Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Aline Massuca/Valor / Aline Massuca/ValorCampos, da Cyclone: marca de roupas de surf elevou a produção de camisetas, em especial as voltadas para crianças

Nas praias e piscinas do Rio e de São Paulo, o filtro solar nas crianças é reforçado com camisetas de surfistas, com prevenção contra os raios UV. Nas ruas das cidades, longe da orla, mulheres apelam para viseiras e chapéus, também com produtos que filtram os raios solares. Nos laboratórios, aumenta a demanda por testes para avaliar o nível de proteção dos tecidos.

O verão mais quente dos últimos anos está popularizando a venda de roupas com proteção UV. A UV.Line, uma das primeiras varejistas especializadas do segmento, hoje com 20 lojas no país, registrou aumento de vendas de 50% nessa temporada. Na Cyclone, marca de roupas para surfistas que tem 14 lojas no Rio, a venda das tais camisetas cresceram 30%. No Senai Cetiqt - Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil, a procura por testes para homologar tecidos com proteção cresceu 190% nos dois primeiros meses do ano sobre igual período de 2013.

O diretor de desenvolvimento de produto e marketing da Cyclone, Eduardo Campos, conta que a empresa reforçou estoques, com foco principalmente nos produtos para crianças. Segundo ele, as mães preferem as cores cítricas porque facilitam a localização na praia. "Fizemos uma aposta certa quando aumentamos a produção", afirma.

Lyonel Pellegrino, diretor da UV.LIne, afirma que o aumento da demanda neste verão surpreendeu. "Fazemos essa camiseta há dez anos, mas antes era coisa de paranoico. Hoje, é mais normal. As pessoas perceberam que é melhor do que reaplicar o protetor solar", diz, referindo-se à camiseta modelo surfista, de elastano, que seca rápido e não pesa. "É um novo hábito".

No verão de 2013, o aumento das vendas havia sido de 30%, mesmo índice que espera alcançar em 2014. Nessas primeiras semanas do ano, as vendas cresceram de 50%. "Gostaria de ter aumentado o mix, mas ninguém previu o que está acontecendo. Temos prazos de criação que não permitem nos adaptarmos tão rápido", diz, lembrando que janeiro e fevereiro são os meses finais de vendas de verão.

Pellegrino planeja reforçar o mix para o inverno. Hoje, a rede de lojas trabalha com cerca de 120 itens, mais de 60% ligados à moda praia. Segundo ele, embora a procura seja maior por chapéus e roupas esportivas, há espaço para os produtos no cotidiano, como luvas, principalmente para dirigir. A meta é ter 50% dos itens para uso no dia a dia. "O desafio não é fazer alguma coisa que protege, mas que seja confortável para uso no sol. Se fosse só para proteger, o jeans protege", diz.

Os testes da UV.Line são realizados na Austrália, país que desenvolveu a primeira norma para esses produtos ainda na década de 90. No Brasil, o laboratório do Senai Cetiqt, no Rio, é o único habilitado a certificar a proteção solar.

O coordenador de serviços laboratoriais da instituição, Raphael Bergamini, acha que o uso de tecidos com proteção no cotidiano é uma tendência. A próxima fronteira, diz, são os uniformes e equipamentos de proteção. "Esse mês, apenas um cliente mandou 32 amostras para teste. As empresas estão procurando opções mais leves, mas que ofereçam proteção aos empregados", diz. "Concorrências de grandes empresas, como a Petrobras, já exigem que o tecido seja protegido e certificado".

Bergamini explica que os produtos mais avançados disponíveis no mercado oferecem proteção equivalente a de um filtro solar fator 50. As empresas aplicam os produtos nos tecidos e, mais recentemente, começaram a trabalhar com fios já protegidos, o que amplia a eficácia. "O maior diferencial para o usuário final é a saúde. O que entra em contato com os produtos químicos é o tecido e não a pele. Esse apelo também ajuda a disseminar as roupas com proteção UV", diz.

De olho na tendência, a área foi incluída no programa de investimentos de R$ 9 milhões para expansão dos laboratórios do Senai Cetiqt. A maior parte dos recursos será aplicada num novo laboratório para medir a resistência ao fogo de tecidos e outros materiais, mas o laboratório de proteção UV passará a atender as normas americana e europeias, além da australiana. "Na prática, isso significa medir a resistência a lavagem, água clorada e luz", explica Bergamini.


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Por Renata Batista | Do Rio

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No Brasil, o laboratório do Senai Cetiqt, no Rio, é o único habilitado a certificar a proteção solar.

De olho na tendência, a área foi incluída no programa de investimentos de R$ 9 milhões para expansão dos laboratórios do Senai Cetiqt.

Deveriam indicar para motociclistas, cujos braços estão expostos ao sol.

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