Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Na moda, não basta ser ecológico, sustentável ou socialmente correto: é preciso ter “sex appeal” ou não vai sensibilizar os consumidores. Felizmente, algumas marcas brasileiras já entenderam essa lógica e começam a mudar a ideia de que produto sustentável é sempre isento de charme. Esse é o caso da Insecta Shoes, marca de calçados que se intitula como vegana e que usa como matéria-­prima básica de seus calçados tecidos oriundos de roupas vintage, sobras da indústria têxtil ou feitos com garrafas PET recicladas.
A grife de moda Rush Praia é outro exemplo. A partir dessa coleção de verão, a marca passa a ter em linha biquínis feitos com malha da tecelagem Santaconstancia, feita de fio Amni Soul Eco. Esse fio de poliamida, produzido pela Rhodia, teve a formulação aprimorada para permitir que as roupas decomponham em aproximadamente três anos quando descartadas em aterro sanitário.
Criada em Pernambuco, a Rush está no mercado há 19 anos. “Sempre acreditamos que a moda deveria se aliar a questões de sustentabilidade”, afirma Catherine Vasconcelos, uma das sócias da marca. De acordo com a empresária, a malha feita com o fio biodegradável será parte permanente das coleções da Rush. “Para conscientizar o consumidor, nós criamos uma cartilha explicando que a peça não vai durar menos nem se desmanchar no corpo”, diz Catherine. Além disso, a grife criou uma campanha que dá descontos na compra de artigos feitos com o Amni Soul Eco quando as clientes levarem à loja biquínis antigos da Rush. “Assim, conseguimos descartar as peças antigas de forma adequada”. A marca possui quatro lojas no Estado, além de e-­commerce.
Já a Insecta Shoes abriu uma loja temporária na House of Bubbles (misto de loja, bar e lavanderia) no bairro de Pinheiros, em São Paulo. O espaço, que funcionará como teste no mercado paulistano, fica aberto até o dia 24 de dezembro. A marca também dispõe de e­-commerce e loja-­ateliê em Porto Alegre, onde foi fundada.
O grande diferencial da Insecta é a sua estamparia ousada e divertida. São seis diferentes modelos, que vão dos números 20 ao 45, a maioria unissex. Grande parte dos tecidos utilizados vem de roupas que já passaram pelo varejo e hoje são vendidas em brechós. Sendo assim, é praticamente impossível encontrar muitos modelos com o mesmo padrão, o que deixa tudo mais atraente.
Nos solados são usadas borrachas que também são resultado de reciclagem. “A nossa ideia é, no futuro, ter um sapato compostável”, diz Bárbara Mattivy, sócia fundadora da marca, que sonha em, um dia, poder “plantar” os sapatos que terminarem a sua vida útil no guarda­-roupa. “Por hora, usamos o que de mais ‘verde’ existe no mercado,
que é a matéria­-prima que já existe”, orgulha-­se. “Mas continuamos a nossa pesquisa”.
Nascida da união entre um brechó virtual (de Bárbara) e uma marca de sapatos feitos com retalhos de couro (da designer Pamela Magpali), a Insecta recebeu um investimento inicial de R$ 20 mil no fim de 2013. A produção é pequena: entre 500 e 600 pares por mês, que custam, em média, R$ 269.
Para 2016, a estimativa é crescer 85% já no primeiro semestre. Além de Bárbara e Pamela, a Insecta Shoes conta com Kento Kojima em seu quadro de sócios.
O próximo lançamento da marca é um projeto de “co-branding” com a Colibri, empresa de cunho social que capacita artesãos, também de Porto Alegre. A parceria resultou em nécessaires e mochilas estampadas. Nesse projeto também está presente a reutilização de materiais, como cintos de segurança (que viraram alças), forros de guarda-chuva e até retalhos de antigas calças jeans.
A Insecta, conta Bárbara, foi premiada pela ONG Peta (People for the Ethical Treatment of Animals) como “marca revelação” vegana. Recentemente, também foi a vencedora da principal categoria do Prêmio Ecoera, idealizado pela consultora de moda especialista em sustentabilidade, Chiara Gadaleta Klajmic, com a metodologia do Sistema B, movimento global que já certificou mais de 1.400 empresas e atua em mais de cem países.

http://www.sbvc.com.br/2014/2021622-novas-marcas-sustentaveis-ganha...

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