Juliana Vicente e Konrad Dantas falam sobre como a produção audiovisual é um propulsor da diversidade cultural no Brasil.
O palco do Maximidia 2024 recebeu nessa terça-feira, 1, a diretora, roteirista e fundadora da Preta Portê Filmes, Juliana Vicente, e o produtor, empresário, fundador e CEO da produtora e selo musical KondZilla, Konrad Dantas, para falar sobre como o conteúdo audiovisual é uma ferramenta importante para o impulsionamento da cultura e de sua diversidade.
Para isso, os executivos trouxeram o seu ponto de vista para a conversa sobre como as suas próprias jornadas se envolvem com o desenvolvimento do olhar que buscam trazer em suas produções, em uma conversa moderada pela diretora executiva do Cenp e curadora de conteúdo do Women to Watch, Regina Augusto.
Juliana contou que sempre teve o desejo de criar um entretenimento popular e que conseguisse construir imagens com que as pessoas de diversas comunidades se identificassem. Esse desejo impulsionou a iniciativa de desenvolver um espaço onde pudesse trazer sua narrativa e de pessoas pretas, mas também a fim de trazer uma diversidade de assuntos e culturas.
“A Preta Portê nasceu um pouco disso. Parecia um lugar que não existia e precisava ser criado. Precisávamos de um espaço para contar as nossas narrativas e onde pudéssemos narrar as coisas de uma forma que acreditássemos”, disse Juliana.
Já a Kondzilla chegou ao mercado a partir do sonho de Konrad de ser um expoente do cenário do audiovisual. Com ele, nasceu o canal que tornou mainstream a cultura do funk e da periferia no Brasil, trazendo junto a atenção de marcas e da mídia, como aconteceu com a série Sintonia, na Netflix. Para isso, o executivo afirma que precisou respeitar cada etapa da sua jornada e fazer escolhas.
“Sabia onde eu queria chegar, mas também sabia que demoraria, então fui aprendendo a me apaixonar por essa jornada. Você vai aprendendo a se interessar por outros assuntos também. Temos que escolher quais batalhas queremos conquistar. Tem coisa que fazemos porque somos apaixonados, outras porque dá dinheiro e outras para sermos lembrados”, afirmou.
Esses aspectos fazem parte da forma como ambos os profissionais enxergam a construção de seus negócios em torno da produção de conteúdo e de trazer diversidade para o ambiente em que estavam inseridos.
Essa visão, segundo Juliana, a ajuda na hora de construir conteúdo em diversas plataformas e vieses, como aconteceu recentemente com a Preta Portê realizando uma produção junto com a Globo em uma novela do horário nobre. Além disso, a produtora de Juliana também foi a responsável por produções como Racionais: Das Ruas de São Paulo Pro Mundo, Diálogos com Ruth Souza, As Minas do Rap, Nós Negros e Afronta.
Para Juliana, a chegada da Kondzilla foi um marco para o mercado e também para ela como produtora. “O canal Kondzila é um marco que mudou a relação das pessoas com o tipo de conteúdo que estávamos produzindo. Conseguimos constatar em número que havia muita gente querendo consumir um conteúdo que era feito da gente para a gente. Estávamos sentindo isso acontecer”, afirmou.
No entanto, Konrad chama atenção para o fato de o conteúdo, sobretudo do ponto de vista criativo, ainda estar a mercê de tomadores de decisão. “Vivemos em um País que foi colonizado e, do ponto de vista criativo, ainda somos. O que eu vejo é que a pauta ainda é do colonizador e, quando interessa, ele vai usá-la”, disse.
Para ela, essa troca de pauta deve atender às diversas comunidades que ficam desassistidas e o conteúdo audiovisual tem um papel importante nisso. “Meu papel é entender que eu estou representado um monte de gente, mas também quero ser reconhecido como realizador e produtor. Temos que mostrar resultado, puxar nossos amigos e revelar talentos”, finalizou.
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