Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Fábio Hering: desafio é retomar crescimento da empresa

Fábio Hering: desafio é retomar crescimento da empresa ( foto: JONNE RORIZ/AG NCIA ESTADO/AE)

Uma das queridinhas do setor varejista nos pregões da Bovespa, no início da década, ao lado da Renner, a catarinense Hering segue uma trajetória bem distinta da percorrida pela concorrente gaúcha. Enquanto a rede comandada pelo executivo José Galló, apresenta resultados cada vez mais vistosos a cada ano, a marca dos dois arenques vem perdendo o brilho de outrora, a passos acelerados.

Desde 2012, quando atingiu seu maior valor de mercado em bolsa, com R$ 7, 9 bilhões, a Hering vem perdendo valor –atualmente  R$ 2,2 bilhões, uma queda de 65% em relação ao seu melhor momento. A desvalorização reflete a deterioração de seus principais indicadores. O faturamento, que chegara a R$ 1,679 bilhão, em 2013, ficou em R$  1,588 bilhão, em 2015, período em que o lucro caiu de R$ 318 milhões para R$ 281 milhões.

Em boa parte, a  explicação para esse desempenho é a retração do varejo brasileiro, que, é certo, não vem poupando nomes consagrados como  Marisa,  Magazine Luiza e GPA. Mas o exemplo da Renner mostra que há quem consiga se dar bem em meio à adversidade, um grupo que inclui companhias como o Carrefour e a Lojas Americanas, entre outras.

Embora opere com um número muito menor de lojas que a Hering ( ao redor de 300), seu faturamento de R$ 6,1 bilhões em 2015, é quase quatro vezes maior do que o da rival barriga-verde, e seu lucro vem crescendo continuamente, nos últimos quatro anos, batendo na casa dos  R$ 578,8 milhões. Graças a esses resultados, os papéis da companhia baseada em Porto Alegre vêm apresentando um comportamento positivo ( 28,06%, em 2014, 13,8%, em 2015 e crescem 20,08%, em 2016), empinando o valor de mercado para nada menos de R$ 12,8 bilhões.

Uma das mais longevas empresas brasileiras, a Hering, que completa 136 anos em 2016, na maior parte de sua existência foi estritamente industrial. Sua virada para o varejo ocorreu na primeira metade dos anos 1990 –em menos de três décadas, a companhia controlada pela quinta geração familiar, transformou-se na maior rede de vestuário, com cerca de 830  lojas em operação, mais de  90% delas franqueadas.

Além da redução do poder de compra dos consumidores, esse gigantismo, fruto de um processo de expansão acelerada iniciada em 2007, tem sido apontado como uma das razões para as dificuldades atuais. São recorrentes, por exemplo, os conflitos com franqueados, cujas queixas incluem desde a falta de atenção da direção da empresa, canibalização de vendas devido ao número elevado de revendedores e à concorrência dos varejistas multimarcas, aos seguidos contratempos no abastecimento das lojas, passando por uma precificação considerada elevada para suas linhas de produtos, que vão das tradicionais camisetas básicas a jeans e roupas esportivas.

A despeito do desempenho sofrível dos últimos exercícios, a Hering conseguiu dois reforços de peso para enfrentar as turbulências do seu negócio, no segundo semestre do ano passado. Tratam-se dos banqueiros Armínio Fraga, da Gávea Investimentos, que adquiriu 5,3% do seu capital, e de Pedro Moreira Salles, presidente do Conselho de Administração do Itaú Unibanco, que ficou com 6,1%, atraídos pela força da marca e pelo preço barato de suas ações. Além, é claro, do potencial de retomada do crescimento.

No entanto, como investidores do naipe de Fraga e de Moreira Salles não são de rasgar dinheiro nem de beber água fervente, é provável que passem a exigir uma mudança na gestão da empresa e a recuperação  significativa dos números de balanço. Em princípio, esse processo se dará sob a direção do atual CEO, Fábio Hering, conhecido por sua relutância em admitir alguns dos problemas, como os solavancos na relação com os franqueados. “Fazemos encontros anuais com todos e pesquisa de satisfação, além de uma boa relação há 20 anos", afirmou, em  entrevista ao jornal O Estado de São Paulo.

Suas promessas de que passará a entregar melhores resultados, feitas no ano passado, por enquanto são vistas com ceticismo pelo mercado, que tem sancionado sua insatisfação, derrubando as cotações dos  papéis da Hering, que caíram  29,66%, em 2014, mais 20,58%, em 2015, e 7,5% desde janeiro.

Por conta desses números, as ações da empresa de Blumenau, ao lado das da operadora de telefonia Oi, foram excluídas, no dia primeiro de abril,  da primeira prévia da carteira teórica do Ibovespa, que deverá vigorar a partir do início de maio. A decisão deve representar mais um  baque para as ações da Hering, pois os fundos passivos, que investem numa carteira do Ibovespa vão ser obrigados a se desfazer delas. Isso representa, sem dúvida, mais um percalço para a antiga queridinha do pregão. Revertê-lo é um desafio e tanto para o atual CEO.

