Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Varejistas protegem caixa e revisam planos de investimentos

Varejistas e empresas de shopping centers têm reduzido desembolsos de caixa que sustentariam planos de crescimento em 2015.

ONDV_Foto_Notícias_0215_Loja_Magazineluiza

Varejistas e empresas de shopping centers têm reduzido desembolsos de caixa que sustentariam planos de crescimento em 2015. Por causa disso, há revisões nas estimativas de inauguração e começam a ser divulgadas quedas nos valores previstos para investimentos neste ano.

Recursos têm sido aplicados, especialmente, na diminuição de alavancagem, reflexo da escalada da taxa de juros básica que encarece dívidas atreladas à Selic e também torna mais caro o acesso à capital no mercado.

Com a piora no prazo de retorno sobre capital investido, grandes redes estão mais criteriosas na abertura de lojas e da liberação de recursos envolvidos nesses projetos. Como ainda há expectativa de retomada da economia a curto prazo, a princípio, os ajustes nos projetos devem ser pontuais e feitos sem tanto alarde. Até porque, caso uma recuperação na economia comece a dar sinais em 2016, um cancelamento mais radical nos projetos pode afetar planos de expansão das redes a longo prazo.

Na área de shopping centers, o presidente da BR Malls, Carlos Medeiros, disse ontem que “hoje faz mais sentido usar capital excedente para reduzir dívida do que para qualquer outra coisa”. “É algo que pode mudar até 2017, mas, até lá, é isso [que faremos]”.

Para Carlos Medeiros, presidente da BR Malls, faz sentido usar capital excedente para reduzir dívida. / Foto: Valor Econômico

Para Carlos Medeiros, presidente da BR Malls, faz sentido usar capital excedente para reduzir dívida. / Foto: Valor Econômico

A companhia continua se desfazendo de empreendimentos (em julho, foi aprovada a venda de fatias em quatro shoppings) e os recursos têm sido usados para reduzir endividamento. Cerca de 38% da dívida da empresa é atrelada ao CDI (em patamares próximos ao da Selic). A empresa já diminuiu, desde 2014, a abertura de empreendimentos a partir do zero (greenfield) e tem buscado projetos de expansão de shoppings já existentes, que exigem menos capital.

Segundo balanço publicado na segunda-feira, a dívida líquida aumentou 12,5% nos últimos doze meses, até junho, para R$ 4,8 bilhões, e a relação entre dívida líquida e lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação (Ebitda), em 3,8 vezes em dezembro, passou para 4,4 em março e 4,3 vezes em junho.

No varejo, o comando do Magazine Luiza informou ao Valor que prevê investir “um pouco abaixo” do valor projetado, de R$ 150 milhões em 2015 (valor que já estava no mesmo patamar de 2014), em parte, por causa da previsão de inauguração do montante mínimo anunciado para o ano: 30 lojas. O teto previsto eram 50 unidades inauguradas. Foram seis aberturas entre janeiro e junho. “Se o ano de 2015 viesse na mesma toada de 2014, que foi muito bom para nós, estaríamos abrindo [lojas] numa maior intensidade”, disse, na sexta-feira, Marcelo Silva, diretor superintendente da rede. “Ninguém avaliava que a fase atual seria tão difícil”.

Na semana passada, a companhia informou que a sua necessidade de capital de giro cresceu e isso explicou, em parte, um aumento no múltiplo da dívida líquida sobre Ebitda. Esse índice passou de 1,4 vez em dezembro para 2 vezes em março e 2,3 vezes em junho. A necessidade de capital de giro cresce quando o nível de vendas cai ou há desequilíbrio entre valor de estoques e saldo a receber de clientes. “Essa necessidade de capital cresceu, mas deve melhorar no segundo semestre”.

O Grupo Pão de Açúcar também já informou que o teto máximo, de R$ 2 bilhões, aprovados para investimentos em 2015 não deve ser atingido. Ficará abaixo desse limite. A estimativa de aumento de área de vendas, de 6% em 2016, deve agora variar entre 4% e 6%. Também houve uma mudança de posicionamento em relação às aberturas de lojas.

O grupo está mais seletivo na escolha e na abertura do ponto, mas informa que mantém planejamento inicial de inaugurações. “Antes, um retorno de 10% ao ano já justificaria [um investimento em abertura]. Agora, se não fizer, pelo menos, 14,25% [atual taxa Selic], você começa a pensar. Então, o negócio tem que render mais e isso torna a gente mais criterioso”, disse Ronaldo Iabrudi, em entrevista ao Valor nesta semana. Houve uma melhora no nível da dívida líquida do grupo de abril a junho, reflexo de ganhos de capital de giro.

Fonte: Valor Econômico

Exibições: 32

Comentar

Você precisa ser um membro de Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI para adicionar comentários!

Entrar em Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

© 2024   Criado por Textile Industry.   Ativado por

Badges  |  Relatar um incidente  |  Termos de serviço