Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Perspectiva baixa de crescimento do PIB, em torno de 3.01%. Consumo que não decola nem com queda de taxa de juros. Inadimplência com pouco declínio, praticamente estacionada e em patamares altos. Carga tributária alta. Até aí nenhuma novidade, estão quase todos os setores no mesmo barco. Mas sob uma análise mais detalhada, o setor de varejo de vestuário tem algumas peculiaridades que fazem com que este negócio venha sofrendo ainda mais que vários outros setores.

Nos últimos 12 meses, enquanto o índice de pesquisa mensal do comércio crescia 8,3 % em volume de vendas, o índice de atividade de vestuário crescia somente 3,7%. Em volume de receita, o índice geral subiu 12,3% e o de vestuário, 6,6%. É realmente um fogo cruzado mesmo, os tiros vêm de todos os lados.

Para começar, vejamos as despesas com maior peso neste setor: aluguel de lojas e despesas com pessoal. Como a grande maioria das lojas deste segmento está em shoppings, qualquer negociação fica difícil. Com uma variação de 8,049% nos últimos 12 meses , o IGP-M que serve para reajuste dos contratos se torna o primeiro problema. O aluguel passou a pesar mais ainda nas despesas. Já a mão de obra deste setor que emprega bastante gente com baixa qualificação técnica sofreu um aumento maior que a inflação, sem um aumento de competitividade na mesma magnitude. Assim, mais uma despesa aumentando seu peso no resultado das empresas.

Como se não bastassem estes acréscimos, as varejistas estão sofrendo com o aumento nos seus custos de produtos manufaturados no Brasil. Pequenas indústrias nacionais fazem facção de várias das peças de roupas que são vendidas no varejo. Essas indústrias têm como seu custo principal a mão de obra. Logo, como há pouquíssimo ganho de produtividade já que não existe muita tecnologia envolvida nestes processos os custos de produção aumentaram bastante e serão repassados imediatamente.

Outro detalhe importante é que caso uma varejista de roupa precise redimensionar suas cotas de venda no meio de uma coleção, estas pequenas indústrias não conseguem atender prontamente fazendo com que as lojas percam vendas num cenário de aumento de vendas acima do esperado. As entregas dos pedidos também sofrem vários atrasos, por serem indústrias pequenas e ainda pouco profissionalizadas. Este problema ocorreu com algumas grandes varejistas de capital aberto, como a Hering e também com algumas outras de menor porte.

Bem, alguns podem até pensar. China é a solução!!!! Assim, começamos mais um problema. No setor de moda, as roupas são desenhadas por estação, e ocorrendo qualquer problema de atraso no abastecimento, a empresa importadora poderá perder venda e ter um enorme prejuízo. E mais, dependendo da data prevista para a chegada dessas mercadorias, caso seja, por exemplo, o Natal, amplia-se ainda mais o problema.

Alguns produtos, tipo de bijuterias e acessórios, podem ser aproveitados em caso de atrasos. Porém roupas de outra estação que não sejam as básicas viram artigo de pouco valor na próxima coleção. A verdade é que, além do risco da logística chinesa, ainda não dá confiar no tempo de desembaraço da mercadoria aqui no Brasil. Para minimizar esses riscos, as varejistas acabam por vezes importando bem antes do tempo necessário. E aí a necessidade de capital de giro aumenta bastante, elevando assim os custos financeiros.

Não podemos esquecer ainda da concorrência de varejistas internacionais que começam a fincar os pés aqui no Brasil, trazendo inovação e novas tecnologias para o setor, ainda que sofram alguns problemas inerentes ao custo Brasil.

Somando-se a isto, o público brasileiro das classes A e B aproveita cada vez mais os preços das roupas nos EUA e Europa, voltando com as malas lotadas de roupas de suas viagens, reduzindo seu consumo aqui dentro.

E por fim, o mercado já começa a precificar um aumento da Selic para 8,5% em final de 2013, o que poderia atrapalhar ainda mais o consumo. Portanto as perspectivas de curto prazo ainda exigem cautela. Como podemos ver, o varejo de vestuário tem muitos desafios para 2013 e para o futuro!!!!!

Acabo de ler uma reportagem no jornal sobre o Índice de Confiança do Comércio (ICOM) medido pela FGV que registrou queda de 2,3% no primeiro trimestre sobre o mesmo trimestre do ano anterior. Esta já é a 3º queda consecutiva do indicador, deixando o comércio como um todo em alerta.

