Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Gustavo Franco: o trabalhador americano produz cinco vezes mais que o brasileiro por hora trabalhada — e não retiramos um centímetro do atraso nos últimos 12 anos

"Tolamente, confrontamos as políticas do Fed (banco central dos Estados Unidos) com a tese da "guerra cambial", um raciocínio conspiratório segundo o qual os americanos estavam desvalorizando deliberadamente a sua moeda para ficarem mais competitivos do que nós"

"Tolamente, confrontamos as políticas do Fed (Banco Central dos Estados Unidos) com a tese da "guerra cambial", um raciocínio conspiratório segundo o qual os americanos estavam desvalorizando deliberadamente a sua moeda para ficarem mais competitivos do que nós"


OUTRO GIGANTE ACORDOU

… Nosso ministro da Fazenda chegou a apresentar slides em inglês onde mostrava a desvalorização da moeda nacional, que ele agora quer evitar, ilustrada pelo título “Ganhando a guerra cambial”.

Mario Henrique Simonsen tinha uma regra de ouro a esse respeito: jamais falar mal do Brasil em inglês…

Como se não bastasse o que despertou em junho de 2013, e transformou a Copa das Confederações numa espécie de maio de 1968, há outro gigante acordado, na verdade dois deles.

O gigante americano parecia prostrado desde a crise de 2008, mas contrariando muitos prognósticos, e depois de muito esforço para arrumar a casa, a recuperação americana vem provocando um banho de sangue nas moedas, títulos públicos e commodities, especialmente em mercados emergentes.

Trata-se apenas de uma reação inicial, talvez exagerada, talvez modesta, não há como dizer, à normalização da política monetária americana; um exemplo extraordinário da máxima segundo a qual, nos mercados financeiros, boas notícias são sempre más notícias para muita gente.

Firmou-se a sensação de que há uma data para acabar a abundância de liquidez de que se beneficiou amplamente o Brasil nos últimos anos. Tolamente, confrontamos as políticas do Fed (o Banco Central dos Estados Unidos) com a tese da “guerra cambial”, um raciocínio conspiratório segundo o qual os americanos estavam desvalorizando deliberadamente a sua moeda para ficarem mais competitivos do que nós.

Como se eles precisassem disso!

Curioso que no botequim em Havana, Caracas ou Campinas, onde essa gracinha foi inventada, nada semelhante fosse dito sobre a China, que o Brasil trata generosamente como uma “economia de mercado”.

Nosso ministro da Fazenda chegou a apresentar slides em inglês onde mostrava a desvalorização da moeda nacional, que ele agora quer evitar, ilustrada pelo título “Ganhando a guerra cambial”. Mario Henrique Simonsen tinha uma regra de ouro a esse respeito: jamais falar mal do Brasil em inglês.

O fato é que tivemos muito de uma coisa boa durante vários anos, e não aproveitamos esse bom momento para fazer reformas e desenvolver a nossa competitividade. A produtividade da economia brasileira está estagnada; como demonstra o trabalho do professor Regis Bonelli, o valor adicionado por trabalhador no Brasil em 2012 permanece no mesmo nível de 2000 e equivalente a 19% da produtividade americana.

Artigo de Gustavo Franco* publicado no jornal O Estado de S. Paulo

Exibições: 268

Comentar

Você precisa ser um membro de Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI para adicionar comentários!

Entrar em Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Comentário de Tadeu Bastos Gonçalves em 2 outubro 2013 às 9:26

RIQUEZA GERADA NO ANO POR 1 TRABALHADOR:

AMERICANO: USD 100.000

BRASILEIRO:    USD 22.000

                (R$ 44.000,00)

ESTOQUE DE INVESTIMENTO POR TRABALHADOR EM US$

                                1.990        2.010

ESTADOS UNIDOS  169.000   245.000

BRASIL                      41.000     44.000

Comentário de Romildo de Paula Leite em 2 outubro 2013 às 8:24

Curioso que no botequim em Havana, Caracas ou Campinas, onde essa gracinha foi inventada, nada semelhante fosse dito sobre a China, que o Brasil trata generosamente como uma “economia de mercado”.

Comentário de Gustavo Pereira dos Santos em 2 outubro 2013 às 7:50

Como podemos chegar próximo da produtividade americana ou da média mundial, se os equipamentos utilizados em qualquer que seja área estão ultrapassados(vou ser bonzinho!!) em pelo menos 20 anos.

Para citar um exemplo, hoje pela manhã no Globo Rural, vi uma fazenda que é tocada exclusivamente por uma família (cinco pessoas) e fatura por ano 2,8 bilhões de dólares.As colheitadeiras,roçadeiras, os silos de armazenamento e etc. eram de 1º Mundo enquanto aqui......

Aí está a diferença da produtividade.

 

Comentário de julio cesar de souza em 2 outubro 2013 às 0:57

POIS É AMIGOS, NÃO APRENDEMOS VOTAR E NÃO APRENDEMOS

TRABALHAR. NÃO SABEMOS QUANDO DAR UM BASTA N'AQUELES

QUE NÃO NOS REPRESENTAM COMO MERECEMOS, ASSIM COMO,

NÃO SABEMOS VALORIZAR A FORÇA DO TRABALHO NA VIDA DE

CADA UM DE NÓS E, CONSEQUENTEMENTE, NA VIDA DO NOSSO

PAÍS. NÃO SABEMOS ARREGAÇAR A PERNA DA CALÇA PARA CHU-

TAR A BUNDA D'AQUELES QUE "JURARAM" DEFENDER OS INTERES-

SES DA NAÇÃO E SÓ ENXERAM SEUS BOLSOS DE PROPINAS E MENSA-

LÕES, ASSIM COMO, NÃO SABEMOS ARREGAÇAR AS MANGAS E METER

AS MÃOS NA LABUTA COM SAPIÊNCIA E TECNOLOGIA. E O TEMPO ES-

TA PASSANDO E TODOS OS OUTROS EMERGENTES ESTÃO, LITERALMENTE,

EMERGINDO E NÓS, POVO BRASILEIRO, AFUNDANDO CADA VEZ MAIS.

TRABALHAR EFICIENTEMENTE É USAR A CRIATIVIDADE COM ESTUDO DO

TRABALHO, É SABER MENSURÁ-LO PARA APERFEIÇOA-LO, É SABER USAR

AS FERRAMENTAS CERTAS PARA CADA UMA DAS OPERAÇÕES E MEDIR OS

RESULTADOS. DE NADA ADIANTA PASSAR ANOS COM NOSSAS BUNDAS

NAS CARTEIRAS ESCOLARES SE NÃO PRATICAMOS O APRENDIZADO E IS-

TO É TANTO PARA OS COLABORADORES QUANTO PARA OS EMPREENDE-

DORES.

Comentário de Romildo de Paula Leite em 1 outubro 2013 às 20:32

A produtividade da economia brasileira está estagnada; como demonstra o trabalho do professor Regis Bonelli, o valor adicionado por trabalhador no Brasil em 2012 permanece no mesmo nível de 2000.

© 2024   Criado por Textile Industry.   Ativado por

Badges  |  Relatar um incidente  |  Termos de serviço