Em entrevista ao IT Forum, o executivo revela a preocupação com o descompasso nos investimentos em cibersegurança, à medida que o cibercrime cresce.
“Os atacantes precisam estar certos apenas uma vez, enquanto os defensores devem estar certos o tempo todo”, afirmou Chad Whalen, vice-presidente executivo de vendas globais da F5, ao discutir os desafios enfrentados pelos Chief Information Security Officers (CISOs) na última década, especialmente com a introdução de ferramentas de inteligência artificial (IA). “O cenário de ameaças nunca foi tão grande, e agora as ferramentas automatizadas para realizar tarefas nefastas estão amplamente disponíveis”, completou.
Por isso, quando questionado sobre o investimento em cibersegurança, o executivo destacou a importância da eficiência na implantação de tecnologias de segurança e a necessidade de reapropriar os recursos existentes. “Os orçamentos de TI são geralmente estáveis, e a questão é como reapropriar mais dólares que já estão sendo gastos em segurança cibernética, ao invés de obter mais fundos”, disse ele.
Segundo ele, “gerenciar o risco reputacional e financeiro de maneira eficaz, com alta eficiência, é fundamental.” Dessa forma, existe a necessidade de uma abordagem unificada em diversas infraestruturas, desde on-premises até a nuvem pública, para aumentar a eficiência e reduzir a complexidade.
Um estudo recente da Dynatrace apoia a análise de Whalen, indicando um descompasso entre executivos C-Level e conselhos de administração em relação à segurança da informação. Segundo o estudo, 87% dos CISOs afirmam que a segurança de aplicações é um ponto cego no nível de CEOs e Conselhos, percentual que sobe para 90% no Brasil.
O relatório “O estado da segurança de aplicações em 2024” revela que as empresas enfrentam barreiras de comunicação interna, dificultando a capacidade de lidar com ameaças cibernéticas. Executivos de segurança relatam dificuldades em promover alinhamento entre equipes e a alta administração, agravando a vulnerabilidade das organizações.
A falta de comunicação entre as equipes adiciona uma camada de complexidade ao trabalho do setor de segurança, especialmente em meio ao aumento das violações de dados e dos ataques de ransomware.
Enquanto equipes internas debatem a necessidade de mais investimento, o mercado movimenta impressionantes 8 trilhões de dólares, posicionando-se como a terceira maior economia mundial e expandindo rapidamente.
Segundo Whalen, “o crime organizado é responsável por grande parte desse crescimento devido aos altos retornos financeiros. Com a chegada da inteligência artificial e a ascensão das criptomoedas, que facilitam a movimentação de dinheiro, o desafio permanece urgente e persistirá por muito tempo.”
Além do crime organizado, ele destacou que esse setor rivaliza com grandes economias globais e é impulsionado por “organizações criminosas e Estados-nação” que exploram as significativas oportunidades financeiras oferecidas pelo cibercrime.
Whalen também discutiu como os avanços tecnológicos, incluindo a inteligência artificial e o impacto das criptomoedas, estão reconfigurando o cenário da segurança digital.
Ele enfatizou que “com a chegada da IA e o uso de criptomoedas, há uma superestrada para movimentação de dinheiro, o que torna o combate ao cibercrime um desafio contínuo e complexo”. Segundo o executivo, essas tecnologias não apenas ampliam as capacidades dos criminosos, mas também aumentam a sofisticação e a escala dos ataques cibernéticos, exigindo respostas igualmente avançadas das organizações.
*a jornalista viajou a convite da empresa
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