Sustentabilidade x Fast fashion.

[Renata Paioleti Lobão]

N/A: Trechos retirados do meu TCC.

O consumo funciona como uma engrenagem para o fast fashion, o consumidor teve e continua tendo um papel fundamental para o avanço deste modelo de negócio no varejo. O mercado de moda rápida está ligado com a capacidade e velocidade de consumo tanto da indústria quanto do mercado consumidor, e funciona como um sistema que necessita gerar desejo com velocidade e sazonalidade muito intensas, ou seja, os bens de consumo tem sua vida útil reduzida, gerando assim, uma necessidade de consumo constante e cíclica. Devido ao consumo excessivo e à crise ambiental que afetam a sociedade em âmbito mundial, nota-se uma crescente preocupação com a sustentabilidade, que exige dos governos, organizações e da sociedade em geral, um posicionamento rápido e urgente para desenvolver soluções para este problema. A sustentabilidade, por sua vez, deve ser abordada por todas as esferas, inclusive pela moda. Congregar temas relacionados à sustentabilidade à moda é um desafio, embora existam ações que pensem em um desenvolvimento ambiental sustentável ainda é um assunto polêmico no setor têxtil. O documentário “The True Cost Documentário de Andrew Morgan, que teve sua estreia em 2015, no qual o diretor relata o impacto do consumo exagerado de produtos de moda )” questiona os custos reais de uma moda rápida na indústria atual, apresenta a dura realidade por trás de peças de roupas expostas em lojas varejistas que aderem à agilidade de produção, visando suprir a necessidade de consumo da população. O longa-metragem aborda um assunto recorrente, os impactos do consumo exasperado de produtos de moda e como estes excessos impactam a vida dos trabalhadores destas cadeias de fornecimento e na existência do planeta Terra. Durante todo o documentário, o autor, Andrew Morgan, preocupa-se em mostrar o que se esconde atrás das peças de baixo custo, e como a moda descartável é um ciclo vicioso. Sabe-se que a indústria do vestuário é a uma das mais dependentes do trabalho humano, e segundo  Kate Fletcher (2011), é uma das indústrias mais suscetíveis  ao uso de mão de obra escrava.

O The True Cost é impactante para os consumidores, porém, não adianta impactá-los com a realidade e não se preocupar em apresentar variáveis para que eles possam, aos poucos, se adequarem. Após o documentário, Morgan passou a escrever em seu site, dicas sobre como os consumidores podem colaborar com o meio ambiente e a sustentabilidade. E uma matéria de Lucy Siegle, uma das colaboradoras do site The trut cost afirma que para romper os ciclos viciosos da moda rápida, é necessário se reeducar na hora da compra: pensar nas possibilidades de uso da peça, verificar se há algum indicador da procedência da mesma, identificar o uso de substâncias tóxicas que possam ser nocivas ao meio ambiente e ao consumidor, e sempre questionar as marcas.