Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Leo Pinheiro/ValorBastos, diretor da Farm, pisou no freio e prevê expansão no 2º trimestre de 2015

Não são todas as grifes cariocas que estão fechando as portas. Há quem tenha conseguido se organizar para enfrentar períodos de retração no consumo. É o caso da Farm, que em 2010 se uniu ao grupo Animale, comandado por Roberto Jatahy.

Antes da fusão, a Farm faturava R$ 109 milhões e tinha 23 lojas. Encerrou o ano passado com 60 lojas e faturamento de R$ 333 milhões. "A fusão para a Farm foi fundamental. A partir da união aproveitamos a onda que estava a favor do mercado para crescer. Abrimos muitas lojas e ficamos grandes, não é mais uma queda de consumo que nos derruba", disse Marcello Bastos, diretor da Farm. O crescimento da Farm, desde a fusão, em 2010, foi de 35% ao ano.

O mercado também acompanha o desempenho do grupo, que constantemente recebe propostas para vender uma fatia do negócio. "Passamos um ano e meio negociando com o [fundo] Tarpon, aprendemos muito como funciona uma fusão. Não deu certo porque demorou demais, eles queriam o controle, mas nós não queríamos vendê-lo", disse Bastos.

Ele considera estratégica a chancela de um dos maiores fundos de investimento na área, e não descarta como possibilidade futura. "No momento nosso foco é organizar e olhar para dentro. Olhamos sempre como possibilidade, mas quando tem redução de consumo, não é bom momento para fechar negócio", disse Bastos, que não descarta possibilidade de aquisições.

"Existe a possibilidade. Olhamos isto o tempo todo, mas não agora. É para 2015, com a conclusão da arrumação da casa. A gente não escolhe só as marcas, escolhe os sócios", continuou Bastos.

Ele negou que tenha tomado financiamento de R$ 200 milhões com o Credit Suisse, conforme o mercado especulou logo após o término das negociações com a Tarpon.

"Estamos supercapitalizados. O Credit Suisse nos procurou e ofereceu linha de crédito com este limite, mas nós nunca pegamos", disse Bastos. Segundo ele, o endividamento da Farm Animale é menos de 0,5% do Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização).

A Farm aproveitou a retração no consumo para investir internamente. Abriu novo centro de distribuição e contratou profissionais. "Crescemos tanto que estamos estrangulados na nossa infraestrutura", disse Bastos.

Por isso, segundo ele, a empresa optou por pisar no freio e se estruturar para uma nova fase de crescimento, prevista para o segundo semestre de 2015. Este ano a Farm planeja crescer 20%, com faturamento de R$ 400 milhões.

A marca também prepara sua expansão internacional. A ideia é se associar a um produtor local, para dar competitividade à marca. "Vamos ganhar dinheiro com essas lojas. Não temos pressa, tem que ser sustentável". Por enquanto a empresa está coletando informações. Estuda três cidades: Nova York, Milão e Barcelona.

A marca já é conhecida internacionalmente após o sucesso de suas coleções-cápsula com a Adidas. A primeira vendeu 471 mil peças em 130 países. No Brasil, 55 mil peças esgotaram rapidamente, e geraram mais de R$ 1,5 milhão em royalties. "A primeira coleção foi o maior sucesso mundial de coleções-cápsula da Adidas", disse Bastos. A segunda foi lançada no final de agosto.

Sobre o mercado de grifes, Bastos afirmou que o segredo é inovar sempre. "Algumas [marcas] não conseguiram ultrapassar [cenário econômico mais complicado] porque deixaram de inovar e acreditaram demais no peso de ser carioca. Se não for verdade, vai ficar pelo caminho".

A Farm sempre busca parcerias com outras empresas. Ela é a única no país com autorização da Disney para estampar o papagaio Zé Carioca em suas roupas.

"Vamos fazer parceria com a Kibon no verão, e pedimos que eles façam um sorvete de mate com limão. Temos um grupo no marketing que fica pensando essas coisas", disse o diretor, citando a marca de sorvete da Unilever.

O investimento anual da Farm em marketing equivale a 3% do faturamento. Ela tem equipe de 'branding', marketing e departamento visual, que cuida de manutenção estética das lojas e do perfil das vendedoras. O canal virtual representa quase 10% das vendas. São 40 mil acessos por dia e R$ 3 milhões em vendas ao mês. Em lojas físicas a venda é R$ 400 mil ao mês.


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