Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Consumidor foge da compra por impulso e busca roupas clássicas

O brasileiro mudou a forma de consumir itens de vestuário e calçados – com a recessão, as compras por impulso diminuíram e peças clássicas e versáteis ganharam mais espaço no guarda-roupa. E, embora existam alguns sinais de melhora na produção e nas vendas do setor no início do ano, os hábitos dos consumidores ainda não voltaram à condição anterior à crise.

A consultoria Iemi Inteligência de Mercado estudou, entre os últimos meses de 2016 e o início deste ano, o comportamento do consumidor no varejo de moda. Foram 1.575 pessoas entrevistadas, de todas as faixas etárias e de renda, nas cinco regiões do país.

De acordo com o estudo, o consumo de peças de vestuário baixou de 6,5 bilhões em 2014 – antes da crise consolidar-se – para 5,8 bilhões no ano passado, o que representou uma queda de 10,8%.

O valor gasto por compra cresceu 26%, passando de uma média de R$ 237 para R$ 299. “Esse aumento aconteceu porque os consumidores de baixa renda reduziram muito as compras, enquanto os de alta renda mantiveram o nível. Proporcionalmente, as classes A e B tiveram uma participação maior no consumo nos últimos dois anos”, disse Marcelo Prado, diretor da consultoria Iemi Inteligência.

Ele lembrou que brasileiros das classes A e B fizeram menos viagens e substituíram parte das compras no exterior por produtos adquiridos no Brasil. Tais consumidores, no entanto, também se propuseram a gastar menos, buscando marcas com preços mais acessíveis. “Não foi uma busca por peças mais baratas, mas peças com boa qualidade e preço mais baixo. As lojas de departamento atenderam bem esse quesito e acabaram ganhando mercado das lojas monomarcas, que costumam oferecer produtos com preços mais altos”.

De acordo com a pesquisa, as lojas de departamento eram o local preferido de compras para 34% dos consumidores em 2016. Essa fatia em 2014 era de 24%.

As redes de moda rápida, que chegam a ter 12 coleções por ano, também conseguiram se sair melhor em comparação a lojas multimarcas menores, que renovaram pouco suas vitrines.

Prado observou que a demanda dos consumidores ficou concentrada em peças mais clássicas, confortáveis, com algum estilo e versáteis, podendo ser usadas em diferentes ocasiões. “A compra por impulso diminuiu. O consumidor está bem mais pragmático, comprando o que precisa”, acrescentou.

Em relação aos públicos, Prado observa que as classes C e D ainda não deram sinal de retomada do consumo.

Diante desse cenário, o perfil de consumo em tempos difíceis ainda deve ser levado em consideração na definição de estratégia das empresas neste ano.

Na avaliação, as redes varejistas que atendem esse público deveriam buscar melhorar suas coleções para atingir o público da classe B. “Se atendo as classes B e C e a C sofre com a crise, tenho que focar na B e não descer para atender classes C e D porque aí entro no olho do furacão”, disse Prado.

O analista observou ainda que o varejo e a indústria deram alguns sinais de melhora neste início de ano. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de janeiro mostram que as vendas de tecidos, vestuário e calçados caíram 6,3% em relação a igual período de 2016. Mas, em comparação a dezembro, houve aumento de 4,1%. A produção de vestuário, por sua vez, cresceu 8,4% no primeiro bimestre, em comparação ao mesmo intervalo de 2016.

Para o ano, a consultoria Iemi projeta um incremento de 1% a 2% nas vendas do varejo e avanço entre 2% e 3% da produção industrial. Esta, segundo Prado, cresce um pouco mais que as vendas no varejo devido à substituição de itens importados por produtos fabricados no Brasil.

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