Fonte:|estadao.com.br|
Trouxas de pano originais do Japão, furoshikis podem reduzir o número de sacos plásticos em uso
Padronagem “Iemanjá e Carpa ao Amanhecer”, premiada pela Fundação Japão este ano
Um brasileiro levou o primeiro lugar no Concurso de Padronagem Furoshiki realizado pela Fundação Japão com estudantes de design, artes plásticas, moda e arquitetura do mundo inteiro. Tiago Gualberto Morais, estudante de moda da USP, recebe nesta sexta (26) o prêmio das mãos de Sofia Nanka Kamatani, designer indurtrial e consultora da Fundação Japão no Brasil.
Originalmente, o furoshiki era utilizado por senhores feudais japoneses para carregar suas roupas quando iam aos banhos públicos. Em português castiço, seria algo como uma "trouxa".
"Depois da segunda guerra mundial, o furoshiki foi caindo em desuso, com a produção em massa das sacolas plásticas. Até que a então ministra do meio ambiente do Japão, Yuriko Koike, preocupada com o uso indiscriminado dos sacos plásticos, lançou em 2006 uma campanha para resgatar o uso da peça milenar no país", esclarece Sofia, que passou a divulgar a tradição do furoshiki no Brasil.
Qualquer tecido quadrado pode virar um furoshiki. No link http://www.sacodeideias.com.br/eco-furoshiki Sofia explica como fazer um.
"O furoshiki é reutilizável. É um convite a evitar o desperdício e o uso de sacolas plásticas", acredita, lembrando que no tempo dos senhores feudais, os tesouros eram embrulhados em furoshikis de seda.
"Acho bem interessante a substituição das sacolas pelo furoshiki, mas como artista, acredito que o furoshiki é mais do que isso. Me faz pensar no valor do objeto além de sua função, além da questão utilitária", afirma Tiago Gualberto, que dividiu o primeiro lugar com o chinês Jia Chuan e o sul-coreano Park Sang-yun.
O trabalho de Tiago, chamado “Iemanjá e Carpa ao Amanhecer”, é uma xilogravura."Sou artista plástico e sempre fui apaixonado por xilogravura", esclarece ele, que é artista plástico e está no segundo ano do curso de Moda. Como prêmio, Tiago terá seu projeto estampado em furoshiki originais que serão comercializados em lojas de souvenirs de museus de Tóquio. Também recebe ¥30,000 em dinheiro (cerca de R$ 600,00).
Ao todo a Fundação Japão recebeu 150 trabalhos oriundos de dez países da Ásia e da América Latina (Coréia do Sul, China, Indonésia, Tailândia, Filipinas, Malásia, Vietnã, Rússia, México e Brasil). Desses, 15 eram do Brasil, o que representa 10% do total.
O nível do concurso estava tão bom que a Fundação acabou criando outra categoria para premiar: a categoria cartões-postais. Duas brasileiras forma escolhidas para terem suas estampas um jogo contendo 10 cartões-postais: Verônica Castro Bechara, da PUC-RJ, e Thaís Erre Felix, da Universidade de Brasília-DF.
Trabalho de Verônica Bechara: Encontro Brasil-Japão
Estampa criada por Thaís Erre Félix: um Yukata de Chita
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