Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Há despolitização, corrupção nos três Poderes e oligarcas como Sarney. A Nova República fez aniversário, ninguém lembrou. Havia motivo?

Nem o dr. Pangloss, célebre personagem de Voltaire, deve estar satisfeito com os rumos da nossa democracia. Não há otimismo que resista ao cotidiano da política brasileira e ao péssimo funcionamento das instituições.

Imaginava-se, quando ruiu o regime militar, que seria edificado um novo país. Seria a refundação do Brasil. Ledo engano.

Em 1974, Ernesto Geisel falou em distensão. Mas apenas em 1985 terminou o regime militar. Somente três anos depois foi promulgada uma Constituição democrática. No ano seguinte, tivemos a eleição direta para presidente.

Ou seja, 15 anos se passaram entre o início da distensão e a conclusão do processo. É, com certeza, a transição mais longa conhecida na história ocidental. Tão longa que permitiu eliminar as referências políticas do antigo regime. Todos passaram a ser democráticos, opositores do autoritarismo.

A nova roupagem não representou qualquer mudança nos velhos hábitos. Pelo contrário, os egressos da antiga ordem foram gradualmente ocupando os espaços políticos no regime democrático e impondo a sua peculiar forma de fazer política aos que lutaram contra o autoritarismo.

Assim, a nova ordem já nasceu velha, carcomida e corrompida. Os oligarcas passaram a representar, de forma caricata, o papel de democratas sinceros. O melhor (e mais triste) exemplo é o de José Sarney.

Mesmo com o arcabouço legal da Constituição de 1988, a hegemônica presença da velha ordem transformou a democracia em uma farsa.

Se hoje temos liberdades garantidas constitucionalmente (apesar de tantas ameaças autoritárias na última década), algo que não é pouco, principalmente quando analisamos a história do Brasil republicano, o funcionamento dos três Poderes é pífio.

A participação popular se resume ao ato formal de, a cada dois anos, escolher candidatos em um processo marcado pela despolitização. A cada eleição diminui o interesse popular. Os debates são marcados pela discussão vazia. Para preencher a falta de conteúdo, os candidatos espalham dossiês demonizando seus adversários.

O pior é que todo o processo eleitoral é elogiado pelos analistas, quem lembram, no século 21, o conselheiro Acácio. Louvam tudo, chegam até a buscar racionalidade no voto do eleitor.

A participação popular se resume ao ato formal de, a cada dois anos, escolher candidatos em um processo marcado pela despolitização.

Dias depois da “festa democrática”, voltam a pipocar denúncias de corrupção e casos escabrosos de má administração dos recursos públicos. Como de hábito, ninguém será punido, permitindo a manutenção da indústria da corrupção com a participação ativa dos três Poderes.

Isso tudo, claro, é temperado com o discurso da defesa da democracia. Afinal, no Brasil de hoje, até os corruptos são democratas.

No último dia 15, a Nova República completou 17 anos. Ninguém lembrou do seu aniversário. Também pudera, lembrar para que?

No discurso que fez no dia 15 de janeiro de 1985, logo após a sua eleição pelo colégio eleitoral, Tancredo Neves disse que vinha “para realizar urgentes e corajosas mudanças políticas, sociais e econômicas, indispensáveis ao bem-estar do povo”.

Mais do que uma promessa, era um desejo. Tudo não passou de ilusão.

Certos estavam Monteiro Lobato e Euclides da Cunha. Escreveram em uma outra conjuntura, é verdade. Mas, como no Brasil a história está petrificada, eles servem como brilhantes analistas.

Para Lobato, o Brasil “permanece naquele eterno mutismo de peixe”. E Euclides arremata: “Este país é organicamente inviável. Deu o que podia de dar: escravidão, alguns atos de heroísmo amalucado, uma república hilariante e por fim o que aí está: a bandalheira sistematizada”.

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Comentário de Jose.gomesruiz@hotmail.com em 1 abril 2012 às 9:42

Todos políticos são irmaõs!

A presidente Dilma Rousseff continuará fazendo gastos para aliviar a saúde e educação, mesmo precisando fazer com que a taxa de compra total do país que engloba aportes públicos e privados em infraestrutura e equipamentos, por exemplo, chegue a 24% do PIB (a taxa está em 19,3%, segundo o IBGE). "Adicionaremos o investimento do governo e a compra privada."

“Ao mesmo tempo, que vamos fazer alguns gastos para consumo do governo, sobretudo no que se trata da saúde e da educação, temos de ampliar o número de médicos no Brasil", disse Dilma, citando que um dos menores dados de médicos per capita do mundo é nosso: 1,8 por cada mil habitantes. Isso é mais do que evidente, médicos capacitados, são mal pagos neste Pais, e a intenção é a mais obvia: Cada um cuida de sua CLÍNICA ou trabalha para PLANOS PRIVADOS DE SAÚDE, onde a renda salarial é maior; mas a recepção à saúde dos associados é pior; pelo que sei pior que a do SUS!

"Se você for ver do que a população reclama, você notará duas coisas. Reclama de falta de Médico e, portanto, falta de atendimento” Declarou Dilma – BBC-BRASIL. Teremos que gastar nisso. Investimento isso não é. Vamos ter de aumentar a taxa de investimento. É preciso, segundo a presidente, manter os gastos nos serviços básicos, e trabalhar para somar a taxa de compras - indicador que reflete a aptidão das esferas públicas e privadas de investir na economia e acrescer sua fertilidade.

"Sem dúvida, o esforço que nós fazemos tem de ser completado pelo investimento privado. Sem isso você não cria uma taxa de investimento de 24%."

Grana da revisão dos auxílios no INSS depende de Dilma.

O pagamento automático da revisão dos auxílios e das aposentadorias por invalidez concedidas entre 2002 e 2009 depende da decisão da presidente Dilma Rousseff (PT). O presidente do INSS, Mauro Hauschild, disse que a definição depende de uma decisão do governo, pois neste período, o órgão não tem caixa para pagar o valor devido aos segurados. O cálculo da direção é que a correção desses benefícios errados valeria R$ 8 bilhões. Não temos essa disponibilidade. Qualquer discussão desse direito envolve todo o governo. “Não é uma decisão da pasta nem minha, é uma decisão de governo.” O ministro da Previdência, Garibaldi Alves, disse que deixaria para Hauschild responder. Mas que joguinho de Ping-Pong!

Dilma citou uma série de medidas que o governo aspira planejar para somar a taxa de investimento. Entre elas, a construção de 2 milhões de moradias no programa Minha Casa Minha Vida, investimentos em metrô em diversas cidades brasileiras, obras de base como o Itaquerão.

Citações velhas e superadas, porém útil para o Governo que esconde o dinheiro e mal paga a classe operosa do Pais; inclusive aqueles que já pertenceram a essa classe e hoje sofrem com a Aposentadoria sendo que há R$ 8 milhões à disposição dos Aposentados!

A presidente disse que, assim que voltar ao Brasil, vai anunciar uma série de medidas de estímulo econômico que tem como objetivo assegurar através de mecanismos tributários e financeiros, um maior investimento do setor privado.

Comentário de Ivan Postigo em 30 março 2012 às 17:46

Espetacular essa reflexão do Villa!

Assustadora também pela projeção de Euclides!

 

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