Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Confecções lançam a coleção de verão e não veem entusiasmo nos lojistas

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Para enfrentar a queda de 40% nas vendas e não correr risco de ficar com altos estoques, Nídia Pauzer Tiss (foto), dona de uma loja de roupas em Campinas (SP), diz que, neste ano, só vai comprar peças com a venda certa.

Há mais de 30 anos, Nídia Pauzer Tiss, dona da loja Trajes e Detalhes, localizada em Campinas (SP), cumpria o mesmo ritual. A cada 60 dias, ela ia ao bairro do Bom Retiro, em São Paulo, buscar as novidades da moda feminina para as clientes.

Neste ano, isso mudou. Para enfrentar a queda de cerca de 40% nas vendas, ela decidiu trabalhar quase que pelo sistema de encomenda. Se a cliente gosta da peça, ela vai até a confecção e compra. “Tenho ido ao Bom Retiro quase toda a semana. Trabalho com pronta entrega, mas reduzi a oferta em 40% neste ano”, afirma ela.

A mesma prática foi adotada por Márcia Braz, dona de uma loja de roupas e acessórios instalada em um salão de cabeleireiro, na zona Norte de São Paulo. “Não compro mais grade de modelos e, sim, peças diversificadas. As vendas caíram uns 30% neste ano, na comparação com o ano passado”, diz ela.

O comportamento de Nídia e Márcia é o mesmo de boa parte dos lojistas que atua no setor de vestuário, como reflexo da forte retração do consumo no país.

As confecções acabaram de colocar as primeiras peças da coleção primavera-verão nas vitrines, só que os comerciantes não estão nem um pouco entusiasmados para as compras. Uma repetição do que aconteceu no lançamento da coleção outono-inverno, em março.

Na última segunda-feira (17/08), as lojas de atacado do Bom Retiro estavam vazias. Era geralmente no começo da semana, especialmente em uma época de lançamento de coleção, que os comerciantes de todo o país costumavam vir a São Paulo atrás de mercadorias para abastecer as suas lojas durante a estação.

Achar uma vaga para estacionar o carro nas ruas José Paulino, Aimorés, Silva Pinto e arredores era praticamente impossível e, encontrar uma vendedora disponível, mais difícil ainda. Na última segunda-feira, era fácil estacionar nas ruas do bairro e as atendentes disputavam os poucos clientes que ameaçavam entrar nas lojas.

“A nossa esperança é que as vendas comecem a melhorar a partir de agora. Até o dia 1º de setembro vamos estar com toda a nova coleção na loja”, afirma Fabiana Pereira, gerente da Brenda Modas, confecção localizada na Rua dos Italianos.

LUIS YOON, DA CONFECÇÃO MALAGUETA, DIZ QUE PREFERE NÃO FALAR EM CRISELUIS YOON, DA CONFECÇÃO MALAGUETA, DIZ QUE PREFERE NÃO FALAR EM CRISE

“Não vai ser uma das crises mais fáceis de enfrentar. Mas a meta aqui na empresa é não falar de crise”, afirma Luis Yoon, sócio-proprietário da Malagueta, confecção com 27 anos, conhecida por trabalhar com peças estampadas e bem coloridas. Por enquanto, diz ele, a meta é produzir o mesmo volume do ano passado.

Os preços dos tecidos, como jeans, algodão e linho subiram entre 20% e 25% em comparação com igual período do ano passado, principalmente por conta do aumento de custo de energia elétrica. Os tecidos importados, muito usados pelas confecções, também estão mais caros por conta da alta do dólar, segundo levantamento feito pelo Sindivestuário, sindicato que reúne cerca de 12 mil confecções paulistas.

Como consequência, as roupas da coleção primavera-verão estão, em média, entre 10% e 15% mais caras neste ano, na comparação com o ano passado, segundo Marcel Zelazny, diretor do Sindivestuário. “Quem não repassou os aumentos de custos para os preços ou trabalhava com uma margem muito boa ou vai quebrar”, diz ele.

A Moplis, com três lojas de atacado no bairro do Bom Retiro, até tentou, mas não conseguiu repassar para os preços nem uma pequena parte da alta de custos que teve de enfrentar neste ano. “As vendas diminuíram em relação ao ano passado. Não dá para aumentar preços”, diz Rosemeire Nogueira, gerente da confecção.

Dependendo da quantidade que o lojista compra, a Moplis ainda oferecia, pelo menos até a semana passada (17/08), alguns descontos. Para os lojistas, os vestidos da confecção custam entre R$ 89 e R$ 99. E as batas, que são tendência para o verão, de R$ 59 a R$ 69.

A Controvento, especializada em roupas femininas, também não mexeu nos preços. “A margem está mais prejudicada neste ano. É melhor perder os anéis do que os dedos. Este não é um ano de buscar lucro, mas de manter a empresa funcionando a plena carga”, afirma Stéfanos Anastassiadis, sócio-diretor da empresa.

PAVLOS, DA MAIN STREET:TIVE DE REDUZIR OS PREÇOS EM 5%PAVLOS, DA MAIN STREET:TIVE DE REDUZIR OS PREÇOS EM 5%

Pavlos Theodorakis, sócio-proprietário da Main Street, confecção de roupas masculinas, diz que os aumentos de custos para a produção da coleção de verão foram da ordem de 15%. Só que, em vez de repassar esta alta, ele foi obrigado a reduzir os preços das mercadorias em 5%, na comparação com o ano passado.

“Tive de reduzir a margem de lucro”, diz Theodorakis. Para o lojista, o preço médio de suas camisas é de R$ 75. Os ternos estão na faixa de R$ 330 e, as calças, de R$ 75.

REDES SOCIAIS E BLOGUEIRAS

As confecções estão investindo fortemente em redes sociais para a divulgação dos produtos e enviando o tempo todo sugestões de combinações para clientes de todo o Brasil por meio do Whatsapp.

http://sindivestuario.org.br/2015/08/confeccoes-lancam-a-colecao-de...

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Respostas a este tópico

As confecções estão investindo fortemente em redes sociais para a divulgação dos produtos e enviando o tempo todo sugestões de combinações para clientes de todo o Brasil por meio do Whatsapp.

voce olha pra isto ai acima e pergunta, eu preciso disto pra que, porque vou abrir minha carteira pra comprar isto, na verdade as pessoas com melhor poder aquisitivo estao fazendo estas perguntas o tempo todo e se seu produto nao tiver as respostas a estas perguntas, voce ja morreu

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