70 mil compradores e 40 mil empresas visitantes.

 

Segundo a realizadora do evento, a Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), o segmento faturou R$ 1,5 bilhão no ano passado, 6,6% a mais que em 2009. Para 2011 é esperado crescimento de 8% a 12% no consumo de máquinas e ferramentas.

Apesar das boas perspectivas, as lideranças do ramo apontam gargalos considerados prementes para os seus negócios. O vetor "mais perverso", atualmente, é o câmbio.

O segmento pede revisão da política cambial; isonomia fiscal com os concorrentes internacionais; e revisão dos impostos para toda a cadeia produtiva – questões que espera ver contempladas satisfatoriamente em uma nova política industrial, afirmou o diretor da Ergomat e vice-presidente da Câmara Setorial de Máquinas-Ferramentas e sistemas Integrados de manufatura (da Abimaq), Alfredo Ferrari.

 

Newton Santos/Hype
João Murta, diretor da Prensa Jundiaí, uma empresa familiar: presença certa na Feimafe.
"Não queremos o fechamento do mercado e não temos receio da concorrência", disse ele. A expectativa, segundo Ferrari, é que o momento atual, de investimentos em infraestrutura no País, aumente a demanda para o conjunto do segmento. O que não se quer, exemplificou, é que uma máquina fabricada na Alemanha seja vendida no Brasil com preço 43% inferior à da similar local.

 

O Brasil é o décimo maior produtor mundial de máquinas e ferramentas (produção de US$ 837 milhões em 2010), segundo dados apresentados pelo gerente de relações com o investidor da Romi e presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Ferramentas da Abimaq, André Luís Romi. O ranking é liderado pela China (US$ 19,99 bilhões). As importações, disse Romi,  respondem por 60% das máquinas e ferramentas consumidas no País. E a tendência, lamentou, é que a balança comercial continue deficitária para o Brasil, por causa da taxa de câmbio.

O presidente do Sindicato das Indústrias de Ferramentas (Sinafer), Milton Rezende, lembra que o Brasil importa a maior parte dos componentes, peças e moldes, em detrimento do ramo. A produção local apresentou queda de 8,4% na produção do primeiro trimestre de 2011, ante igual período de 2010. "Com esse dólar não dá para ser competitivo com empresas europeias e japonesas. Os produtos chegam de 25% a 30% mais baratos que os produzidos no Brasil",disse.

Parcerias – Entre os expositores da Feimafe, a Prensa Jundiaí encontrou nas parcerias uma forma de driblar essas desvantagens. Empresa familiar fundada há 61 anos, hoje com 200 funcionários, a fabricante de prensa apresentou, na feira, equipamentos de última geração, desenvolvidos por meio de acordos tecnológicos com empresas da Alemanha e Itália. "É uma estratégia para não perder mercado", disse o diretor de vendas João Luiz Murta. A perspectiva é crescer 10% em 2011. Em 2010, a empresa faturou R$ 60 milhões.

Os visitantes poderão conhecer no evento a ilha temática  "1942, A evolução brasileira das máquinas-ferramentas e da educação profissional", organizado em parceria com o Senai.

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