Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Blusa Agilitá, saia Rosa Dahli, mule Paula Torres e brincos Ruth Grieco. Foto: Dari Luz, especial

Os cítricos apareceram em quase todos os desfiles internacionais, incluindo Oscar de la Renta, e na coluna usei o pistache, que após a temporada do verde limão, reina como uma tendência mais suave, e alternativa, para se usar com o laranja.

Mais cor

Estou chegando de uns dias na Europa, mas para escrever a coluna destacarei a primeira semana que abriu o calendário mundial da moda, a de Nova Iorque. A cidade, até então, era conhecida por vestir os fashionistas com os looks pretos dos pés à cabeça. Porém a última temporada mostrou-se com muito mais “luz” que o normal. Após um último verão de neon, as tendências de cores, da New York Fashion Week, e de outras semanas europeias, incluíram os pastel como verde pistache, azul bebê e laranja clarinho, na lista de tons desejo. E por mais que a gente ame as tendências apresentadas pela Pantone são os designers que ditam o que será desfilado nas ruas.

Orange is a new black

Definitivamente, sem fazer analogia ao seriado apresentado na Netflix, laranja é o novo preto da moda. Francamente, a cor pode ser intimidadora mas se você achar isso, tente um tom mais claro, tá valendo! Dion Lee, em Nova Iorque, trabalhou com força total e misturou várias tonalidades de laranja pastel em seu visual da passarela, enquanto Jonathan Simkhai usou o mesmo tom, mas com diferentes materiais, na sua apresentação. Tory Burch e Area seguiram um outro caminho, espalhando uma versão suave da cor em vestidos elegantes.

Lilás

Tons lilás continuam em alta. Kate Spade mostrou como misturar lilázes contrastando com laranjas e beges. E Maki Oh defendeu a cor, mostrando como combinar roxo claro e escuro para criar uma aparência atraente. Eu arrisquei o lilás com o amarelo queimado, gostou? Aliás, mocassin amarelo é a “cereja do bolo”.


Blusa Rosa Dahlia, saia Fernè, cinto Fernè, brincos Ruth Grieco e mule Paula Torres. Foto: Dari Luz, especial

Nativa

A arquiteta Juliana Pippi emprestou seu loft–composto, produzido e arranjado por ela para a CasaCor SC 2019, para fotografarmos a coluna deste finde. Ju buscou para o projeto, essencialmente, um mood pé no chão, na faixa da areia, a tal “beiramar”, mas sem folclores ou alegorias.

— Tenho uma relação forte com o mar,com o vento e com as areias das praias. Nasci perto dele e sempre que posso recarrego ali minha energia. Tenho a paisagem do mar constantemente em minha vida e em meus projetos . Costumo dizer que minha arquitetura é somente uma moldura para as paisagens dos projetos que faço. As texturas e cores das dunas, as falésias e a beira me inspiram — comenta.

O ambiente possui uma atmosfera com amálgama de tons, texturas e tramas mais sépias, naturais, limpas, com certa rusticidade cool, chique. Com 135 metros quadrados, “Pra Perto do Mar” apresenta um layout com espaços integrados.

Da França


Cinto Cheroy, vestido Fernè, brincos Ruth Grieco e mocassin Paula Torres. Foto: Dari Luz, especial

Les Cinq Sens é a nova coleção da Ferné, marca catarinense de roupas em couro legítimo. Tati Greuel, diretora criativa, viajou pela França para buscar inspiração e referências de moda. Eu assino uma collab com cinco peças, além de todo o conceito e styling da campanha. São cinco tons pastel batizados de baby blue, menta, rosa quartz, off white e lavanda divididos em 15 peças. Tati viajou para Giverny, Dijon, Avignon, L’Isle-sur-la-Sorgue, Gordes, Le Verdon, Marselha, Cassis, Saint Tropez, Nice e outros lugares especiais da região.

— Pelas estradas fomos surpreendidos por plantações enormes de trigo com colorações que vão do verde mais claro ao escuro. O vento sopra e nos presenteia com um espetáculo que parecem ondas dançantes de trigos em todos os seus tons de verde. Mais à frente, na beira da própria estrada, encontramos campos extensos de flores de todas as cores, vermelhas, amarelas e nos tons de rosa.

Em todas as regiões que Tati conheceu pode tirar uma informação para a coleção, que exaltou os cinco sentidos: olfato, audição, visão, tato e paladar.

— A riqueza dos detalhes, da arquitetura, da gastronomia, dos aromas, da vegetação, das cores, dos sons faz da França um dos lugares mais fantásticos que já desvendei — finaliza.


Cinto Fernè, vestido Loungewear Francesca, sapato Paula Torres e brincos Ruth Grieco. Foto: Dari Luz, especial

Loungewear catarinense

A moda sempre esteve caminhando junto com a catarinense, de Criciúma, Mônica Peressoni Castro que lançou há um ano a marca Loungewear Francesca. Mônica, que exerce a arquitetura há mais de 20 anos e atua, principalmente, na área de interiores, já teve algumas participações na CasaCor SC.

Habitue das feiras em Milão, capital da moda e do design, sempre guarda um tempo para pesquisar as grandes grifes internacionais e para ver o que há de mais atual na moda. Já fez alguns cursos na Itália, de arte contemporânea da Università de Pavia e na Espanha, sobre história do mobiliário na Universidade de Leon, e visita anualmente a CasaCor de São Paulo e Buenos Aires. Curiosa, se formou em história e explica que sempre foi apaixonada por arte.

