Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Temos dificuldades para definir o que é indústria nacional - O ministro Fernando Pimentel

Fonte:|estadao.com.br|

O ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, parece tomado por uma crise de identidade.

Assumiu seu ministério prometendo defender ferrenhamente os interesses da empresa nacional. Nem completou três meses de administração e já confessa, como ontem confessou aos empresários paulistas, que já não sabe mais o que é para ser defendido: "Temos dificuldades para definir o que é indústria nacional", afirmou, em São Paulo.

É natural que assim seja. Nem mesmo a brasileiríssima jabuticaba, tão citada, pode ser reconhecida como produto genuinamente nacional, porque há notícias de que o Paraguai e a Bolívia também a produzem. Em todo o caso, o ministro do Desenvolvimento parece surpreendido com os efeitos de uma economia cada vez mais globalizada.

Pimentel entendeu que, em seu posto, deveria agir com rigor para defender o produto nacional contra a predação provocada pelo produto importado, e logo percebeu que o produto nacional é em grande parte elaborado com peças e componentes importados.

A indústria automobilística, por exemplo, gostaria de importar peças sem taxa aduaneira, mas, com isso, prejudica a indústria de autopeças. O setor têxtil, por sua vez, quer, algo genericamente, proteção ao produto acabado e liberação comercial da matéria-prima. Mas fica difícil colocar o princípio em prática. Como a fibra é matéria-prima da indústria de fiação; o fio, matéria-prima da indústria de tecelagem; e o tecido, matéria-prima da indústria de confecção, fica mesmo difícil entender o que é para ter importações liberadas e o que precisa de defesa comercial.

O presidente americano, Barack Obama, não tem a mesma dificuldade agora enfrentada por Pimentel. Nessa visita ao Brasil, ele não alardeou que estava empenhado em defender a empresa americana. Seu objetivo, avisou ele, é defender o emprego nos Estados Unidos (jobs). Ele não está lá para defender os interesses da General Motors, da Ford, da GE, da Dupont ou da Procter & Gamble, que tanto estão nos Estados Unidos como estão na China, no Brasil e em toda parte. Ele está lá para aumentar o emprego nos Estados Unidos.

O mundo ficou mais complexo, a economia está ainda mais e já não é tão simples executar uma política de defesa da indústria nacional. De todo modo, a melhor maneira de defender empregos e a atividade econômica no País é garantir condições de competitividade ao setor produtivo no Brasil.

Ao contrário do que disse ontem Pimentel, a principal tarefa não consiste em definir o que seja indústria nacional. A missão que realmente importa é diminuir o custo Brasil para que toda a atividade econômica, não importando o controle do seu capital, seja competitiva no País.

E reduzir custos é reduzir a carga tributária, desonerar encargos sociais, baixar os juros, fazer as reformas e dotar o Brasil de uma infraestrutura rápida, funcional e barata.

Esse objetivo é ainda mais premente agora, quando já não é mais possível, como era antes, compensar custos elevados de produção com um câmbio desvalorizado, artifício que barateava o industrializado no Brasil e encarecia o importado, mas pouco fazia para dar competitividade ao produto brasileiro.

CONFIRA

Piorou
A expectativa do mercado para a inflação de 2011 continua em deterioração. Há quatro semanas, era 5,79% e, na semana passada, 5,88%.


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Comentário de Julio Caetano H. B. C. em 22 março 2011 às 11:13
Entendo que para proteger a indústria nacional há o Imposto de Importação, ao mesmo tempo que bastaria aplicar a Isonomia dos importados com os fabricados no Brasil.
Comentário de Valter Schlindwein em 22 março 2011 às 10:47

Bom dia a todos.

Ficamos cada vez mas perplexos com certas declarações. Como podemos esperar que um país vai crescer se um ministro faz um comentário desses. E por outro lado temos que fazer a industria crescer de forma sustentável, combatendo a corrupção, a lavagem de dinheiro a somegação de impostos, as informações privilegiadas e tantos outros absurdos que acontecem que fica cada vez mais dificil manter as empresas que querem trabalhar de forma homesta ( que todas deveriam ser assim). Mas vamos continuar a trabalhar superando todas as adversidades e querendi fazer um Brasil mais forte.

Um abraço a todos.

 

Valter

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Comentário de Edson Machado da Silva em 22 março 2011 às 10:26

Pois é Carlos,

esse cidadão é membro do PT, formado em economia, porém optou pelo mestrado em ciência política.

Será que ele já teve alguma ligação com a industria, ou seja, será que ele tem experiência na industria como o tem na política?

Será que os nossos políticos conseguiriam gerir uma empresa brasileira com competência, baseado nas tomadas de decisões (leis) que os mesmos o fazem como políticos? 

Creio que não.

 

Abraços à todos!!!

Comentário de Carlos Roberto Araújo Daniel em 22 março 2011 às 10:02
Concordo Edson, só faria um aditivo, ele está no lugar errado, ou quem o colocou lá? ou ambos? isto é tema para avaliar e com carinho, se perguntar para os empresários estes com certeza saberão fazer muito bem a distinção do que é indústria nacional.
Comentário de Edson Machado da Silva em 22 março 2011 às 9:46

Prezado amigo Erivaldo,

se ele tem dificuldade para definir o que é industria nacional, muito menos saberá qual o objetivo das industrias e, principalmente a industria nacional, e qual a função do estado para viabilizar a geração de emprego e renda através da industria.

Portanto creio que este cidadão está em lugar errado.

 

Abraços à todos!!!

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