China corta algodão importado

[Romildo de Paula Leite]

A China está a prever reduzir as suas quotas de importação de algodão em 2015 para a quota de importação obrigatória aprovada pela OMC de 894 mil toneladas, numa tentativa de impulsionar a procura por algodão doméstico e reduzir os seus enormes stocks da fibra. 
 

A Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma (CNDR), a organização governamental chinesa responsável pela política do algodão, anunciou a medida de restrição das importações de algodão – estabelecida no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC) – durante uma conferência de imprensa que decorreu em setembro.

Liu Xiaonan, vice-presidente do departamento de economia e comércio da comissão, revelou que, para além das 894 mil toneladas acordadas nos compromissos com a OMC, a China não irá emitir «quotas de importação adicionais». Irá, em vez disso, «orientar as empresas têxteis nacionais para usar algodão nacional», explicou o responsável.

A China, a maior consumidora mundial de algodão, tem nos últimos anos emitido vários milhares de toneladas de quota de importação para além do volume acordado nos termos da OMC. O algodão que entra na China no âmbito da quota da OMC é sujeito a uma pequena taxa de 1% e nos últimos anos o país tem normalmente autorizado a importação de vários milhares de toneladas de fibra com tarifas entre 5% e 40% de imposto.

A CNDR deu a entender que a mudança era iminente e que estava a procurar «acordos apropriados para a importação», que irão «incentivar as empresas a fazer um uso acrescido do algodão nacional».

A CNDR também divulgou que um sistema testado com os produtores de algodão na região de Xinjiang, uma das maiores áreas produtoras de algodão da China, está também a ser alargado aos produtores nos vales do Rio Amarelo e do Rio Iangtzé. Existem receios que sem o apoio a outras regiões algodoeiras, seriam registadas quedas acentuadas na área cultivada dessas regiões.

Esta iniciativa envolve o pagamento de subsídios aos produtores de algodão caso o preço de mercado caia abaixo de um valor de referência anual pré-definido. Para 2014, este valor é de 3.224 dólares por tonelada. No entanto, o governo já não irá comprar diretamente aos agricultores de algodão, oferecendo-lhes em vez disso o subsídio.

Nesta medida, é muito diferente de um sistema anterio

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