Líder do mercado de joias no País, rede está de olho na concorrência, formada em sua maioria por negócios familiares
Por Fernanda Guimarães
Quase dois anos depois de abrir seu capital, a Vivara continua a ser única representante do setor de joias na Bolsa. Em meio à pandemia de covid-19, que deixou as pessoas em casa, a companhia conseguiu crescer. Uma das razões é que a classe A deixou de gastar com viagens internacionais, direcionando a renda para outros produtos de valor agregado.
Capitalizada, a empresa se prepara agora para colocar na rua uma estratégia de consolidação – poderá, desta forma, fazer a primeira aquisição de sua história.
Em seu balanço, a empresa fundada há 40 anos por Nelson Kaufman diz dominar 14,7% do setor no País, bem à frente das rivais mais próximas. A estimativa é de que a dinamarquesa Pandora e a HStern tenham cerca de 2% de participação cada.
No segundo trimestre, a Vivara viu seu lucro líquido atingir R$ 81,7 milhões, mais do que dobrando em relação ao mesmo período de 2019, ainda antes da pandemia. Na comparação com 2020, a companhia conseguiu reverter um prejuízo. Em um ano, a empresa diz que seu domínio de mercado avançou 3 pontos porcentuais.
Segundo o diretor financeiro e de relações com investidores da companhia, Otavio Chacon Lyra, a companhia já discute internamente a realização de aquisições. “O setor é dominado por empresas familiares, em um mercado muito fragmentado. Isso está no radar de todos, incluindo investidores financeiros. De qualquer ângulo, a consolidação faz sentido.”
Lyra diz que a Vivara deve adquirir uma empresa que as aquisições podem ser de joalherias, mas também se estender a áreas como meios de pagamentos e logística. O assunto “M&A” (fusões e aquisições, pela sigla em inglês) já vinha dominado reuniões com investidores nas reuniões antes da estreia na B3, em 2019. A negociação com a HStern, por exemplo, chegou a ir para a mesa, mas não avançaram significativamente, segundo fontes.
Apesar da expectativa do mercado, o presidente da companhia, Paulo Kruglensky, diz que a companhia tem um forte potencial de crescimento e que a expansão da rede física vai continuar. Apenas no segundo trimestre deste ano foram abertas 16 lojas; em julho, vieram mais 8. “A expansão potencial da Vivara é muito grande. A participação em shoppings ainda tem muito a crescer”, diz.
Outra importante via que vem sendo explorada é da Life, focada em prata, que se tornou uma operação independente. Com um tíquete mais baixo do que o das joias em ouro, a Life atraiu os jovens, que costumam comprar com mais frequência.
O presidente da Sociedade Brasileiro de Consumo e Varejo (SBCV), Eduardo Terra, aponta que a Vivara entrou na pandemia bem estruturada após o IPO, conseguindo aproveitar um momento em que a cesta de consumo dos mais ricos mudou com a restrição de viagens internacionais. Segundo ele, além disso, a Vivara se digitalizou rapidamente.
O terceiro fato que ajudou o negócio durante o isolamento, diz o especialista, foi um ambiente em que os competidores diretos enfrentam dificuldades – deixando o caminho livre para que ela ganhasse terreno.
Fonte: Terra
http://sbvc.com.br/vivara-diz-estar-pronta-para-fazer-aquisicoes/
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