Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Têxteis portugueses também podem pagar fatura das cheias no Paquistão

Fonte:|aeiou.expresso.pt|

Concessão de acesso ao Mercado da União Europeia para os têxteis do Paquistão traz "mais encerramentos de empresas e mais desemprego", afirma ATP.

As cheias que afetaram o Paquistão podem ter um impacto direto na indústria portuguesa e europeia. Em causa estão 13 categorias de produtos que poderão começar a ser exportados para a Europa com "zero" direitos aduaneiros caso a Comissão Europeia conceda aos têxteis do Paquistão acesso ao Mercado da União Europeia, alerta Associação Têxtil e Vestuário de Portugal - ATP.

Preocupadas com este cenário, a ATP e a Euratex (associação representativa da indústria têxtil europeia) escreveram já ao Comissário Europeu, Durão Barroso, antecipando uma nova vaga de problemas num setor "já no limiar da sobrevivência". A carta da ATP prevê mesmo "mais encerramentos de empresas e desemprego", caso a medida seja aprovada, "agravando, ainda mais, a brutal concorrência que já impõem à indústria têxtil europeia em geral e à portuguesa em particular".

A Comissão Europeia prepara-se para discutir esta concessão a pedido do Paquistão, que já no passado apresentou solicitações idênticas com base em argumentos como o terrorismo e a crise económica do país. Agora, o pedido é fundamentado nas consequências das inundações que afectaram o país.

Cenário de catástrofe


De acordo com as informações recolhidas pela ATP, a concessão poderá ser ainda "mais grave", uma vez que a Comissão Europeia "estará disposta a ir mais longe, recorrendo à cláusula MFN (Most Favoured Nation), o que significará estender a liberdade a outros países exportadores têxteis, igualmente de grande dimensão e potência, como a Índia e a China".

Considerando "inaceitável que a Comissão Europeia continue a utilizar a Têxtil como moeda de troca" no âmbito da sua política comercial, a ATP afirma que este segundo cenário "constituiria uma verdadeira catástrofe para a ITV nacional e europeia, pois resultaria na completa supressão do que resta da indústria têxtil que ainda vai penosamente operando na Europa e em Portugal".

Na carta, também enviada ao Ministério da Economia, a direção da ATP, salienta que as regiões afetadas pelas cheias no Paquistão não são as que acolhem a indústria têxtil local.

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Comentário de Textile Industry em 10 setembro 2010 às 8:15
Têxteis Paquistão/UE: Portugal só admite ajuda temporária

Portugal só admite uma ajuda «temporária e limitada» da União Europeia ao Paquistão a nível do setor têxtil, acautelando sempre os interesses da indústria portuguesa, afirmou hoje, em Bruxelas, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado.

O chefe da diplomacia falava à entrada para uma reunião dos 27, na qual admitiu que seja debatida, ainda que sem decisões finais, a solicitação do Governo de Paquistão de abertura do mercado da União Europeia a 13 categorias de produtos têxteis paquistaneses para ajudar o país a fazer face às devastadoras inundações que afetaram mais de 20 milhões de pessoas.


Amado garantiu que Portugal «só estará aberto para uma solução que seja temporária, limitada e circunscrita apenas à resposta à situação no Paquistão e não a outras situações semelhantes», e assumirá sempre uma posição de defesa da indústria têxtil nacional nas negociações.

Diário Digital / Lusa
Comentário de Textile Industry em 10 setembro 2010 às 8:14
Ministros discutem ajudas ao Paquistão

Os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia vão discutir hoje, em Bruxelas, eventuais ajudas ao Paquistão, na sequência das recentes inundações no país, incluindo possíveis “benesses” no setor têxtil, já contestadas por eurodeputados portugueses.
Os 27 começarão por discutir o assunto da parte da manhã, numa reunião do conselho de Negócios Estrangeiros ao nível do comércio e desenvolvimento, e prosseguirão o debate da parte da tarde, já no tradicional “Gymnich”, como é conhecida a reunião informal dos chefes da diplomacia europeus, que se realiza semestralmente em cada presidência rotativa do bloco europeu.
Devido à crise humanitária causada por devastadoras inundações em parte do país, que terão afetado mais de 20 milhões de pessoas, as autoridades paquistanesas solicitaram, como forma de ajuda, a abertura do mercado da União Europeia a 13 categorias de produtos têxteis do Paquistão.
A questão está atualmente em cima da mesa, tendo ontem fonte comunitária admitido que neste momento estão a ser discutidos vários cenários, sendo o levantamento de barreiras alfandegárias a alguns produtos têxteis, embora “nunca a totalidade”, um deles.





JM
Comentário de Textile Industry em 9 setembro 2010 às 14:11
Eurodeputados portugueses insurgem-se contra abertura de mercado têxtil da UE ao Paquistão

Bruxelas, 09 set (Lusa) -- Eurodeputados portugueses de vários quadrantes políticos insurgiram-se contra a possibilidade de a União Europeia reduzir as barreiras alfandegárias à entrada de têxteis do Paquistão que, alertam, pode "ter efeitos devastadores para a indústria do têxtil e do vestuário em Portugal".

Mário David (PSD), Nuno Melo (CDS-PP), Ilda Figueiredo e João Ferreira (PCP) manifestaram, através de cartas enviadas à Comissão Europeia, a sua oposição ao pedido apresentado pelas autoridades do Paquistão de abertura do mercado da União Europeia a 13 categorias de produtos têxteis do Paquistão.

Segundo Mário David, que integra a Comissão de Comércio Internacional do Parlamento Europeu, este recorrente pedido das autoridades paquistanesas surge, "oportunisticamente, no seguimento das graves cheias que afetaram uma grande parte do país".

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