Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Gigantes globais da moda estão preocupados com a proibição de venda de gado para abate na Índia

Exportadores indianos estão se manifestando para garantir que clientes globais como Zara e Giorgio Armani recebam suas mercadorias, apesar da repressão por parte do governo da Índia contra o abate de gado, que está ameaçando a lucrativa indústria do couro no país.


Armani Privé - Primavera/ Verão 2017 - Alta Costura - Paris - © PixelFormula
O governo indiano anunciou, na semana passada, a proibição da venda de gado para o abate, medida que surpreendeu as grandes marcas da moda que gastam bilhões de dólares por ano em couro proveniente da Índia, para fabricar sapatos, bolsas e casacos.

"Eles nos ligando e escrevendo e-mails perguntando quais serão as conseqüências e não sei o que responder", disse Mohammad Zia Nafees, cuja empresa com sede em Kolkata vende couro para sapatos à Zara e Marks & Spencer.

A nova controversa medida bloqueia o fornecimento de carne bovina e couro indiano a grupos industriais.  Alguns estados, onde o abate de vacas é permitido, prometeram lutar contra a decisão.

A Índia é o segundo maior produtor mundial de calçados e roupas de couro e, no ano passado, vendeu 13 bilhões de dólares em produtos para metade dos clientes no exterior. Segundo grupos industriais, estes clientes estão bastante descontentes com a nova medida.

“A minha família tem trabalhado com marcas como Radley e Armani nas últimas décadas e agora elas estão nos perguntando se conseguiremos cumprir com nossos compromissos", disse Imran Ahmed Khan, do Council for Leather Exports, à AFP.

“No momento, a indústria está em pânico. É como se tivéssemos recebido uma sentença de morte com o governo de Modi."

As vacas são consideradas sagradas pelos hindus e a nova proibição foi justificada para evitar a crueldade contra os animais. 

Mas os críticos acusaram o partido nacionalista Bharatiya Janata (BJP) de seguir uma linha religiosa muito dura.

O BJP vem pressionando para obter proteções mais fortes para as vacas durante a liderança do Primeiro-ministro, Narendra Modi. Houve um aumento nos ataques dos vigilantes contra criadores de gado desde que Modi assumiu o cargo em 2014.

Industriais disseram que o recente decreto vai contra o objetivo de Modi de criar empregos e atrair investimentos estrangeiros, e que as empresas compradoras de couro indiano podem trocar de fornecedor caso o decreto não seja revogado.

Os vizinhos Bangladesh e Paquistão, ambos principais produtores de vestuário, são em sua maioria muçulmanos, mas não vêm problema no abate de vacas.

A indústria espera que a decisão (que afeta não apenas as vacas, mas o comércio de touros, boi, búfalos, bezerros e camelos) seja revista ou alterada para excluir búfalos, um animal que não é considerado sagrado, mas valorizado por seu couro.

O abate de vacas, bem como a posse ou o consumo de carne bovina, é proibido na maior parte da Índia. Alguns estados prevêem prisão perpétua em caso de infrações.

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