Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

As fibras de malva e de juta são destinadas a alimentar a indústria têxtil, principalmente na confecção de sacos para embalar café e batata

MANAUS - Uma pesquisa de melhoramento genético das sementes de malva iniciou com a Embrapa-AM, em parceria com a Ufam. As fibras de malva e de juta são destinadas a alimentar a indústria têxtil, principalmente na confecção de sacos para embalar café e batata. As fibras também são utilizadas na indústria automotiva. Porém, a produção do Amazonas ainda não atende as necessidades da indústria local, fato que poderá ser minimizado com os resultados do melhoramento genético, a ser realizado pelas duas instituições, cujo objetivo é aumentar a produtividade nas plantações.

Atualmente, além da produção estadual não atender as necessidades da indústria, que para suprir suas atividades se vale de fibras importadas da Ásia, a demanda deverá aumentar com aprovação da proposta de substituição do uso de sacos plásticos, utilizados na embalagem de produtos agrícolas, por sacos de fibras vegetais, fabricados a partir de juta e malva. A proposta foi aprovada no início deste mês pela Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Fibras Naturais, coordenada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

O projeto foi apresentado pela Federação de Agricultura e Pecuária do Amazonas (Faea). A medida foi encaminhada ao Mapa e à Conab para formalização. Para o presidente da Faea, Muni Lourenço, a adoção da mudança é importante ao considerar que o Amazonas é responsável por mais de 80% da produção nacional de fibras naturais. Lourenço destaca que a atividade envolve 25 mil agricultores, no Estado. “A substituição do plástico por um produto biodegradável será uma contribuição, uma proteção ao meio ambiente. Haverá menos poluição nos rios”, disse. “Fizemos um levantamento que nos mostrou que o Amazonas tem capacidade para atender à demanda de sacolas de toda a região Norte. É um projeto piloto que vai atender aos estoques públicos”, completa.

Projeto da Embrapa

Pelo projeto da Embrapa o plantio das sementes selecionadas será na primeira quinzena de maio. O pesquisador da Embrapa e coordenador do projeto, Edson Barcelos,  explica que o primeiro passo do trabalho consistiu na coleta de cinco quilos de sementes de malva, recolhidas em cinco municípios distintos do Estado do Pará, de onde o Amazonas compra os grãos.

Após a fase de preparo, as sementes serão encaminhadas ao plantio que vai acontecer na área de pesquisas da Embrapa instalada no município de Iranduba (distante 22 quilômetros de Manaus). “O plantio está programado para ocorrer entre os primeiros 15 dias de maio”, informa.

De acordo com o pesquisador, a proposta da miscigenação dos grãos é analisar a germinação e produção das diferentes espécies sob o solo amazonense. Ele informa que as sementes que resultarem em melhores produções terão suas sementes coletadas e darão origem a um novo plantio.

O objetivo, segundo Barcelos, é desenvolver a produção de sementes no Amazonas a partir dos grãos originados no Pará. “O Estado precisa de algo entre 40 e 50 toneladas de sementes para suprir a demanda. Para chegar a esse número precisamos criar meios para aumentar a produção”, disse.

Barcelos informa que a primeira colheita das sementes deve acontecer no último trimestre do ano e que em dezembro os grãos retirados do primeiro plantio serão cultivados em uma segunda área, ainda a ser definida. “Na segunda colheita os grãos obtidos serão distribuídos a alguns agricultores. A seleção deles será feita com base na localização da área para o plantio e no interesse demonstrado por eles para o aprendizado cultivo da malva. Também vamos treiná-los”.

No projeto, a Embrapa é responsável pelo setor de melhoria genética da produção de sementes, enquanto a Ufam está incumbida pela capacitação e desenvolvimento de equipamentos. O projeto ainda conta com a parceria da Sepror (Secretaria do Estado de Produção Rural), Idam (Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas), do Sindicato das Indústrias de Fiação e Tecelagem do Amazonas e do CBA (Centro de Biotecnologia da Amazônia). O trabalho conta com uma equipe composta, inicialmente, por quatro professores da Ufam, três pesquisadores da Embrapa e cerca de dez técnicos pesquisadores. Esse grupo será somado a uma equipe de aproveitamento de subprodutos.

Conforme o secretário executivo da Sepror (Secretaria de Estado de Produção Rural e Sustentabilidade), Valdenor Cardoso, a secretaria atua na formulação de políticas de fomento à produção de malva no Amazonas por meio de apoio à pesquisa. "Nosso objetivo é gerar infraestrutura técnica para proporcionar a produção de fibras no Estado", afirmou.

Cardoso ainda disse que a parceria com a Embrapa está em fase inicial. "O projeto está sendo desenhado por Edson Barcelos, pesquisador da Embrapa, e estamos aguardando a conclusão dele para saber o tamanho do aporte de recursos que precisaremos buscar", disse, garantindo a existência de parceria.

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