Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Os veículos adaptados para vender roupas e acessórios ganham força e cada vez mais empreendedores apostam nesse modelo de negócio

Equipe do Achado Trailer: inspiração veio do movimento de trailers de moda dos Estados Unidos (Foto: Divulgação)

Depois do boom dos food trucks, os veículos adaptados para oferecer comida nas ruas, chegou agora a vez dos fashion trucks – lojas móveis de roupas e acessórios – buscarem seu lugar ao sol no mercado. Eles não precisam necessariamente ser caminhões, mas vans, kombis, trailers e até mesmo bicicletas abastecidos com as tendências do mundo da moda.

Victor Hugo Ferreira foi um dos que resolveram apostar na ideia e vem se dando bem no mercado paulista. Sua loja móvel, a Dolce & Faceira Acessórios, tem como foco o público feminino. Inaugurado no fim de 2012, o fashion truck trabalha com peças de produção própria, do interior de São Paulo e também do Sul do País.

O empresário explica que, a princípio, chegou a abrir uma loja física no modelo convencional em Juquitiba (SP), porém o baixo fluxo de pessoas e queda nas vendas o levaram a abrir uma loja móvel. “Começamos a pesquisar e vimos que havia algumas lojas móveis de vestuário e bolsas, daí evoluímos a ideia e decidimos fazer uma loja mais sofisticada, que chegasse o mais próximo possível de uma loja física, com todo conforto, elegância, e charme que encontramos em tais pontos fixos”, explica.

Mais novo no mercado, mas não menos atuante é o Achado Trailer, inaugurado em outubro de 2014 pela estilista Camila Machado. A primeira coleção lançada foi um garimpo feito na Europa, em cidades como Londres e Berlim. Hoje o trailer já conta com uma coleção completamente autoral. “Tivemos a ideia observando o movimento de trailers de moda nos Estados Unidos e o crescente mercado de food trucks no Brasil”, explica Camila, que aposta no design urbano de sua coleção.

Para o sucesso do negócio, no entanto, não basta apenas comprar um veículo e sair pelas ruas comercializando os produtos. É necessário um plano de negócios e um estudo de mercado para determinar qual nicho será escolhido pelo empreendedor. “É preciso também analisar a viabilidade técnica do empreendimento, além de conhecimento em moda. Assim será possível contar com bons fornecedores para sempre ter novidades, um pressuposto importante para este negócio”, explica o consultor do Sebrae-SP Fábio de Azevedo.

Divulgação

Estar (e empreender) na moda significa também usar o principal meio de comunicação contemporâneo para impulsionar os negócios. As mídias sociais são fundamentais para fazer o marketing dos fashion trucks, tanto o Facebook quanto o Instagram, além dos sites próprios. “Postamos diariamente o local onde iremos fazer a nossa parada. Estamos até mesmo nos organizando para iniciar nossas vendas via redes sociais em breve”, revela Ferreira.

Victor Hugo Ferreira abriu uma loja no modelo convencional, mas optou pelo fashion truck por apresentar mais perspectivas de ganhos (Foto: Cris Castello Branco)

Ainda não existe uma legislação específica para fashion trucks no Brasil, mas a lei que atende hoje a esta operação é para a venda externa em eventos ou locais privados. No caso de locais públicos é necessário ser autorizado pelas prefeituras. Também é importante ter a orientação de um contador para auxiliar o empreendedor nesta etapa do negócio. “Seria muito importante uma regulamentação própria para os fashion trucks, principalmente para os veículos estabelecerem pontos comerciais na rua ou em eventos específicos”, aponta Azevedo.

O Dolce & Faceira acessórios, por exemplo, é instalado em cerca de dez pontos de parada em São Paulo no qual o estacionamento é permitido e o fluxo de pessoas no local auxilia nas vendas. “A princípio nossa ideia era parar em frente a faculdades, mas num teste feito em centros empresariais vimos que o poder de compra era muito maior nestes lugares”, explica Ferreira.

O Achado Trailer, por sua vez, até iniciou suas atividades nas ruas, mas atualmente participa exclusivamente de grandes eventos ligados à moda. “Optamos por isso por questão de segurança e rentabilidade do negócio”, conta Camila.

Custos e retorno

São inúmeros fatores que determinam o valor do investimento em um fashion truck: veículo, suas adaptações, reserva para manutenção e preservação, equipamento, comunicação visual, plano de marketing, estoque, contratação de serviços especializados e, principalmente, o capital de giro necessário para bancar a operação nos primeiros meses.

Como em qualquer tipo de empreendimento, Azevedo destaca que é importante fazer o plano de viabilidade técnica (econômica e financeira) do negócio, que poderá determinar ou prever o prazo de retorno. “Se considerarmos outros modelos de vendas sobre rodas que possuem hoje até formatação de franchising, podemos estimar o retorno entre 12 e 24 meses dependendo do investimento, mas a análise sempre deve ser caso a caso”, pondera.

http://revistapegn.globo.com/Administracao-de-empresas/noticia/2016...

Para participar de nossa Rede Têxtil e do Vestuário - CLIQUE AQUI

Exibições: 645

Responder esta

© 2024   Criado por Textile Industry.   Ativado por

Badges  |  Relatar um incidente  |  Termos de serviço