Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Sobrevivência da indústria têxtil depende da modernização

A indústria têxtil e de confecções, uma das mais antigas do Brasil, vive uma dicotomia: o setor presencia o aumento da concorrência de produtos importados, com consequente queda das receitas. Mas, para fazer frente a essa questão, o setor precisa investir em tecnologia de forma a se tornar cada vez mais eficiente e competitivo. Tal situação fica evidente quando analisamos os recentes números divulgados pela Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit).

Segundo a entidade, as expectativas trazidas pela realização da Copa do Mundo foram frustradas. Em levantamento pelo Siscomex/MDIC, comparando-se a atual Copa com o evento realizado em 2010, o volume de importação de camisetas de malha mais que dobrou nos períodos idênticos de janeiro a maio, de 1.460 toneladas para 3.000 toneladas. Informação oficial da Associação de Fabricantes e Exportadores de Artigos Têxteis de Bangladesh dá conta de que as vendas deste ano de camisetas subiram 14% em função do Mundial.

Ainda de acordo com a Abit, de janeiro a abril deste ano, ocorreu uma queda de 6,9% no segmento têxtil e crescimento de 0,8% no vestuário, na comparação com igual intervalo anterior. A questão que se impõe diante desse quadro é que, cada vez mais, a indústria brasileira precisa aumentar sua competitividade de forma a fazer frente aos produtos importados, cujos preços são muito mais atrativos para artigos com menor valor agregado.

Nossa indústria demonstra um perfil variado. Há desde empresas modernas e altamente competitivas em nível internacional até as mais sucateadas. Sem dúvida que o famoso Custo Brasil afeta muito. Com ele, já saímos atrás na largada da corrida com nossos concorrentes vindos de outros países.

O fato é que a concorrência externa está aí, e, portanto, a modernização não é mais luxo mas, sim, questão de sobrevivência. O investimento na atualização do parque industrial pode parecer alto num primeiro momento, ainda mais quando o empresário se depara com queda das receitas e de suas margens. Entretanto, os que acompanham o segmento percebem que o retorno é rápido, diante da maior eficiência, melhor qualidade dos produtos e aumento de produção. 

A boa notícia é que existem soluções acessíveis para empresas de qualquer tamanho. Os avanços da tecnologia tornam possível reduzir os desperdícios de tecido, aumentar a produtividade, reduzir o tempo de produção, criar design diferenciado e valer-se do conceito de fast fashion, que é uma alternativa para o mercado brasileiro responder com rapidez à concorrência dos importados. É possível produzir moda com custo mais baixo e qualidade superior à que vemos no mercado atual. Para isso, não é necessário fazer uso de mão de obra escrava mas, sim, aprimorar a produção por meio do uso das tecnologias hoje disponíveis no mercado.

Claudio Grando

http://www.jb.com.br/sociedade-aberta/noticias/2014/07/29/sobrevive...

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Respostas a este tópico

Investir na modernização das plantas, maximizar a produção e focar na qualidade, tem sido a receita de sucesso das lideres de mercado.

Todas as entidades afirmam que somos competitivos do portão da fábrica para dentro e só perdemos do portão para fora!

           Já assisti esse filme antes. Sempre dizem que a indústria nacional não é moderna e por isso não é competitiva. Como um empresário do ramo textil pode investir mais em modernização, quando o mercado não propicia margem para pagar os investimentos? Se recorre a financiamentos, tem que oferecer 130% do valor em garantia real, ou seja , mais do que o valor do investimento, e além disso pagar uma taxa de juros que é uma das maiores do mundo. Aí eu fico a perguntar, será que investir em modernização, apropriando-se de uma dívida, vai trazer resultados?  Estou vendo dezenas de fiaçôes de algodão que modernizaram e estão com suas máquinas paradas ou com capacidade de produção reduzidas. A competitividade com o produto importado não está só em modernização. Está no custo Brasil em geral, como carga tributária, legislação trabalhista, falta de infra estrutura, etc. Não vejo solução a curto prazo. Corremos o risco de modernizamos assumindo dívidas e mesmo assim não sermos suficientemente competitivos.

Contrate o lulinha ou dilminha p/ presidente do conselho!

O fato é que a concorrência externa está aí, e, portanto, a modernização não é mais luxo mas, sim, questão de sobrevivência.

sempre que se fala em modernizacao, o brasileiro pensa logo comprar maquinario de ponta, porque e muito mais facil do que procurar desenvolver um produto diferenciado, novas fibras etc, por isto eu acredito que nao vai ficar mais do que uma meia duzia de 4 ou 5 o resto vai fechar tudo

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