Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Primeiro lado – Estação USA: O desembarque de brasileiros no maior marketing do mundo

Luz! Câmera! Ação! Chegou a hora de a criatividade brasileira ser comercializada pelo maior marketing do mundo. No ano de 2013, entre os meses de março e abril, mostrou-nos que designers brasileiros invadiram literalmente o mercado norte-americano por meio de uma das maiores redes de varejo de roupas, cama, mesa e banho, decoração, calçados e cosméticos: Welcome to Macy’s!

Foi aí que designers brasileiros desembarcaram em uma fenomenal estratégia mercadológica chamada Flower Show com o tema Brazil: Garden in Paradise.

Esse show acontece anualmente para celebrar a entrada da primavera nos EUA e se tornou uma tradição inventada pelo marketing e aguardada por milhões de consumidores. As principais lojas, como as da Times Square, em Nova York, transformaram-se em um verdadeiro jardim tropical com direito a música, comida típica, aulas de história brasileira. Algo inesquecível!

Esse evento tem o intuito de transformar o ato da compra em uma experiência única, expondo o consumidor a uma atmosfera de diversão, de magia e também de conhecimento de espécies florais de outras culturas. Por um lado, exportamos a criatividade brasileira, por outro, aprendemos que consumidor respeitado e satisfeito sempre será a principal arma de qualquer bom negócio. Um bom desembarque em um mercado com uma disputa tão acirrada por consumidores é vital para a estabilidade de qualquer viajante. Boa viagem!

 

Segundo lado – Atenção a outra realidade é a Slave of Fashion (Escravos da Moda)

Um tempo atrás, Alexandre Wang, o novo darling da moda norte-americana e apadrinhado da editora da revista Vogue, Anna Wintour, foi denunciado e processado por alguns funcionários que estavam trabalhando sob condições desumanas. Essa notícia se espalhou virulentamente no mundo fashion.

Como sabemos, esse tipo de trabalho quase escravo ainda se espalha mesmo em países de Primeiro Mundo, sem dizer que em países em desenvolvimento essa prática vem se açulando cada dia mais. A maioria é de imigrantes, mulheres e crianças que não ganham nenhum benefício, recebem salário inferior ao mínimo, vivem em um ambiente de trabalho em péssimas condições e são obrigados a trabalhar muitas horas, de 60 a 80 por semana, para cumprir deadlines. Em 1995, o governo norte-americano desmantelou vários sweatshops em cidades como Los Angeles e Nova York, duas grandes capitais da moda. O fato chamou a atenção de grupos de direitos humanos que agora mantêm tal prática sob vigília.

Hoje em dia, várias indústrias procuram se estabelecer em países onde o salário mínimo é baixo, onde leis trabalhistas são fraudulentas e direitos humanos são inexistentes. Assim, ao passear pelas ruas de Manhattan e ver homens e mulheres tão fashionably vestidos, há uma certeza por trás disso: muito do que vestimos é fruto de um trabalho escravo inaceitável.

 

Rogerio Martins é graduado em moda e arte pela International Academy of Design and Technology (IADT), dos EUA, e diretor de criação da empresa de moda SayZar.

rogeriomartins@rogeriomartinsdesigns.com / www.rogeriomartinsdesigns.com

Foto: Arquivo pessoal

http://www.costuraperfeita.com.br/edicao/25/materia/ranking.html

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