Procurada, a Hering não quis se manifestar para esse post.

http://www.istoedinheiro.com.br/blogs-e-colunas/post/20160408/herin...

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Os investidores modernos atuais "não são de rasgar dinheiro nem de beber água fervente, é provável que passem a exigir uma mudança na gestão da empresa e a recuperação  significativa dos números de balanço."
Não sei como atualmente estão industrialmente, pois os bens de capital estão se atualizando em uma velocidade incrível, embora a grande maioria dos CEOs da Cadeia Têxtil não venham se sensibilizando.
O custo da mão de obra é bastante insignificante na Cadeia, embora os custos dos desperdícios, segunda qualidade, confiabilidade sejam bastante importantes e normalmente desprezados.
A atualização dos Profissionais da Cadeia Têxtil vêm enormemente sendo desprezados em seu aprimoramento e atualização tecnológica, o que infelizmente é fácil constatar-se.
Entendo que uma das Principais Atividades Fim de uma fabrica, é exatamente a Produção/Fabricação, portanto não cabe somente culpar os CEOs, embora sejam os principais responsáveis pela Gestão de seus Profissionais. 
 Cordiais Saudações Associativas
Julio Caetano

   

 Isso representa, sem dúvida, mais um percalço para a antiga queridinha do pregão. Revertê-lo é um desafio e tanto para o atual CEO.

Procurada, a Hering não quis se manifestar para esse post.

A HERING NÃO POSSUI MAIS NADA DE ATRATIVOS PARA QUE UMA PESSOA ENTRE NAS SUAS LOJAS, NAO TEM DESIGN, NAO TEM PREÇO, NAO TEM INOVAÇAO, NEM OUSADIA, UMA PENA.

A mais pura verdade! Além da qualidade dos produtos serem péssimas.
Uma camiseta básica, além de torta, mal costurada e com péssima modelagem, o cheiro do tecido é horrível. Pode lavar quanto e como quiser, o cheiro é indescritivelmente ruim! O que não acontece com outros produtos 100% algodão.

  Embora opere com um número muito menor de lojas que a Hering ( ao redor de 300), seu faturamento de R$ 6,1 bilhões em 2015, é quase quatro vezes maior do que o da rival barriga-verde


me deram m pijaminha hering de presente, porque eu jamais comprei nada hering, a blusinha de algodao tem tudo isto que foi dito acima e ainda é curta, voce nao pode levantar o braço que mostra a barriga, mas como ia dizendo o pijama que ganhei quando abri o ombro estava sujo com uma mancha que parecia ferro de passar quente demais, nao sei o que era, mas isto é a hering de hoje e os dirigentes no alto de sua propotencia estao com a cabeça enfiada na areia e dizendo que esta tudo bem.
Leticia Lopes Mazarotto disse:

A mais pura verdade! Além da qualidade dos produtos serem péssimas.
Uma camiseta básica, além de torta, mal costurada e com péssima modelagem, o cheiro do tecido é horrível. Pode lavar quanto e como quiser, o cheiro é indescritivelmente ruim! O que não acontece com outros produtos 100% algodão.

Suas considerações são sempre inteligentes e pertinentes, porem não posso concordar que custo de mão de obra seja insignificantes, pelo menos no vestuário não o é, vide empresa que administramos onde a mão de obra é altamente significativa no custo de um produto, de qualquer forma meus parabéns.



Julio Caetano H. B. C. disse:

Os investidores modernos atuais "não são de rasgar dinheiro nem de beber água fervente, é provável que passem a exigir uma mudança na gestão da empresa e a recuperação  significativa dos números de balanço."
Não sei como atualmente estão industrialmente, pois os bens de capital estão se atualizando em uma velocidade incrível, embora a grande maioria dos CEOs da Cadeia Têxtil não venham se sensibilizando.
O custo da mão de obra é bastante insignificante na Cadeia, embora os custos dos desperdícios, segunda qualidade, confiabilidade sejam bastante importantes e normalmente desprezados.
A atualização dos Profissionais da Cadeia Têxtil vêm enormemente sendo desprezados em seu aprimoramento e atualização tecnológica, o que infelizmente é fácil constatar-se.
Entendo que uma das Principais Atividades Fim de uma fabrica, é exatamente a Produção/Fabricação, portanto não cabe somente culpar os CEOs, embora sejam os principais responsáveis pela Gestão de seus Profissionais. 
 Cordiais Saudações Associativas
Julio Caetano

Srs. concordo com quase tudo que fora citado acima, porém este tipo de situação é muito comum em empresas do setor têxtil, estou falando das empresas familiares, de gestão de empresas que ao logo do tempo ficaram gigantes, com muito pouca mudança na gestão, que são graaandes e se comportam como pequenas/médias, que quando surgiram não tinha concorrência acirrada como em tempos de China e gestores com melhor formação.

Este tipo de gestão se caracteriza muito pela chamada mão de ferro, onde não se toma decisões baseadas em dados e pesquisa de mercado e muito pelo conhecimento adquirido pela direção ao logo de sua existência industrial.

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