— Sempre achei importante conhecer a cultura de outros países, pois só assim, vendo de fora, conseguimos enxergar nossa própria cultura e nosso modo de viver e vestir — diz.
Mônica é quem cria todos os looks da Francesca, aproximadamente 20, a cada coleção. As roupas são inspiradas nas últimas tendências europeias, com o objetivo de trazer peças chave para reforçar o DNA da marca. A equipe de curadoria e estilo da Francesca tem dado foco aos tecidos e shapes que representem bem a essência trazida dos pequenos refúgios europeus, porém sempre adaptadas ao nosso clima e às necessidades da mulher brasileira. Combinações com cores neutras, o uso das listras, a malha e o tecido plano caminham em perfeita harmonia, proporcionando versatilidade à cada modelo.

— Para as coleções me inspiro em pessoas simples e sofisticadas, como elas se expressam, através do que vestem no Instagram, Pinterest, sempre buscando algum tema. Já estamos com três coleções e pretendo lançar a quarta em setembro. Meus planos é ter duas grandes coleções e ir lançando cápsulas entre elas — destaca Monica.

Mônica tem muitas referências familiares na sua trajetória. As tias avós alemãs e a mãe costuravam como hobby e estavam sempre envolvidas em bordados e trabalhos manuais.

 

Um pouco da história

Sylvia Pedlar foi uma renomada designer de lingerie americana. Em meados do século XX, lançou as tendências históricas para luxuosas roupas de dormir e lingerie. A forma da toga foi uma de suas primeiras, e mais destacadas, criações, que ela continuou a usar, e mudar, ao longo de sua carreira.

Este exemplo é muito vanguardista, não apenas em sua simplicidade de corte, mas em seu padrão brilhante, quase psicodélico, que pressagia a era dos anos 1960. Por 41 anos as mulheres americanas confiaram no bom gosto de Sylvia para looks de dormir. Tecidos finos, acabamento cuidadoso e estilo imaginativo distinguiam suas criações. Ela entendeu que uma mulher pode preferir se vestir de certa maneira para a rua, mas desempenha uma variedade maior de papéis na privacidade de sua própria casa. Ela não viu nenhuma razão para que um closet para dormir não fosse tão versátil quanto um para o dia. Dizia-se que Pedlar havia criado o visual de boneca, um rótulo que ela não gostava, como resposta à escassez de tecidos da época da guerra de 1942. Ela interpretou a clássica camisola de flanela, dando-lhe sofisticação, decote bateau e mangas abertas e esvoaçantes.

Vencedora de dois prêmios Coty, foi citada pelo comitê americano de críticos de moda por “seu talento em combinar luxo, beleza e feminilidade com desenvolvimentos modernos de tecidos e silhuetas contemporâneas”.


Saia Viviane Furrier, brincos Ruth Grieco e blusa Canal. Foto: Dari Luz, especial

Pantone

Logo nos primeiros dias da NYFW, que encerrou início de setembro e abriu as temporadas de moda no mundo, foi possível destacar algumas nuances diferentes nas passarelas de marcas como Brandon Maxwell, Carolina Herrera e Jason Wu. Elas aparecem em peças de alfaiataria despojada, conjuntos modernos, vestidos e casacos. Falando ainda das cores, o Flame Scarlet , escarlate, em português, dá início à lista de 12 tons principais que segundo o relatório da Pantone, transmite determinação e confiança. Já o Saffron , ou açafrão, é um amarelo marcante que acrescenta à paleta um “ certo “sabor”… Biscay Green, ou verde Biscaia, é um tom de verde próximo ao que se popularizou no Brasil como menta. Eu gosto de chamar de pistache! Faded Denim, ou jeans desbotado, é um azul acinzentado parecido com a loungewear que usei nas fotos. Dá uma sensação de conforto e facilidade. E ainda o Mosaic Blue, ou azul mosaico, que lembra também o jeans. O Orange Peel, ou casca de laranja, é a cor picante e agradável assim como o Cinnamon Stick, ou pau de canela, um tom terroso e quente.

 

Participaram deste editorial

Produção executiva, produção, styling, pesquisa de moda: Lise Crippa
Modelo: Juliana Schmidt – DN Models
Fotos e tratamento de fotos: Dari Luz
Produção de cena: Larissa Maldaner
Beleza: Larissa Maldaner
Agradecimento: CASACOR/ Santa Catarina – Florianópolis 2019
Ambiente: Loft “Pra perto do Mar”, arquiteta Juliana Pippi
Marcas e lojas participantes: Ana Mayra , Brant Store, BK Concept, Canal, Cecília Prado, Fernè Leather, Cheroy, Francesca Loungewear, Morina, Rosa Dahlia, Paula Torres, Ruth Grieco, YSL, Viviane Furrier

Por

 Lise Crippa

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   Falando ainda das cores, o Flame Scarlet , escarlate, em português, dá início à lista de 12 tons principais que segundo o relatório da Pantone, transmite determinação e confiança. Já o Saffron , ou açafrão, é um amarelo marcante que acrescenta à paleta um “ certo “sabor”… Biscay Green, ou verde Biscaia, é um tom de verde próximo ao que se popularizou no Brasil como menta.

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