Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Uniforme de executivo fica cada vez mais casual

Fonte:|valoronline.com.br|

Para o verão, o estilista Mario Queiroz adota paletó sem forro e sem ombreira

O "uniforme" do mundo executivo não é exatamente um poço de criatividade. Costume, camisa social e gravata compõem o guarda-roupa básico dos
homens que tomam decisões dentro de pequenas ou grandes empresas. Essa
linguagem de moda tem pelo menos um século, ainda impera em boa parte
dos ambientes corporativos, mas um gradativo "relaxamento" do visual
parece estar em curso.

Nos anos 90, a adoção do "casual-Friday" - a liberação do costume e da gravata às sextas-feiras - por empresas de diversos segmentos, ameaçou a hegemonia do estilo formal. Afinal, se a regra valia para as
sextas-feiras poderia muito bem invadir outros dias da semana. Isso não
aconteceu, mas encontrar um representante de alto escalão sem gravata é
cada vez mais comum.

No Santander até jeans é permitido e o costume e a gravata foram abolidos quando não há relação

direta com o cliente


"Claro que tudo depende de onde se trabalha, mas o que tenho visto, sobretudo em multinacionais, é a substituição do costume e da gravata por calça, camisa e blazer", diz a consultora de imagem Christiana
Francini, da consultoria Francini Martins. Ela alerta, porém que, apesar
de menos formal, esse novo figurino não pode ser confundido com roupa
de fim de semana. "A camisa, por exemplo, tem de ter o colarinho duro."

A tendência é confirmada por algumas empresas. É o caso do banco Santander que, no final de 2009, alterou seus códigos de vestimenta para desobrigar seus funcionários de usar costume e gravata o tempo todo.
"Quando não há relação direta com o cliente nem uma reunião importante,
não se exige roupa formal", diz Maria Cristina Carvalho, superintendente
executiva de recursos humanos do Santander. Segundo ela, a tendência de
um maior relaxamento da roupa executiva existe e tem sido muito bem
recebida pelos funcionários. Nos escritórios do Santander, até o jeans é
permitido, desde que a peça escolhida seja discreta. "Fomos muito
felizes na orientação aos funcionários. Não há abusos como leggings ou
calças de moletom."

Divulgação
Para aqueles que não dispensam o preto e branco, o costume da V.Rom

Na Pepsico a roupa casual é adotada faz tempo. "É muito raro alguém usar costume na empresa. Mesmo o presidente e o vice-presidente usam jeans",
diz Simone Karpinskas, gerente de educação corporativa e desenvolvimento
organizacional da Pepsico. O hábito, diz, é motivado pela natureza dos
negócios da empresa e do clima do país. "O brasileiro é mais casual,
naturalmente."

O vice-presidente da Renault no Brasil, Alain Tissier, observa que o sucesso de uma companhia não pode estar atrelado à imagem de seus executivos. "A crise de 2009, por exemplo, foi criada por pessoas que
usavam costume e gravata". Tissier praticamente aboliu a roupa formal do
guarda-roupa. "Fiz isso desde que pisei no Brasil, em 1993, e vi que
nem o presidente usava gravata." Para ele, a roupa casual favorece o
surgimento de novas ideias e soluções criativas para os problemas. "A
roupa descontraída leva a um pensar diferente", diz o executivo. Isso
não significa bagunça. A ordem do momento continua sendo a de aumentar a
produtividade, mas o uniforme pouco importa. "Quem disse que vestir
gravata deixa alguém mais produtivo?"


"Quem disse que vestir gravata deixa alguém mais produtivo?", diz Tissier, vice-presidente da Renault no Brasil

Para João Paulo Camargo, diretor da consultoria Asap, especializada em recrutamento de executivos, a tendência não pode ser generalizada. A flexibilização do traje formal existe, mas não em todos os ambientes.
"Escritórios de advocacia e bancos ainda são locais em que geralmente se
exige o costume e a gravata", diz Camargo. Já em outros tipos de
empresas a roupa formal é necessária em algumas ocasiões, como encontro
com clientes e reuniões importantes.

Divulgação
O tricô fininho sobre a pele de Mario Queiroz pede um ambiente descontraído

O próprio consultor, apesar de transitar por vários tipos de empresas, aboliu o costume e a gravata - trocando o conjunto pelo trio calça
jeans, camisa e blazer. "Para estar bem vestido de roupa casual, as
peças têm de ter qualidade. A camisa, por exemplo, precisa estar passada
e o blazer tem de ser de tecido bom e com ótimo caimento", afirma. "O
sapato é outra coisa que entrega muito e, por isso, precisa estar bem
cuidado."

As cores merecem atenção. Camargo sugere o branco, o azul ou o rosa para as camisas e o preto e o azul para as calças sociais. Fora dessas nuances, o risco de escorregar na elegância é grande, diz.

Divulgação
O blazer de três botões da V.Rom perde a rigidez e fica mais curto

No varejo a mudança nos humores da moda masculina já pode ser sentida. "Não percebemos queda na venda de costumes, por outro lado, houve
aumento nas vendas da linha casual", diz Rita Coelho, coordenadora de
marketing da Vila Romana, grife masculina com 32 lojas espalhadas no
Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste. "Muitas empresas estão migrando para a
roupa casual, mas o costume ainda é visto como sinônimo de
credibilidade."

Vale lembrar que um guarda-roupa casual para o trabalho não inclui bermudas, chinelos ou camisetas - com exceção para ambientes muito descontraídos, como agências de publicidade. Para não errar, o traje
deve ser composto de uma boa calça - de alfaiataria ou até mesmo de
jeans escuro - uma camisa e um blazer bem cortados.




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