Fonte:|/oglobo.globo.com/economia|
RIO - A busca pela sustentabilidade ambiental e social teve destaque nos dois eventos de negócios de moda que o Rio de Janeiro recebeu esta semana: o Rio-à-porter, que aconteceu paralelamente ao Fashion Rio, no Píer Mauá, e o Fashion Business, realizado na Marina da Glória. Vários estandes das duas feiras traziam produtos com tecnologias e ideias ecológicas que vêm seduzindo grifes como Osklen, Cavalera e Redley, entre outras.
"O Brasil tem criatividade, tem tudo para ser o porta-voz da sustentabilidade na moda"
A lona ecológica, feita com garrafas pets, sem tingimento, aproveitando a cor natural do plástico, estava presente em grande parte dos sapatos, bolsas e acessórios com proposta sustentável. De acordo com Nina Braga, diretora do Instituto E, que tinha um estande no Rio-à-porter e é pioneiro no uso deste tecido, a lona ecológica foi o primeiro passo da indústria têxtil em direção à sustentabilidade. Entretanto, ela destaca que os fabricantes já desenvolvem tecidos mais flexíveis.
- É difícil tornar um tecido 100% natural, tudo é uma evolução gradual. O PET inicialmente era usado só na lona para fazer bolsas, sapatos e acessórios. Agora, nós temos a malha PET, usada para fazer blusas - afirma.
Criado pelo estilista da Osklen, Oskar Metsavaht, o Instituto E faz parcerias com cooperativas e outras marcas, em busca de soluções sustentáveis para desenvolver.
- O Brasil tem criatividade, tem tudo para ser o porta-voz da sustentabilidade na moda - avalia Nina Braga.
A coordenadora de design do projeto Senai Moda, Valéria Delgado, concorda que o apelo ecológico é um dos caminhos para o Brasil vender suas marcas no exterior com um diferencial.
- Estão todos de olhos em nós. Esse é o momento da nossa moda dar o grande pulo - afirma.
A Denovo, braço ecológico da fábrica de tecidos Etex, faz parte da indústria têxtil no caminho da sustentabilidade e já produz 40 toneladas de tecidos por mês.
- Estamos há dez anos neste mercado e compramos a terceira máquina agora, para produzir tecidos com padronagens mais complexas - explica Mônica Boock, diretora da Denovo.
Os tecidos recicláveis também seduzem os estilistas do interior. Fábio Mesquita, da La Chatte, do Pólo de Friburgo, se mostra fascinado com o tecido de bambu, fabricado a partir de matéria-prima rapidamente renovável, biodegradável e cultivada sem produtos químicos.
- A dificuldade inicial dos tecidos mais ecológicos era a textura, mas o tecido de bambu desmistifica isso, porque é uma malha gostosa, confortável - afirma.
A fabricante do tecido que a La Chatte usa é a Pettenati, de Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, que ainda associa ao produto uma tecnologia que mistura hidratantes naturais: aloe vera, óleo de jojoba, pró-vitamina A, vitaminas E e F
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