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Zé Alencar quer retomar trabalho na Coteminas

Fonte:|/blogs.estadao.com.br|

Ao deixar a vice-presidência no próximo dia 1º de janeiro, José Alencar Gomes da Silva – que sofreu enfarte na quinta-feira – pretende seguir conselho que o pai, Antônio Gomes da Silva, lhe deu quando, aos
14 anos, deixou sua casa em Itamuri para buscar trabalho em Muriaé, na
Zona da Mata mineira. “O importante na vida é poder voltar”, disse,
lembrando o ditado, em entrevista ao JT em 28 de outubro de 2002, um dia
após ser eleito vice-presidente na chapa de Lula.

Passados oito anos, Zé Alencar, como é tratado na intimidade, não esconde dos amigos mais próximos seu desejo: “só quero que Deus me dê saúde para voltar para a Coteminas”. A indústria têxtil – que registrou
em 2009 patrimônio liquido de R$ 1,5 bilhão e emprega cerca de 12 mil
funcionários – foi fundada em 1967 em Montes Claros pelo jovem
empreendedor mineiro, que aos 18 anos já havia criado na cidade de
Caratinga a loja “A Queimadeira” embrião da gigante de tecidos.

A bem sucedida trajetória no mundo dos negócios se repetiu na política. Em 1998 – após perder sua única eleição, em 1994, para o governo de Minas –, Alencar foi eleito senador pelo PMDB. Três anos
depois, o empresário trocou a sigla “decepcionado com o desapreço da
executiva” pelo PL e começou a articular com o sindicalista Lula a chapa
presidencial que, um ano depois, ficaria conhecida como a aliança entre
o trabalho e o capital. “Eu e o Lula viemos de um começo humilde e
difícil e temos várias afinidades”, disse, já em 2002, antes de iniciar a
caravana pelo país ao lado do, desde então, companheiro de luta.

Porém, já no primeiro mês de governo, as afinidades de berço não se refletiram na questão econômica e Alencar se colocou como espécie de ombudsman do conservadorismo de Antonio Palocci à frente do Ministério
da Fazenda. “Nós estamos encabrestados. Pelo mercado, pelos juros, pela
dívida”, reclamou, entre tantas outras ponderações.
Sem se desfazer dos ataques, que irritavam membros do governo, Alencar
provou a lealdade prometida a Lula, quando assumiu o Ministério da
Defesa, em 2004. Com bom trânsito entre militares, o vice presidente
acalmou a caserna, que se rebelara durante a gestão de José Viegas
Filho.

Mensalão
As críticas cessaram em 2005. Durante as denúncias do mensalão, Alencar viu membros do seu partido admitirem recebimento de propina
para votar a favor do governo, que ele também comandava, no Congresso
Nacional. “A coisa tá ruim. Tá tudo esquisito. Até a vaca está
estranhando o bezerro”, confidenciou a assessor ao saber da renúncia do
deputado Waldemar da Costa Neto, presidente do PL, envolvido no caso.

“Aborrecido”, Alencar rompe com o PL. “Quando saio por aí, fico desconfiado, vejo as pessoas me olhando de lado, de banda, como se eu tivesse cometido algum ilícito”. Mesmo sem saber qual seria seu destino
filia-se ao nanico PMR – primeira denominação do atual PRB – às vésperas
do prazo final para a filiação aos que pretendiam se candidatar nas
eleições de 2006.

Que é isso, Zé?
Sentindo-se preterido pelo governo, Alencar só aceitou ser novamente candidato a vice na chapa à reeleição encabeçada por Lula
quando presidente o chamou para um tête-à-tête. “Que é isso, Zé? Você é e
vai ser meu vice”.
Após subir mais uma vez a rampa do Planalto, em 2007, Alencar atuou em
estilo mineiro, sem muitas críticas no segundo mandato. A turbulência
veio na vida pessoal, quando a Justiça obrigou-o a reconhecer a
professora aposentada Rosemary de Morais, de 55 anos, como filha.
Desconfiado, Alencar não fez o exame de DNA. “Não vou me submeter a uma
coisa dessas. Não estou habituado a ceder a chantagens”, disse.


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