Fonte: SRZD

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Excelente analise, principalmente em relacao aos pontos devendas os shoppings centers enlouqueceram qualquer lojinha de 30 metros custa 300 mil reais,  um produto novo nao tem nenhuma chance de entrar no mercado, resultado:cada dia mais pipocam os fast fashion  sem valor agregado nenhum ou seja nada que encontramos aqui por 50 reais temos qualquer dificuldade encontrarmos numa viagem a europa ou estados Unidos por 20 ou 25  sem falar na qualidade muitas vezes bem melhor, por outro lado temos hoje produtos extremamente diferenciados de alto valor aagregado que o cliente pagaria o que pedisse por ele pois ele nao vai encontrar nem na Europa nem Estados unidos e se encontrar certamente vai custar bem mais do que ele pagou aqui, nos temos um produto extremamente diferenciado, ecologicamente correto totalmente baseado na sustentabilidade com um bom design, exportamos para mais de 10 paises porem aqui temos inumeros clientes que querem abrir loja mas quando chega na hora do ponto, o shopping que cobrar 300 mil de um ponto, quem , e louco de investir tudo isto para abrir mercado de um produto novo, entao o que acontece ele abre uma loja em nova york ou londres e muito mais barato, se eu tivesse intenção de abrir uma loja  com certeza nao seria aqui no Brasil,  nos temos um produto que e vendido aqui no brasil a um preco media de 55 dolares la dora ele chega ao 250 e o cliente paga pois  e classe a e aqui no brasil ek

Lele nao chega nesta classe , entao a saida e vender la fora quando a receita federal e o bqnco do brasil e os correios deixam, pois acredito que este e o unico país que o governo faz todo possível para dificultar a exportacao , facdigo como uma amiga minha , eum e uma esquizofrenia geral e nos empresarios so no ferramos e ainda tem os governos estaduais  pois se no sul e sudeste e dificil vem pRa  a paraiba ser micro empresario para voces saberem o que e dificuldade se vier ja venha com um fundo para financiar a camapanha dos candidatos locais se nao voce nao chega nem no alvará,  se voces acham que ai esta ruim venham ver o que e que a paraiba tem.

Caro Fabrício dou-lhe os meus parabéns pela sua publicação, ela está muito bem fundamentada e é muito actual, até aqui na Europa. Aqui, e estou a falar em fabricantes de tecidos por ser o que conheço melhor, a situação é difícil pela razão que os grandes compradores estão virados para a importação de tecidos e de confecção da China, Turquia, Marrocos e de países asiáticos. Trata-se duma concorrência muito desleal, não só pelos baixos salários aplicados nesses países como também pela diferença enorme dos direitos laborais, segurança social etc...
Para superar as dificuldades criadas com esta globalização, as empresas Europeias, tiveram de se especializar fabricando produtos muito inovadores quer no aspecto técnico quer no design, e ao mesmo tempo reduzir a quantidade mínima por desenho e cor ao mesmo tempo que reduziram o tempo de entrega das encomendas. Já trabalhei com fabricas chinesas e as quantidades minimas por encomenda que eles aceitam são muito elevadas e isto não está ao alcance de pequenos importadores, também a qualidade dos produtos deixa muito a desejar. A China ainda está a afinar e a aproximar as qualidades às
exigências europeias e isso vai levar muito tempo. É pois com produtos tecnicamente avançados, com design inovador, com quantidades mínimas aceitáveis para os pequenos e médios compradores e com entregas rápidas que as nossas industrias poderão sobreviver.
O Brasil tem um grande potencial para o Têxtil, tem um mercado interno muito forte e algumas matérias primas essenciais e com bom futuro estou a lembrarem do algodão, ramie e porque não de fibras ecológicas dentro das viscosas, etc.

concordo com o jorge é a unica saida que vejo pro brasil sao as fibras ecologicas e com certificaçoes rastreabilidade e na questao da peça pronta e design inovador, a sustentabilidade, se nao for por ai nao vejo futuro temos uma mao de obra que é uma das mais caras do mundo devido aos encargos e a ma qualificação profissional, a maldita cultura da irresponsabilidade da falta de compromisso, tudo isto depoe contra o brasil, porem cada dia menos vejo talentos, vejo todo dia uma marca fabricada nao a custa de talento nem inovação mas as custas de cifras altas se voce tiver dinheiro nao precisa talento, o exemplo e a coca cola clothing, faz um desfile no fashion rio e no outro dia esta todo mundo vestido de garrafa pet e ainda achando que aquilo e ecologicamente correto, pois brasileiro nao pensa nem reflete, ele nao ver que na hora que ele jogar aquela peça no lixo ela vai levar 120 anos poluindo, porem a coca cola tem milhoes para fazer midia, falta concursos de moda, falta incentivo a quem trabalha com o ecologico com o sustentavel, porem falta profissionalismo, pois a firjan investe milhoes neste foco e pouca coisa sai do lugar devido a falta de compromissos por parte dos empresarios e associações, eta paizinho encomendado.....

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