Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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competição: Companhias investem em cursos de formação para atender à demanda do mercado por mão de obra cada vez mais qualificada

Laboratório. Empregado da Vale é treinado com tecnologia que reproduz em ambiente 3D realidade do trabalho

Treinamento. Funcionários da Petrobras realizam atividades lúdicas, no centro de treinamento, na Cidade Nova

Com a crescente competitividade do mundo corporativo, muitas empresas não podem se dar ao luxo de esperar que o sistema educacional ofereça os melhores profissionais recém-saídos dos bancos escolares. Para suprir a demanda do mercado de trabalho e reter talentos, grandes corporações vêm investindo em estruturas de treinamento e formação de pessoal, as chamadas "universidades corporativas". Algumas dessas academias são voltadas exclusivamente para os funcionários; outras, abertas ao público. Mas o fato é que elas ocupam cada vez mais espaço nas empresas brasileiras e atravessam fronteiras, chegando a filiais no exterior.

Na Valer - braço da Vale para educação - o leque de cursos é amplo. São 6.700 opções, divididas em dois grupos: o de educação continuada, voltado para os empregados; e os programas de fomento, direcionados ao público em geral. Nesta última modalidade estão o Programa de Formação Profissional e o Programa de Especialização, destinados a aspirantes ao primeiro emprego na mineradora. Em média, o índice de aproveitamento é de 70%. Só em 2011, a empresa treinou 57 mil pessoas no país, considerando todas as modalidades de treinamento, e investiu um total de R$ 68 milhões em educação.

- A Valer nasceu da necessidade de mão de obra especializada, tanto em nível técnico, como motoristas para caminhões fora de estrada (usados nas minas), como em nível superior, caso das engenharias de minas e ferroviária. Estes são exemplos de cursos que tivemos de criar, pois simplesmente não existem no mercado - afirma Desiê Ribeiro, gerente-geral de Educação e Desenvolvimento de Pessoas da Vale.

Tal carência de capacitação fez a Valer abrir suas portas a quem não é funcionário. Nesse caso, as aulas são em período integral e os estudantes têm bolsa mensal de R$ 600 a R$ 4.300, dependendo no nível de formação. Esse modelo também é aplicado no exterior. Criada em 2003, a Valer tem 34 unidades no país e em Canadá, Suíça, Moçambique, Omã, Malásia e China.

ao formar, empresas mantêm conhecimento

Votorantim e Petrobras seguem um modelo bastante distinto. Na primeira, o foco é a preparação de líderes, inclusive fora do Brasil. Além das três bases no país em São Paulo, Peru, Colômbia, Argentina e Canadá contam com filiais da Academia de Excelência Votorantim. Elas são voltadas aos funcionários e à capacitação de fornecedores. Os cursos criam uma identidade global para a companhia e visam a alinhar processos e práticas corporativas, facilitando o diálogo e dando coesão às equipes. Desde seu lançamento, em 2006, a universidade da Votorantim já teve quase 25 mil participações. Em 2011, ela recebeu investimentos de R$ 5,7 milhões.

Na Universidade Petrobras, as aulas são exclusivamente para funcionários, e todos os empregados concursados passam ao menos uma vez pela instituição, para um curso de ambientação, que dura de três a 13 meses, dependendo da função que desempenharão na companhia. Fora esse contato inicial com a universidade, parte deles é orientada a voltar para a sala de aula para aprimorar seus conhecimentos.

Os mais de mil cursos abrangem assuntos que vão desde tecnologias de exploração em alto-mar a estratégias de gestão de negócios. Eles são ministrados em duas unidades: em Salvador e no Rio, onde a universidade ocupa um prédio de oito andares, no Centro. Em um deles, a Estação SMS, os empregados aprendem normas de segurança e meio ambiente usando simuladores de terceira dimensão.

- Temos pessoas com diferentes formações que desempenham a mesma função. Um dos objetivos da universidade é trazê-las para o mesmo nível - diz Juliano Loureiro, gerente de suporte à gestão da Universidade Petrobras. - Além disso, ao criarmos uma estrutura própria, mantemos a cultura organizacional da empresa e preservamos o conhecimento.

formação direcionada a objetivos da corporaçÃO

Com dois mil docentes - entre professores fixos e funcionários designados eventualmente como instrutores -, a Universidade Petrobras ganhou destaque na companhia no início dos anos 2000, quando a empresa voltou a admitir pessoal após longos anos sem fazer concursos públicos. Este ano, seu orçamento é de cerca de R$ 200 milhões, acima dos R$ 185 milhões de 2011, quando a empresa registrou 82 mil participações - algumas pessoas participam em mais de um curso - em seus treinamentos.

Para o gestor de Parcerias e Soluções Corporativas do Ibmec, Antonio Carlos Kronemberger, as universidades corporativas vêm se fortalecendo porque as empresas perceberam que elas proporcionam uma melhor gestão do conhecimento e a preservação desse conhecimento nas corporações:

- As empresas pagavam MBAs e cursos de especialização para seus funcionários e, assim, retinham esses empregados enquanto eles faziam os cursos. Mas, ao mesmo tempo, estavam preparando seus funcionários para o mercado. Era mais um plano de carreira pessoal do que um benefício para a organização. Nas universidades corporativas, o conhecimento é direcionado aos objetivos estratégicos das empresas.

A universidade corporativa da Ambev completa 17 anos em 2012, herança da Brahma. Os programas de treinamento são divididos em três eixos, entre eles liderança e cultura, que visa a ressaltar o comprometimento com a missão e a cultura da companhia, uma espécie de propagação do "jeito de ser Ambev". Segundo a empresa, 95% das pessoas que ocupam cargos de gerência passaram pelos cursos. Em 2011, foram treinados mais de 42 mil funcionários e investidos R$ 27 milhões no programa.

- Embora tenhamos cursos de nível técnico, damos especial atenção ao fomento da cultura da empresa. A Ambev tem sua forma própria de fazer negócios - diz Fabiana Overrath, especialista em treinamento da Universidade Ambev.

Fonte:Autor(es): Danielle Nogueira .O Globo

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